O sorteio dos campeões

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O ano começou movimentado. Além da empolgante notícia de que haveria o famoso Torneio houve a entrada assustadora, porém triunfal, do novo professor de defesa contra as artes das trevas: Olho Tonto Moody.
Na febre da ansiedade, estavam todos os alunos de Hogwarts. Parados à porta da escola, olhando para o céu depois do lago negro, esperando os alunos de Beauxbatons e Durmstrang. Ninguém sabia por onde eles viriam, e as teorias eram realmente interessantes. Uma mais bizarra que a outra. A espera estava acabando com Harry. Finalmente, depois de um longo tempo, surgiram no horizonte um navio e uma carruagem alada.
A carruagem foi a primeira a chegar. De dentro dela, que apresentava o símbolo de Beauxbatons, saíram vários adolescentes "engomadinhos" os poucos garotos apresentavam uma pequena gravata borboleta muito bem alinhada e um cabelo com muito gel, sem nem mesmo um fio rebelde. As garotas apresentavam saias cinza até o joelho, uma boina delicada, e a roupa recheada de babados.
Enquanto os mais sensatos admiravam a perfeição dos alunos de Beauxbatons, outros faziam um esforço tremendo para não rir (era o caso de Draco e Willow) eles murmuravam um para o outro coisas como:
-- Acho que tia Narcisa seria menos perfeccionista.
-- Tá brincando? Minha mãe não chega nem perto disso, olha a gravata daquele cara!
-- Parece que um testrálio lambeu a cabeça deles todos.
-- E as garotas? Estão parecendo um bolo de aniversário!
Eles se divertiam como nunca. Finalmente o navio atracara. Dali saíram apenas garotos. Grandes e fortes, como miniaturas de trasgos. Tinham uma disciplina exemplar, seguiam os mesmos passos e os mesmos movimentos que os colegas, e tudo isso com uma feição feroz no rosto. Depois de os alunos terem se acomodado (Beauxbatons na Corvinal e Durmstrang na Sonserina) iniciou-se o grande jantar. Rony estava encantado com a chegada de Victor Krum na escola. Ele era um grande fã, e não cessava a perguntar para Harry e Hermione se achavam que ele conseguiria um autógrafo.
Draco Malfoy não parava de se exibir, já que o grande ídolo de Quadribol, Victor Krum, estava sentado com ele na Sonserina. Willow ria de tudo às gargalhadas, pois, na realidade, Draco já tentara falar com o garoto diversas vezes, mas sentia-se intimidado perto dele. Até que finalmente abriu a boca, decidido a ter uma conversa civilizada, mas foi interrompido bruscamente pelo diretor, que se levantou para o grande sorteio dos campeões.
Black estava realmente animada, pois o cálice de fogo realmente escolheria apenas os verdadeiramente capacitados, visto que Fred e Jorge Weasley já tentaram enganá-lo de diversas maneiras, mas nenhum deles conseguiu. Ela não tentara. Não queria a glória eterna. Sabia que não valia a pena arriscar a vida por míseros mil galeões, coisa que sua família tinha de sobra.
Dumbledore anunciou o início do sorteio depois de dar as boas vindas ao senhor Crouch, chefe de Percy Weasley no ministério da magia, que fora parabenizar os vitoriosos. O primeiro papel flamejante saiu como uma bala do Cálice de fogo e desceu calmamente até a mão de Dumbledore, que anunciou:
-- A campeã de Beauxbatons é... Fleur Delacour!
Ouviram-se palmas por todo o castelo, e alguns gritos vindos da mesa da Corvinal. Fleur se levantou e caminhou elegantemente até a sala reservada aos competidores, que ficava depois de uma porta ao lado da mesa de jantar dos professores.
-- O campeão de Durmstrang é... Victor Krum!
Palmas, gritos e assovios. Krum refez os passos da garota, e logo já estava dentro da sala.
-- E o campeão de Hogwarts é... Cedrico Diggory!
