Willow Black Lestrange

Os Comensais da Morte

  Ao final do incrível jogo, onde Krum fez uma incrível manobra e capturou o pomo, todos saíam contentes, conversando animadamente sobre assuntos relacionados a Quadriboll.
  Com os Weasleys não foi diferente. Harry e Rony comentavam, animados, sobre a manobra usada por Víctor. Hermione escutava, entediada, o relato de Gina sobre os times em destaque pelo mundo. Molly reclamava com seu marido o fato de os gêmeos estarem apostando valores altos em dinheiro, para investir em suas pegadinhas. Esses, por sua vez, estavam isolados, num canto, onde ninguém os podia ouvir.
  Toda a bagunça cessou quase instantaneamente, quando ouviu-se um grito alto, e agudo. Ao virar-se para trás, Hermione reconheceu uma velha bruxa, a mesma que fora acertada pelo livro de Black, horrorizada, olhando para o céu, e apontando-o com os dedos trêmulos.
  Ao olhar para cima, todos puderam se deparar com uma luz esverdeada, que saía de uma neblina escura no céu. Essa neblina, que desenhava perfeitamente a forma de uma cobra, saindo da boca de uma caveira.
  Pôde-se ouvir uma voz ao longe, uma voz masculina, e muito assustada:
-- Merlin! É a Marca Negra!
  A algazarra que se seguiu não pode ser explicada em palavras. Havia desde gente desmaiada, até paralizada. Bruxos correndo, gritando, carregando crianças, derrubando a varinha, aparatando, pegando chaves de portal, vomitando, rindo histérica e descontroladamente, e lançando feitiços em todas as direções.
  A família Weasley desceu até uma floresta escura, próxima ao estádio onde houve o grande jogo. Lá dentro, o trio se perdeu dos adultos, e fez o possível para se localizar. Hermione explicava a Harry, que perdera sua varinha na confusão, o significado da Marca Negra e sobre os Comensais da Morte, enquanto Rony entrava em pânico.
  Andando sem rumo pela floresta, eles esbarraram com dois sonserinos. Black segurava seus livros, fechados, em frente à sua cintura, e Malfoy conversava animadamente com ela, mesmo sem receber muita atenção.
-- Malfoy! O que está fazendo aqui?
-- Te pergunto o mesmo, Potter! Não deveria estar com a família do pobretão? Só você, conseguiria aumentar um pouco o status deles. -Draco sorriu malicioso, adorava ver fúria inalando dos olhos do moreno.
  Willow, que não estava interessada na briga, se ocupou em deixar seus livros no chão. Pelo canto dos olhos, Hermione espiou o livro que estava mais perto. Pôde ler claramente em sua capa: Os Mistérios da Magia das Trevas.
  Assustou-se porque, afinal, Willow ainda era uma Lestrange, querendo ou não, e um exemplar sobre magia das trevas em sua posse não é nada seguro. Ela iria aproveitar o tempo que tinha antes de Draco e Harry pararem de brigar, e iria questioná-la, mas não teve tempo para tanto.
  Interrompendo a discussão dos garotos, ouviram-se vozes. O Sr.Crouch, chefe de Percy Weasley no Ministério da Magia, estava se aproximando com sua equipe. Eles não se importaram. Harry, na verdade, ficou aliviado de ver algum adulto por perto. Mas Willow se desesperou:
-- Draco! Vamos embora! Rápido!
-- O que houve, garota, não está vendo que estou ocupado?
-- Draco! Anda logo seu idiota! Eles estão procurando quem fez a Marca!
-- E daí? Não fomos nós! Nem sequer temos autorização de usar magia fora da escola, quanto mais invocar a Marca Negra!
-- Mas estamos no meio da floresta, seremos os primeiros suspeitos! -Draco estava prestes a contrariar a prima, quando ela o interrompeu- Draco! Somos um Malfoy e uma Lestrange!
  Draco finalmente compreendeu. Seu rosto ficou mais pálido do que já era. Olhou para os lados, desesperado, com os olhos arregalados. Finalmente, ele e a prima saíram correndo pela floresta, para longe do trio de ouro. Draco tropeçando a cada três passos, e Willow, com seus livros na mão.
