Natal

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-- Harry! Acalme-se! O que houve? O que Hagrid disse?
-- Dragões Hermione! Dragões! Sabe o que é isso?
-- Mas... mas eles não podem obrigá-lo a participar, podem? Q-quero dizer... não foi você quem pôs seu nome no cálice... você não é maior de idade e...
-- Hermione, não posso fazer nada! Dumbledore já disse que não tem como contrariar o cálice de fogo e...
-- HARRY SÃO DRAGÕES!
-- SHHHH! Fique queta Mione, quer que alguém escute? Ouça, o professor Moody está me ajudando um pouco. Acho que c-consigo pelo menos sobreviver...
-- Ah, Harry... - a amiga o abraçou. Era difícil vê-lo nessa situação, pois ele sempre foi o sensato que mantinha a calma e tomava as decisões. Harry retribuiu o abraço.
-- Vou avisar Cedrico... não é justo que eu saiba e ele não.
  Hermione sorriu. Harry Potter sempre foi um bom amigo, e sempre soube o certo a fazer, mesmo em situações difíceis. Ele sempre esteve ao seu lado quando precisou, e agora que ele precisa ela estaria ali. Sem perceber que estavam sendo observados de longe, ela puxou o braço de Harry, ainda sorrindo, e sussurrou: "Ouça, vou ficar aqui com você nas férias de natal. Podemos buscar informações sobre dragões na biblioteca". Ele sorriu largamente. Seria uma ajuda e tanto.
  Depois de agradecer a amiga, Potter caminhou em direção ao pátio, em busca de Cedrico. As pessoas o olhavam e riam, ou sussurravam algo sobre ele. Alguns com broches ofensivos, todos contra ele. Ele para abruptamente, quando Draco Malfoy surge em sua frente, com um olhar de sarcasmo e uma pitada de raiva.
-- Sabe, Potter, meu pai e eu fizemos uma aposta. Eu disse que acreditava que você não duraria 10 minutos nesse torneio. Ele discorda. Acha que não aguentaria nem cinco.
  Os amigos de Draco zombam, e riem ao redor dele, mas o grifinório está sem paciência com eles hoje.
-- Eu não me importo com o que vocês dizem, e sabe por que? Seu pai é cruel, e violento. E você é patético.
  Quando ia sair, Malfoy revida, com um feitiço repentino, que derruba Harry no chão. Olho Tonto Moody aparece instantaneamente, não se sabe de onde, e revida, gritando algo como "vou lhe ensinar a não atacar ninguém pelas costas!".
  Em poucos minutos a confusão estava armada. Crabbe e Goyle corriam desesperados, enquanto alunos riam de todos os lados, Harry olhava embasbacado para a cena, ainda no chão. Draco havia sido transformado em uma doninha, e quicava em todos os cantos, girando no ar, com os comandos da varinha do professor.
  Willow aproveitou a confusão para se aproximar de Harry, que havia, sem perceber, derrubado o Mapa do Maroto no chão "Esta merda me pertence, Fred e Jorge não tinham o direito de entregar ao Cicatriz".
  A sonserina riu de se acabar de seu primo, enquanto guardava o mapa em sua capa, para que Pottynho não percebesse.
  Depois McGonagall surgiu para acabar com a brincadeira. Deu uma bela bronca em Moody, que transformou a doninha novamente em Malfoy e saiu acompanhado de Potter. Willow aproveitou o momento para matar a saudade de seu velho "brinquedinho".
-- Eu juro solenemente não fazer nada de bom. - sussurrou.
  O mapa se encheu de tinta e ela observou tudo com um genuíno prazer. Viu Draco e os sonserinos indo em direção ao lado negro, viu Granger na biblioteca, viu Dumbledore em sua sala, Hagrid em sua cabana, madame Pomfrey e alguns lufanos na enfermaria, viu o salão comunal da Corvinal, e viu Harry caminhando ao lado do profes... espere um minuto...
-- Que coisa feia, professor. Malfeito feito.
  Os preparativos para as férias de natal estavam a todo vapor. De todos os lados pessoas perdiam seus pertences, corriam, se despediam, arrumavam seus malões, estocavam comida, enfim, estava uma loucura. Claro que Willow não ia sair sem deixar um presente de boas vindas ao "senhor Moody".
  Ela assobiava contente, enquanto desfilava por um dos corredores de pedra do castelo, sacudindo uma lata de spray colorido que conseguira com Fred e Jorge. "Vamos denunciar o tio Moody em grande estilo" sorriu maliciosa. Quando ia começar sua linda obra de arte, uma coruja negra de olhos azuis deixa uma carta cair sobre ela.
  Ela pega a carta e abre. Tem o emblema dos Malfoy no título.
 
  Querida Willow,
Espero que não tenha esquecido de que nos prometeu sua ilustre visita à mansão no natal. Estamos te esperando anciosamente. Só não se esqueca de que não deve chamar muita atenção ao voltar. NÓS precisamos da sua AJUDA minha querida, para JUNTOS retornarmos costumes antigos.
  Com amor, sua tia Narcisa.
P.S. - Não traga o Draco -
  Ela apertou as pálpebras. Ajuda? Mas que diabo... saiu andando, ainda com a carta na mão, rumo ao dormitório da Sonserina, deixando seu spray no chão. Pirraça faria bom uso dessa lata mais tarde, mas agora ela precisava encontrar o primo.
  Ao chegar nas masmorras, sentiu a costumeira corrente gelada passar por seu rosto, e sentiu aquele perfume refrescante de árvores e menta, que só a Sonserina proporcionava. Sua expressão suavizou-se um pouco.
-- Draco! Desfaça as malas. Você não vai comigo- Black disse invadindo o dormitório masculino (de novo) e arrancando um grito de Goyle, que estava despido, e entrou imediatamente no banheiro, se trancando lá.
-- O que? Você ficou maluca? Como que eu não vou contigo? Minha mãe não nos convocou para ir até a mansão?
-- Não. Aparentemente ela ME convocou para ir até a mansão. Você fica.
-- Mas...
-- Mas nada. Ordens são ordens. Você sabe disso desde que começou a falar. - ela o olhou e ele abaixou a cabeça, concordando - Hey, Goyle, já pode sair, eu estou caindo fora!
  Ela saiu, rumo ao trem, que não tardaria a partir. Entrando no mesmo, encontrou uma cabine vazia e se trancou lá dentro. Precisava manter discreto o fato de ela voltar para "casa". Durante a viagem, leu e releu a carta pelo menos umas vinte vezes, e adormeceu algumas horas depois, pensando claramente "Vai dar merda".

Willow Black LestrangeOnde histórias criam vida. Descubra agora