Está chegando o baile

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  Willow parou. Sem olhar para trás. Congelou ali, por alguns minutos. Antes que risadas pudessem ter alguma sombra de existência, ouviu-se um grito enfurecido.
-- BOMBARDA!
E assim, uma parte da mesa da Sonserina foi pelos ares.
  O salão parado movimentou-se imediatamente. Sonserinos saíram correndo e gritando, apavorados. Alunos de outras casas se desesperaram, só não saíram de suas mesas graças a uma ordem do diretor. Professores levantaram-se imediatamente, e andavam apressados em direção à garota.
  Draco Malfoy e Blásio Zabini seguravam Willow, que se debatia desesperadamente, enfurecida, gritando:
-- REPITA! ANDE! VENHA ATÉ AQUI! REVIDE COVARDE! DESGRAÇADO! VENHA! DIGA NA MINHA CARA!
-- ACALME-SE WILLOW! PARE! FIQUE QUETA!
-- ME SOLTE MALFOY! ME SOLTE! VOU MATAR ESSE FILHO DA MÃE!
  Os professores Snape e McGonagall chegaram rapidamente. Enquanto Sprout, que chegou logo atrás deles, levava o garoto à enfermaria, Minerva e Severo tentavam acalmar a garota.
-- Senhorita Black! Por favor! Acalme-se! -McGonagall ordenava, exasperada, enquanto a garota ainda tentava se livrar das mãos dos garotos. - Senhorita Black!- quando finalmente percebeu que gritar não seria suficiente para parar a sonserina, pôs-se a segurá-la, junto aos meninos, que não aguentariam por mais muito tempo.
-- Petrificus Totales.
  Willow ficou estática, com um brilho assassino ainda no olhar, quando todos a soltaram e olharam para Snape, que guardava a varinha.
-- Sei o que vai dizer, Minerva, mas eu conheço minha aluna como ninguém mais. Nem mesmo Salazar Slytherin conseguiria obrigá-la a parar nesse momento.
  Snape carregou Willow rumo ao salão comunal da Sonserina, seguido por Draco e Blásio, que estavam com marcas vermelhas por todo o corpo, devido à força desconhecida de Black.
  O salão silenciou-se, e os alunos receberam ordens de ir para seus dormitórios. Willow não apareceu nas aulas por uma semana. Estava recebendo fortes poções calmantes de Madame Pomfrey, e fora terminantemente afastada do garoto que atacara.
  As aulas do professor Moody eram respeitadas, porém duvidosas. O professor já ensinara sobre criaturas misteriosas da sombra e maldições imperdoáveis. Tudo isso, diziam, era fruto de anos e anos como auror. Moody havia enlouquecido, temia sempre um ataque surpresa por seguidores das trevas (por isso vivia sempre alerta) e bebia sempre de seu próprio frasco, temendo ser envenenado.
  A primeira tarefa do torneio se aproximava, e também o grande baile. Harry não sabia se ficava mais nervoso com a lembrança de que o torneio apresentava tarefas que podiam matá-lo, ou com a atual perspectiva de convidar uma garota para dançar.
  Ele pensara diversas vezes em Cho Chang, mas não tinha coragem para se aproximar dela. Os dias iam passando, e Harry ficava cada vez mais nervoso. Agora já esquecera o torneio, concentrava-se apenas em convidar a corvina. Para isso,  observava os outros garotos, como agiam e o que diziam para as garotas. O primeiro a observar foi Draco Malfoy. Ele estava com uma pequena flor branca em uma das mãos, com a mão livre envolveu a cintura de Pansy  Parkinson por trás e entregou-lhe, com seu melhor sorriso galanteador. Harry não tinha intimidade suficiente com Chang, além de não ter o dom que o sonserino tinha com as garotas.
  Observou outros garotos. Os corvinos se atrapalhavam, mas conjuravam bonitos feitiços com a varinha, que lançava flores no ar, ou até mesmo cervam a garota de brilhos, essas que sorriam delicadamente e aceitavam. Lufanos preferiam a maneira padrão, de se ajoelhar e pedir.