  Hermione não podia deixá-la ir assim, não acharia prova melhor para interrogá-la senão os livros que estavam na mão dela. Sem antes pensar duas vezes, correu atrás deles.
-- Hermione! -Harry e Rony gritaram ao mesmo tempo, mas não tiveram como ir atrás dela, pois o Sr.Crouch acabara de emergir das árvores.
  O que ocorreu entre Harry, o Sr.Crouch e a elfa Winki, vocês já sabem (ao menos os que leram o livro) então, cabe a mim ignorar essa conversa (assim como ignorei o que aconteceu com os dementadores no trem do ano anterior), e narrar a parte da história que foi alterada.
  Hermione corria veloz, esperava encontrar Black e poder interrogá-la sobre o livro, mas não foi isso o que aconteceu. Willow era muito veloz, e correu muito mais que o primo, que tropeçava em tudo que havia pelo caminho. O que aconteceu então, foi que a grifinória não encontrou ela, e sim, ele.
-- Malfoy! -Hermione estava ofegante- Onde está Black?
-- Me deixou para trás! Cretina!
-- Onde ela está agora?
-- Como ousa me questionar, Sangue-Ruim?
  Hermione realmente ficou magoada com seu tom de voz, mas não deixaria isso transparecer. Na verdade, achou que não seria nada mau mexer com ele também.
-- Como ousa VOCÊ me chamar de Sangue-Ruim, Draquinho?
-- Em primeiro lugar: JAMAIS me chame de "Draquinho" novamente, sua imunda! E em segundo, o que quis dizer com isso? - só faltavam faiscar, os olhos de Draco Malfoy. Olhava a morena com desprezo, embora suas pupilas estivessem dilatadas.
-- Ah, Malfoy. Eu me orgulho dos meus pais. Embora sejam trouxas, têm uma profissão honesta, e ganham um considerável dinheiro com isso. Posso, eu te pergunto, dizer o mesmo dos seus? - a grifinória saiu da frente da área de visão do loiro, para que pudesse ver o grupo vestido de capas pretas e máscaras, brincando de levitar trouxas e torturá-los.
  Draco olhou para Granger. Os olhos de Hermione não esbanjavam o mínimo indício de ironia, ou cinismo. Ela não sabia ser como sua prima, não conseguia o efeito desejado ao irritar alguém. Mas por outro lado, não parecia ter a intenção de irritá-lo. Percebeu, com o rosto extremamente corado, que ela realmente não estava tentando irritá-lo, estava apenas apresentando os fatos. Ela tinha razão.
  Os nervos do loiro estavam à flor da pele. Como podia ela, uma Sangue-Ruim, uma nascida trouxa, fazê-lo sentir vergonha de sua família? Família essa que era tão prestigiada pela sociedade?
  Fez menção de pegar sua varinha, mas Hermione o alertou, séria, de que se ele usasse magia seria localizado e acusado de invocar a Marca Negra.
  Então ele partiu para cima dela. Hermione caiu, mas depositou vários socos no braço e no peito do rapaz. Esse que a imobilizou no chão, rindo da cara dela.
-- Perdeu a força desde o terceiro ano, não foi, Granger?
  Hermione fez cara feia, mas desistiu mesmo assim, afinal, ele tinha razão. Havia crescido, ganhado músculos. Ela não teria chance contra ele.
-- Tudo bem, Malfoy, você venceu! Pode sair de cima de mim agora.
  Draco realmente não sabia o que fazer. Não queria sair dali. Hermione estava ali, em baixo dele, com uma carinha inocentemente emburrada, que o estava matando de tesão.
  Ele não podia. Ela era uma Sangue-Ruim, não era digna dele. Por outro lado, quem criou essas regras? Além do mais, quem poderia vê-los ali? No meio de uma floresta escura e densa, durante um ataque de comensais. Então, ele decidiu-se: "Sou um Malfoy. E Malfoys fazem o que querem, quando querem".
-- E se eu não quiser sair, Granger?
-- Enlouqueceu? Ande logo, preze seu impecável sangue puro.
  Mas Draco não ouvia o que ela dizia. Prestava atenção apenas nos seus hormônios.