Era difícil dizer quanto tempo mais essa pequena ilusão de paz duraria. Quem sabe as pessoas prefiram se esconder nessa falsa calmaria, ao invés de enfrentar a dura realidade. Todos tinham conciência de que o Lorde das Trevas estava de volta, e que seus comensais já estavam voltando a se reunir. Era um peso que todos carregavam em silêncio, sem preferir tocar no assunto, com medo até do nome dele.
Mas quem poderia julgá-los, enquanto ela mesma se afogava em medo? Suas noites eram preenchidas por torturantes pesadelos, que a deixavam sem ar, sem vida, sem esperança. Seus dias, um mais pesado que o outro, se resumiam em pensar sobre o que aconteceria dali para frente. Com ela. Com Draco.
Sua marca negra ardia em seu antebraço ocasionalmente, causando náuseas fortes, lembrando-a do que tinha que ser feito. Ela costumava repetir essa lista em sua mente, para evitar que se perdesse.
Procurar por um receptáculo.
Cuidar de Draco.
Esconder a marca.
Evitar Umbridge.
Vigiar Potter.Merda de sangue imundo que ela carregava. Queria respirar, queria ficar sozinha, queria ter sua mente de volta. Mas tudo pertencia a ele. Seu tempo, suas ações, seu pensamento. Não conseguia se lembrar de se sentir tão sufocada como estava agora antes. Nem mesmo nas infinitas masmorras em que sua mãe se divertia aprisionando-a.
Aquilo tinha que acabar. Logo.
Dolores Umbridge caminhava pomposa com suas roupas inteiramente rosas pelos corredores, como se o castelo a pertencesse. "Não está muito longe disso". Willow era uma das poucas pessoas que ela evitava. Talvez por... medo? Depois de alguns meses sendo submetida à tortura, física e psicológica, por sua rebeldia perante o Mestre, a mente de Willow estava desestabilizada. Sabia de que lado estava, quem tinha que proteger, quem tinha que atacar, mas constantemente era tomada por uma névoa de peças pregadas por sua própria mente, onde via pessoas que não estavam realmente ali, ouvia vozes que não existiam chamando-a e, algumas vezes, alguns vultos a assustavam. Isso resultava, muitas vezes, nela falando sozinha, ou parada no meio do caminho olhando para algo que não está realmente lá, ou até mesmo, se remexendo, tentando se livrar de insetos irritantes que não realmente a incomodavam. Com isso, a professora mantinha-se afastada.Exceto no dia do pudim.
Quando uma aluna loira alegremente caminhava, descalça, pelos corredores, com seu singelo potinho de doce em sua mão. "É proibido comer nos corredores" a voz irritantemente infantil da cara-de-sapo bradou, para uma pequena menina que, assustada, saiu correndo desculpando-se, com seus cabelos loiros voando. No caminho de sua fuga, esbarrou em Black, que a observou enquanto se desculpava e recolhia o doce caído no chão.
Mas... que... aquela menina brilhava. Sua inocência transpassava qualquer energia em um raio de vinte quilômetros, e sua beleza era... absurda.
Dolores virara o corredor e encarava Luna, da cabeça aos pés. "Já para minha sala, mocinha, cumprirá uma detenção", dissera. Suas "detenções", é claro, significavam que a menina iria sentir um bocado de dor, mas Willow não podia permitir aquilo, não com uma alma tão... pura.
-- A sapa rosa está te incomodando, pequena? Não se preocupe, ela ladra, mas não morde.
-- A... quem está chamando de 'sapa rosa' senhorita? Qual seu nome?
-- Willow. Willow Lestrange.
-- Ah, s-sim, senhorita Black, re...
-- Lestrange. - a palavra lhe saía amarga, mas ela diria o quanto precisasse, para incomodar a mulher à sua frente. - Repita comigo: Les-tran-ge.
Ultrajada e enfurecida, Umbridge endireitou a postura, com o nariz empinado, esquecendo-se completamente de Luna.
-- Pois não. Venha até minha sala, senhorita. Recomendo que não me desobedeça. Ensinarei alguns modos para que não se esqueça.
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Willow Black Lestrange
FanfictionBellatrix aparentemente teve uma filha com Rodolfo... ela pode ser bem diferente do que todos imaginam... mas como saber? Ela foi criada de modo a saber atuar. A historia poderia ter sido bem diferente se ela tivesse sido citada nos livros. Ela é ap...