Palmas, gritos, assovios, berros, aplausos, coisas quebrando, batidas ocas e melodias alegres ressoavam pelas paredes do Grande Salão. Assim que Cedrico cruzou a porta, assim como os outros dois fizeram, Dumbledore pôs-se a fazer seu discurso parabenizando os campeões e os desejando boa sorte, quando o cálice misteriosamente voltou à sua cor vermlha, e cuspiu um último papel flamejante, o que fez todo o castelo se silenciar.
O pergaminho chamuscado rodopiou no ar suavemente, e pousou nas mãos gastas, porém macias de Alvo Dumbledore. Esse olhou o perginho desconfiado, antes de abri-lo e sussurrar aldivelmente:
-- Harry Potter? HARRY POTTER!
Harry se levantou vacilante, depois de muitas cotoveladas de Hermione, e andou cuidadosamente até o velho diretor, recebendo a atenção de todos ali presentes. Quando chegou ao lado do cálice, que exibia chamas azuis e tranquilas, o diretor perguntou-lhe, sempre calmo e impassivo:
-- Harry, pôs seu nome no cálice?
-- N-não sanhor. Eu...eu não sei como...como esse papel foi parar aí.
-- Tudo bem. Vamos resolver o problema. Entre.
Depois disso, os alunos foram para suas casas dormir, por ordem da professora Minerva, que os expulsou do salão assim que Harry saiu com o diretor. No salão da Lufa-Lufa era apenas alegria, já que um dos seus foi escolhido para representar Hogwarts. Inicialmente, eles haviam ficado irados, já que pensavam que Harry tentara roubar uma das poucas glórias concedidas à Lufa-Lufa, mas logo esqueceram e festejaram.
A Grifinória estava perplexa. Enquanto alguns poucos comemoravam, outros pensavam no perigo que Harry corria, na coragem que teve e em como seu nome havia parado no Cálice.
A Sonserina estava uma zona. Xingavam e gritavam coisas como "a Grifinória quer sempre aparecer" ou "lá vai o 'Santo-Potter' de novo" ou até mesmo "eles não são dignos de tamanha algazarra, isso cabe apenas a nós". Willow se divertia, deitada em um dos luxuosos sofás de seu salão comunal, enquanto devorava varinhas de alcaçuz. Ria da confusão e pensava despreocupadamente no motivo de Harry ter sido selecionado. Era no mínimo engraçado.
Já que a Corvinal estava indiferente aos acontecimentos, compartilhava da comemoração de Beauxbatons sobre sua escolhida.
No dia seguinte, todos estavam preparados para uma primeira semana de aula digamos...diferente... com o novo (e diga-se de passagem, estranho) professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. O Salão Principal estava agitado, todos conversando animadamente. Corujas chegando, alunos exibindo seus materiais novos, treinando novos feitiços.
Abruptamente, Dumbledore se levantou, para anunciar que os vitoriosos deveriam se preparar como puderem para a primeira tarefa, que exigiria muito deles.
Antes que o diretor pudesse se sentar e todo o barulho pudesse recomeçar, ouviu-se um inconfundível som de vidro se quebrando. Todos se viraram para a mesa da Sonserina, onde viram Black pálida como papel, segurava o profeta diário em uma mão (trêmula) e na outra estava os restos de um copo de vidro, que ela evidentemente quebrara, de onde saía muito sangue, mas ela não parecia se importar. Levantou-se com dificuldade, e com um olhar vidrado, foi até as portas do salão, sob o olhar de todos ali presentes.
Ela caminhava com passos firmes e decididos, não olhava para os lados, até que um sonserino não muito esperto decidiu se fazer ouvir:
-- O que foi? É isso aqui? Hahaha! -ele segurava uma cópia do Profeta Diário e olhava para ela em tom zombeteiro. Ela não deu atenção e continuou andando. Bom, pelo menos até que...- O que te incomoda tanto? Mamãe saiu da cadeia, foi? É por isso que está fazendo todo esse draminha? Lestrange!
Willow parou. Sem olhar para trás. Congelou ali, por alguns minutos. Antes que risadas pudessem ter alguma sombra de existência, ouviu-se um grito enfurecido.
-- BOMBARDA!
E assim, uma parte da mesa da Sonserina foi pelos ares.

Willow Black LestrangeOnde histórias criam vida. Descubra agora