A terceira tarefa

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Quando a terceira tarefa estava pronta para começar, Harry esperava ancioso, olhando para o labirinto, enquanto Dumbledore explicava as regras e condições do desafio, como pedir ajuda, como passar por certos desafios, etc.
Cedrico Diggory foi liberado para entrar no labirinto, logo depois Harry, Krum e Fleur. Na arquibancada, só gritos e conversas, de pessoas torcendo, amigos nervosos e professores anciosos. Na tenda voltada para as cores da Grifinória, Hermione e Rony conversavam nervosos.
-- Ele vai conseguir sair, eu sei disso... ele é Harry Potter... ele vai se sair bem...
-- Pare com isso, Hermione, está me deixando nervoso!
-- Eu já estou nervosa, Rony!
-- Então faça o favor de sofrer em silêncio! Não sei o que sou capaz de fazer se entrar em pânico.
Hermione revirou os olhos. Bichento estava em seu colo, enquanto a dona o apertava para parar o nervosismo. Estava parecendo um balão próximo de estourar, o pobre gato.
Na tenda da Sonserina, a gritaria era para Víctor Krum, já que ali estavam abrigados os búlgaros, gritando com força para seu representante, que a essa hora já devia estar quase no meio do labirinto.
Draco observava tudo, sem gritar ou torcer, estava quase intediado. Ao seu lado esquerdo, Pansy Parkinson, grudada em seu ombro como um carrapato, e do lado direito, Willow Black, olhando tudo com um olhar repreensivo.
-- Hey! Quer conversar?
-- Claro, Draquinho. -ele revirou os olhos- Sobre o que quer falar?
-- Você.
-- Meu assunto preferido! -sorriu divertida.
-- Por que estava chorando?
-- Ah, tantas coisas... já se apaixonou, priminho?
-- Não.
-- Garoto esperto.
-- Como mesmo o assunto veio parar nisso?
-- Draco, eu não quero falar sobre isso...
-- Vai falar sim! Você nunca chora! Você não chora! Quando sua mãe te trancou no calabouço da mansão por ter sujado seu vestido novo você não chorou. Quando viu seu pai duelar contra sua mãe e machucá-la você não chorou. Quando eles foram presos você não chorou. Quando VOCÊ foi presa você não chorou. Willow, você não chora!
-- Por que dá tantos exemplos relacionados à minha mãe? Sabe que não me importo com ela, sabe que odeio ela.
-- Você era uma criança, Willow! Eu me lembro! Tinha sete anos, eu seis. Eu lembro de ouvir as coisas, mas minha mãe sempre estava me abraçando, sempre me dando apoio. Você estava sozinha, mas mesmo assim, momentos depois, você aparecia no meu quarto, segurando alguns doces da cozinha, e perguntando se eu queria brincar.
-- Se lembra de muitas coisas, doninha.
-- Por que estava chorando?
-- Para com isso, Malfoy, já disse que não quero falar disso. -irritada, ela ia sair do lado do primo, quando o mesmo segura seu braço- AHH! -Draco a solta e ela encolhe os ombros, retirando o braço imediatamente, com uma expressão de dor -FICOU MALUCO, MALFOY? ME SOLTA! EU PRECISO IR!
Dito isso, a sonserina se afasta, deixando seu primo paralizado para trás.
Dentro do labirinto, Harry se desespera ao perceber que Víctor Krum está sob o efeito da maldição Impérius. Ele chama por ajuda com sua varinha assim que vê Fleur sendo engolida pelas plantas da parede do labirinto. Minutos depois, Harry encontra Cedrico, e os dois avistam a taça ao mesmo tempo. Em um segundo de conciência, ambos correm o mais rápido que conseguem.
Krum ataca o lufano, que cai no chão sob o búlgaro, se debatendo e tentando sair.
-- POTTER! ME AJUDE! POTTER!
Harry parou, indeciso, olhando de Cedrico para a taça, e da taça para Cedrico. Se continuasse seria o campeão. Seria ele capaz de abandonar seu companheiro para alcançar a glória eterna? Mas... a taça estava tão perto...
