Livros

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  Depois de um longo silêncio, onde Willow parecia se repreender por não ter tido sucesso com seu patrono, ela suspirou alto, e logo adotou sua típica voz zombeteira.
-- Até que enfim, Potter. Pensei que ia deixar seu padrinho ser engolido. - Hermione sussurrou baixinho, indignada, alguma coisa sobre dementadores não engolirem pessoas, e sim sugarem suas almas. - Bom, vou chamar Snape. Quem é aquele ao lado do tio Sírus? - Hermione raciocinou mais rápido que Harry:
-- É um amigo nosso da Grifinória. Ele só estava tentando ajudar. - Black soltou uma alta gargalhada de desdém:
-- Aparentemente conseguiu, não é? - Sorriu divertida, analisando o corpo desmaiado do outro Harry longe dali. - Pff, grifinórios. Sempre bancando os heroizinhos. - ela seguiu caminhando até o castelo, sem reparar na presença de Bicuço, falando sozinha - Oh! Eu sou um grifinório! Vou salvar a humanidade sem pedir nada em troca! Mas como não sou o Testa Rachada vou acabar tomando no cu! Ah, mas eu vou mesmo assim! Por que a nobreza...
  Depois que a voz de Willow desapareceu por trás das árvores da densa e negra floresta, Hermione e Harry saíram dali, já que a sonserina fora chamar Snape.
  Levaram bicuço até um lugar escuro e escondido sob a torre em que Sírius seria trancado mais adiante. Tudo daria certo.
  Enquanto isso, nas masmorras do castelo, dormitório da elegante e fria Sonserina, o assunto que corria era o mesmo: o artefato roubado da sala de Dumbledore. Quando Willow entrou, ainda resmungando, foi recebida por gritos animados e pessoas a empurrando para que pudesse ver o que consguiram. Astória sorria animada e puxava Willow pelo braço:
-- Venha ver, Black! O que Nott conseguiu pegar escondido da sala do diretor!
-- Na sala do diretor? Pensei que aquele velho só guardasse suas poções para dormir lá. - Ela zombou com seu sorriso sarcástico. Todos riram.
-- Bom, minha querida Willow, talvez você possa se surpreender, já que o objeto em questão não é uma poção do sono, mas sim, um livro! Um livro que sangra!
-- Um liv... você está drogado, Nott! Já te falei para parar de cheirar pó de flu! - Theodore fez cara de aborrecido, e entregou nas mãos da morena o livro e cruzou os braços. - Mas o que...- A sonserina analisava aquilo atentamente. Era um livro antigo, pequeno e desbotado. Tinha em sua capa um enorme buraco, como se alguém o tivesse perfurado com uma lança, e dali, podia-se ver sangue seco. "O que é isso?". Intrigada, a garota decidiu tomar posse do livro- Foi realmente fofo, Nott. Infelismente um livro que sangra não tem utilidade alguma.-desdenhou- vou ficar com isso. Amanhã vocês vão ver o que é uma VERDADEIRA ladra em ação.
  Willow guardou o livro sob sua capa da Sonserina, e andou despreocupadamente até seu dormitório, não se importando com as reclamações direcionadas a ela, apenas um pensamento: "Que diabo é isto?".
  Depois que a situação de Sírius foi resolvida, restavam os últimos dias de aula, antes das férias. Hermione estava destinada a estudar, e queria que seus amigos a acompanhassem, mas, é claro, eles se negaram com todas as forças a passar o resto do ano estudando livros e mais livros. Assim, a grifinória seguia sozinha até a biblioteca.
  Black continuava intrigada com o livro, embora na frente de seus companheiros de casa desdenhasse e zombasse do fato de Nott ter perdido seu tempo em algo tão inútil. Depois do almoço, estava destinada a descobrir mais sobre o assunto, assim, levou seu primo para acompanhá-la à biblioteca (levar, na realidade, é um verbo que não descreve muito bem o ato... ela praticamente o arrastou pelos cabelos até lá).
  Draco estava aborrecido, com cara de poucos amigos, enquanto sua prima analisava trezentos livros diferentes. Logo cansou-se de fazer cara emburrada e apenas tratou de distrair-se observando as outras pessoas na biblioteca. Logo avistou, de longe, uma morena com os cabelos revoltosos e com o uniforme da Grifinória tentando em vão, alcançar um livro que estava muito alto para sua estatura.
  O loiro pensou imediatamente em diverdir-se, tirando proveito da situação.
-- Ora,ora, Granger! Uma vez trouxa, sempre trouxa, não é mesmo?- sorriu cínico.
-- Ora, cale a boca Malfoy! Não consigo alcançar o livro!
-- Não me mande calar a boca, sua sangue-ruim! -irritou-se, empurrando-a com força contra a estante de livros- O que fez com sua varinha? Usou para fins heroicos com o Pottynho?
-- Esqueci no dormitório, babaca! Se não for me ajudar, dê o fora!
-- Claro que vou te ajudar! -Zombou- Aí está! -levitou o livro, até que estivesse em uma prateleira mais alta que a anterior.
-- Idiota...- Hermione resmungou enquanto olhava para cima, e Draco ria. A risada do sonserino cessou imediatamente quando a morena se esticou ao máximo para pegar o livro, e sua blusa subiu, revelando parte de sua cintura.
  Malfoy olhava atentamente, uma cena cômica, fofa, e ao mesmo tempo, sensual. "Merda Draco, olha o que você está pensando. Sangue-ruim maldita!". Pensou em deixá-la ali, lutando contra o livro, mas mudou de ideia imediatamente quando, depois de muito esforço, a morena soltou um gemido de frustração. Pressionou-a contra a prateleira, ficando frente a frente com ela, que se assustou.
-- Malfoy, o que pensa que está fazendo!? -os olhos cinza do garoto encontraram os castanhos da morena. Ele apertou sua cintura com mais força, pressionou seu corpo contra o dela e suspirou forte, de frustração. Se afastou, praguejando algo como "maldito sangue imundo" e convocou o livro que a garota queria, fazendo questão de atirá-lo com raiva contra o chão. Logo,encontrou sua prima, que estava com uma pilha de, no mínimo, treze livros na mão, e seguiu para o dormitório da Sonserina, extremamente zangado com ele mesmo, e um tanto quanto... excitado.

Willow Black LestrangeOnde histórias criam vida. Descubra agora