  O grifinório estava entrando em desespero, quando Cho não estava com no mínimo 20 garotas ao redor, estava ocupada e ele temia atrapalhá-la.
  Bom, o episódio do convite de Cho, todos já conhecem. Cabe a mim falar apenas o que não foi revelado. O que as pessoas não sabem. Enquanto Harry temia o baile, no salão da sonserina, as pessoas temiam outra coisa. Ou melhor... outra pessoa.
  Willow andava calma e tranquilamente pelo salão, debochando internamente das pessoas que se afastavam quando ela passava. Ela nunca perdia a calma, nunca mudava de expressão, a não ser que seja extremamente necessário. Naquele momento, era importante que ninguém decifrasse seu interior, que ninguém soubesse o que se passava dentro dela. E ela sabia exatamente como impedir que alguém visse que estava preocupada. "Vamos brincar".
  --Theo?- disse ela com uma voz baixa e manhosa- Estou me sentindo tão sozinha... as pessoas estão me evitando- Ao ouvir a voz da garota tão perto de seu pescoço, Theodore Nott se arrepiou. - Você pode me fazer companhia?
  -- Bom... isso depende. Quer companhia para que? -sorriu malicioso olhando para ela.
  -- Pois bem... vamos até seu quarto e eu te mostro. -ela sorriu. Willow Black tinha o poder de ser absurdamente irresistível. Assim que eles fecharam a porta do quarto, Draco revirou os olhos. "Lá se vão minhas chances de dormir cedo".
  Nott dormia calmamente ao lado da garota, mas ela estava acordada. Levantou-se e vestiu-se. Ao abrir a porta, deu de cara com Malfoy, Crabbe e Goyle, cochilando à porta do quarto, que era compartilhado, mas estivera ocupado.
-- Hey! Acordem! Psiu! Vamos, todos para dentro!
  Goyle acordou sobressaltado, olhou para a garota e assentiu. Acordou Crabbe e ia cutucar o loiro também, mas a garota impediu.
-- Deixem Draco. Quero falar com ele.
  Eles assentiram e entraram. Foram direto para suas camas e apagaram sem nem mesmo trocar a roupa.- Hey! Malfoy! Acorde!
  Draco levantou a cabeça lentamente, vacilando, muito tonto.
-- O que? Ah! Acabou a brincadeira? Já estava na hora, eu tenho aula amanhã, desgraça!
-- Ui! Quem vê pensa, que se importa com a escola!
-- O que você quer?
-- Falar com você. Sua mãe disse para estarmos na Mansão Malfoy para as férias de natal.
-- O que!? Para que?
-- Eu não sei, mas trate de preparar suas coisas. Partimos logo depois da primeira tarefa do torneio.
  Black andou até seu quarto e se deitou. Dormiu muito depois, com uma pontada de preocupação na cabeça. Enquanto a morena tentava descansar, um certo loiro tentava invadir o quarto de Victor Krum. Por sorte, sua prima lhe ensinara alguns truques e depois de algumas tentativas ele conseguiu.
-- Hey! Krum! Spiu! Acorde!
-- O que? Quen está aé?
-- Draco! Draco Malfoy!
-- Ah sin! Drraco! Trrouxe o frrasco?
-- Está aqui! Beba vinte minutos antes do baile, e busque a garota!
-- Obrrigado Meufoy!
  Draco retirou-se do quarto e foi para seu próprio. Esperava que aquilo desse certo, contava com isso. Seu plano seria um sussesso, e ninguém jamais saberia. Repousou a cabeça na cômoda e se esqueceu disso por um instante.
  Dormiu com uma preocupação diferente na cabeça. Sabia que não eram apenas coincidências os ultimos acontecimentos. E por mais que negasse, se preocupava com Willow.

Willow Black LestrangeOnde histórias criam vida. Descubra agora