Ano agitado

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  O natal foi cansativo. Harry e Hermione estavam pesquisando sobre dragões incansavelmente. Rony estava sempre em conflito com Fred e Jorge, que agora decidiram montar uma loja de logros e brincadeidas, e estavam usando seu irmão como cobaia.
  Gina ria de tudo às gargalhadas, vendo Fred e Jorge aprontarem com Rony e Percy Weasley. Draco arrumou um embuste para sua vida. Pansy sismara que era sua namorada, e ele achou que o mais sensato a fazer, depois do episódio com a Sangue-Ruim, era aceitar um namoro Sangue-Puro. Willow ainda estava na mansão, sem enviar notícias a seu primo no castelo, o que o estava deixando maluco.
  Quando as aulas retornaram, o clima estava horrível. Além de tempestades, que impediam os treinos de quadribol, o castelo estava mais silencioso do que o normal.
Rony estava bravo com seus irmãos, por isso não conversava tanto com eles. Harry estava tenso por causa da primeira tarefa do torneio. Hermione lembrava do incidente com Draco Malfoy. Esse estava tenso, pensando na prima e no namoro recente. Toda a escola estava silenciosa.
  Mas o que mais incomodava a todos: Fred, Jorge e Willow ainda não tinham feito suas travessuras de volta às aulas. Os gêmeos estavam muito ocupados, pensando em uma maneira de conseguir dinheiro para financiar sua loja de logros e brincadeiras, e Black estava... como podemos dizer... diferente.
  Desde quando chegara, ainda não havia sido sarcástica uma única vez, não havia zombado ninguém, nem flertado com nenhum menino. Estava diferente, quieta, sobria.
  Seu primo já havia tentado fazê-la rir, nem que seja seu risinho sarcástico, mas nada. Ele não pensava em outra coisa, aquilo o deixava atordoado. Ele lembrava de quando ela voltara de Azkaban. Sua pele estava pálida, seu corpo fraco, sua aparência suja, mas ela mesmo assim fez questão de brincar com ele. Mas dessa vez não. Seu olhar estava vazio e sombrio, e ela não respondia a comandos naturais, como o riso, o choro ou a fome. Não comera nada desde que chegara.
  O loiro não tinha tanta oportunidade de ficar com ela, já que ela passava agora a maior parte de seu tempo no quarto feminino, onde Salazar Slytherin fez questão de fazer feitiços protetores contra garotos, e quando ela finalmente saía de lá, sua nova "namorada" não o deixava em paz.
   Finalmente a primeira tarefa chegara. Harry estava esperando a sua vez. Lembrava da pequena representação de rabo córneo húngaro em suas mãos, e começava a se desesperar. "Lembre-se do que o professor Moody lhe disse. Lembre-se". Senhor Crouch havia conversado com Harry um pouco antes daquele momento, e tentara ajudá-lo de alguma forma. Trapacear não havia sequer passado por sua cabeça, ele achava injusto com os outros participantes e negara imediatamente. Mas agora que estava prestes a enfrentar o mais feroz dos quatro dragões, não parecia mais uma ideia tão ruim.
  A primeira tarefa se foi, Harry conseguira. Os dias foram passando Pansy andava pendurada no pescoço de Draco, o que sempre o deixava de mau humor. Fred e Jorge Weasley passam muito do seu tempo no salão comunal, fabricando novos "produtos", Rony tenta se aproximar de Hermione, que pensa em Draco e tenta se distrair com Krum. Willow anda sempre com o professor Moody, cumprindo as ordens dele. Draco tenta se comunicar com Willow mas falha miseravelmente. UMA CONFUSÃO INACREDITÁVEL.
  Próximo à segunda tarefa, estão todos ansiosos. Harry descobrira a senha do ovo graças a Cedrico (e à Murta que Geme, mas ele preferia não lembrar desse episódio) e agora procurava maneiras para respirar debaixo d'água. Dobby (muito contente por trabalhar para Dumbledore) estava ajudando Harry como podia, e Hermione continuava na tentativa de libertar os elfos de Hogwarts.
  Mas todos os acontecimentos em qualquer lugar do castelo não chegavam nem perto da complexidade em que se encontrava a Sonserina. Draco Malfoy e Pansy a Parkinson de um lado, e Blásio Zabini e Willow Black de outro.
  Draco observava a prima concentrado, enquanto Zabini tentava tirá-la do estado de "morte cerebral".   Blás sorria, fazia piadas, piscava, a abraçava, beijava seu pescoço, mas Black praticamente não reagia. Ela dava largos sorrisos, às vezes, e zombava de Blásio. Eram sorrisos extremamente convincentes para qualquer um que olhasse, mas Malfoy a conhecia desde que era garoto. Ela estava simplesmente atuando.
  É uma coisa comum para eles. Fingir. Fingir que está tudo bem, fingir que estão magoados, fingir que não se importam, fingir superioridade, e fingir uma coragem que geralmente não tinham. Foram simplesmente criados assim.
  Tudo uma questão de status, é claro, já que sua família tinha um nome a zelar. Tinha que ser perfeita, por mais que essa não fosse bem a verdade. Tudo isso, pensava ela, puramente culpa de Lúcio Malfoy e Bellatrix Lestrange. A família seria bem melhor sem eles.
  Pansy se agarrava em Draco o quanto podia. Ele já a levara para a cama diversas vezes, mas a sensação que ela o proporcionava era meramente momentânea. Prazer, apenas naquela hora, e logo após, absolutamente nada. Não sentia carinho por Pansy, nem preocupação. Não se sentia apaixonado e muito menos a amava. Era questão de status. Sempre. Status social e sanguíneo. E nessa ocasião, também era questão de um pequeno acordo feito com um amigo... que gostava muito de Pansy, e tinha algo a oferecer em troca.
  Poucos dias antes da segunda tarefa, Harry e Hermione conversavam sozinhos, em uma torre próxima às estufas de Herboligia.
-- Harry, essas tarefas são extremamente perigosas. Você deve ter um plano antecipado!
-- Eu sei, Hermione! Mas ainda não consigo imaginar nada que me faça não precisar respirar durante uma hora! É impossível! Se ao menos você me contasse o que Krum teve como ideia...
-- Pode parar, Harry! Já te disse que nós não conversamos sobre o torneio. Na verdade... não conversamos sobre quase nada... o lance com o Víctor é mais físico... entende?
  Harry lançou um olhar malicioso para a amiga, quase acusatório, e ela começou a rir.
-- Sabe que tem que esconder isso do Rony, não sabe?
-- Sei... ele é um idiota. Sabe que não vou perdoá-lo tão cedo pelo baile, não sabe?
-- Perfeitamente. Mesmo não conhecendo Krum tenho certeza que não faria o que Rony fez...
-- Ele é meio estranho, sabe?
-- Ron?
-- Víctor. Já o peguei "esquecendo-se" de seu próprio sotaque várias vezes. Acha que ele nasceu por aqui e mudou-se para a Bulgária?
-- Acho difícil... bom, tenho que ir. Preciso procurar alguma coisa que permita que eu não morra na segunta tarefa.
-- Faça isso. Até logo.
  Descendo as escadas rapidamente, Harry não percebeu a presença de um ser encapuzado de preto encostado no muro logo abaixo:
-- Potter!

Willow Black LestrangeOnde histórias criam vida. Descubra agora