Então, lembrou-se do chapéu seletor, cogitando enviá-lo para a Sonserina. Não. Ele não era sonserino. Rapidamente, correu até o colega para ajudá-lo. Estuporou Krum e arrastou Cedrico pelo braço até um lugar seguro, longe do búlgaro. Os dois avistaram a taça da vitória e começaram a correr, mas ao se aproximarem dela pararam, decidindo-se quem mais a merece. Por fim seguraram-na ao mesmo tempo. Pior ideia da vida de ambos.
Logo estavam em um cemitério escuro, sombrio, com o qual Harry já havia sonhado. Não... isso não era bom... definitivamente. Seu raciocínio não fora rápido o bastante, pois ali já estava Rabicho, segurando uma manta em uma mão e sua varinha na outra.
Diggory e Potter se assustaram quando ouviram uma voz sussurrada ser lançada no ar e repousar nas sombras, passando por seus ouvidos "Mate o outro". Foi tudo muito rápido. Em alguns segundos o lufano estava no chão com as órbitas vazias, depois de ser atingido brutalmente com um jato de luz verde.
Não havia para onde correr. Harry estava preso à estátua de uma lápide e Cedrico morto. Rabicho jogou seu lorde em um grande e fumegante caldeirão e com uma faca recolheu sengue do braço de Harry. Com essa mesma faca cortou sua própria mão, dando vida novamente a Lorde Voldemort.
Oh, sim. Linda foi a cena do reencontro. Harry gritando de dor enquanto seu inimigo tocava sua cicatriz com uma expressão maléfica no rosto. O braço direito de Rabicho foi recompensado com uma mão prateada, com grande capacidade de destruição, e o esquerdo foi usado, como um símbolo, como uma convocação, como um chamado para os outros comensais, que logo estavam presentes.
Em um círculo mascarado, o qual Harry observava com atenção, Voldemort insultava aqueles que não o procuraram.
-- Bellatrix e Rodolfo Lestrange! Esses foram fiéis! Entregaram-se à Azkaban em meu nome. Não tiveram medo. Minha cara Bella... é uma lástima que seu marido não possa estar aqui em nossa presença.
-- Mi-milorde... Lúcio libertou só a mim!
-- Sim! Eu sei! Por que, Lúcio? -E assim a máscara do loiro se desfez, assustando Harry, que observava tudo atentamente. Ele sabia que os Malfoy não eram boas pessoas... mas isso? Isso era demais.
-- Ahn... Milorde... Bella seria mais útil...
-- Não me refiro a isso. Por que não foi atrás de mim? Me negou diante do mundo bruxo, apenas para livrar sua própria pele. - uma pausa - COVARDE!
-- M-milorde eu...
-- Não quero ouvir.
Lúcio se calou, enquanto Voldemort analisava os outros comensais, até que seu olhar parou em uma figura encapuzada pequena, com uma máscara preta desenhada em prateado.
-- Olha quem temos aqui... se não é uma novata...
-- Sim meu lorde! Sim! Eu a entrego a você! É uma inicianda... mas posso provar que está capacitada...
-- Silêncio! Acalme-se Bella. É uma garotinha... deve provar seu potencial, para merecer a honra.
Harry estava confuso. A pequena não retirava sua máscara, e nem sequer levantava sua cabeça. Ele convocou ao centro do círculo o diretor de Durmstrang, Igor Karkaroff, que já houvera se mostrado com medo de sua própria marca para Snape.
-- Você! Traidor! Deve ser punido severamente. Tentou fugir de seu lorde, de seu compromisso.
-- M-milorde... eu...
-- Silêncio! Minha novata... mostre-se capaz. Mostre-se confiável. Destemida.
-- Sim, lorde.
O coração de Harry quase saiu pela boca. O capuz foi abaixado e a máscara desfeita. Willow se aproximou de sua vítima, com um olhar sombrio e amedrontado, mas com uma postura robusta, como se tivesse certeza do que estava fazendo. Como em um sonho, onde tudo acontece em câmera lenta, ela pegou a varinha que o Lorde das Trevas oferecia, e com apenas um movimento rápido, disse em voz firme e decidida:
-- Avada Kedavra!
O corpo de Igor cai no chão, inerte, assim como o de Cedrico momentos atrás. Ali, preso em uma lápide, depois de ganhar o torneio tribruxo e assistir à morte de duas pessoas, Harry finalmente teve a resposta para a pergunta que a sonserina havia feito-lhe.
"Sim, Willow. Você é má"

Willow Black LestrangeOnde histórias criam vida. Descubra agora