Fim de ano

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  Ah, as férias. Uma bênção para uns, e tortura para outros. O ano chegava ao fim, e os alunos já se despediam de seus amigos, cada um a seu modo.
  A volta para casa foi um pouco mais tranquila para todos, uma vez que Harry sabia que seu padrinho estava bem. Os grifinórios conversavam por toda a viagem de volta sobre seu ano, suas famílias, suas casas...
  Os sonserinos se exibiam de suas viagens, de sua riqueza, sua mansão, seu nome...
  Os lufanos faziam votos de amizade, se abraçavam e se despediam, prometendo que manteriam contato nas férias...
  Os corvinos trocavam novas ideias e descobertas que adquiriram durante o ano, trocando livros que acharam interessantes...
  Enfim, o trem estava movimentado. Naquelas férias, Harry não se preocupou com os Dursley, já que eles achavam que Sírius era um assassino perigoso, e que, se mexessem com ele, teriam suas cabeças arrancadas e transformadas em morcegos.
  Na escura Mansão Malfoy, o clima estava frio. Não que isso fosse novidade, mas o silêncio estava estranhamente maior. Willow continuava a abrigar-se lá, com a família de seus tios.
  Quando ela e Draco entraram em casa, foram recebidos por Narcisa, que deu um abraço forte e um beijo na cabeça de Draco, e colocou a mão carinhosamente no ombro de Black. Mas seu rosto demonstrava preocupação, e um pouco de... por que não descrever como... ansiedade?
  Logo que entraram, a senhora Malfoy sentou-se no sofá, parecendo pálida. Willow estranhou, mas ignorou. Pegou uma maçã na grande cozinha e seguiu para seu quarto, com seu malão e alguns livros a mais debaixo do braço.
  -- Onde está meu pai? -Draco perguntou depois de um longo momento de silêncio. Narcisa então fez um gesto para que seu filho se sentasse ao seu lado.
  -- Seu pai foi realizar uma tarefa muito importante meu filho, talvez ele volte amanhã.
  -- Onde ele está?
  -- Ele teve de encontrar os senhores Nott, Crabbe e Goyle. -sua voz estava inexpressiva, assim como seus olhos...pensativa- Vá brincar com sua prima.
  Draco subiu, bufando. Até quando sua mãe o iria tratar como um bebê? Ele não ia "brincar" com Willow, e tinha SIM o direito de saber o que diabos seu pai estava aprontando.
  Subindo as escadas, se deparou com uma cena que achou que jamais iria presenciar. Sua prima... estudando. E-S-T-U-D-A-N-D-O.
--Willow? O que você está fazendo? -a sonserina se assustou, mas logo tratou de arrumar uma resposta evasiva.
-- É um dos livros que a sangue-ruim sisma em ler todos os dias. -deu de ombros- Só queria entender onde ela acha tanta graça.
  Draco concordou e seguiu para seu quarto. Não porque acreditou na desculpa, mas sim, porque Willow o fez lembrar a cena ocorrida na biblioteca, o que o fez ficar com raiva de si mesmo, por não parar de pensar em uma sangue-ruim.
  Os dias se arrastaram. Willow cada vez mais entretida com os livros, Draco cada vez mais irritado. Eles não se falavam com tanta frequência, quando conversavam, era para que Draco reclamasse do modo como eles o tratam na mansão, ou para que Willow o pedisse ajuda para encontrar algum livro específico na grande biblioteca da mansão.
  Lúcio Malfoy passou a se encontrar com seus "companheiros" dentro da sua mansão. Esses que sempre levavam seus filhos, para que ficassem com Draco, enquanto eles trabalhavam, mas isso nunca acontecia. Em parte, porque Draco não conversava com um grande número dos garotos, e em parte, por que Willow sempre acabava sorrindo divertida para algum deles e subia acompanhada para seu próprio quarto.
  Enquanto isso, n'A Toca, os Weasleys (assim como um Potter e uma Granger) se preparavam animadamente para a Copa Mundial de Quadribol. Combinavam o lugar para o acampamento, arrumavam suas roupas, suas barracas, preparavam uma chave de portal, etc
  Harry estava muito animado. Nunca fora em uma copa mundial nem mesmo no mundo trouxa, e Quadribol era de longe seu jogo favorito no mundo todo.
  Depois de pegarem a chave de portal e conhecerem o muito sorridente Cedrico Díggory, trataram de se instalar nas barracas mágicas e se preparar para ir até o estádio, que estava lotado de bruxos e bruxas de diversos modos e nacionalidades.
  Depois de comprarem lembrancinhas sobre o jogo e se acomodarem em seus lugares, estavam totalmente concentrados nas apresentações dos times e, principalmente, na entrada de Victor Krum.
  Algumas arquibancadas abaixo, estavam três pontinhos brancos de cabelos loiros e um de cabelos pretos, todos com roupas escuras e luxuosas. Lúcio estava esbanjando um bom humor inacreditável, se permitiu até a um sorriso de lado. Narcisa estava preocupada, com o rosto levemente pálido, olhando constantemente para os lados. Draco olhava animadamente em volta, esperando o início do jogo e Willow... estava novamente com a cara enfiada nos livros.
  Ao olhar para cima, o sonserino avistou os grifinórios, gritando animadamente, sentados em um lugar menos privilegiado. Não pôde deixar de irritá-los.
-- Olha, quem é que está aqui! Se não são o Potter Cicatriz, a Sangue-Ruim e o Pobretão Weasley. Esses lugares são muito mais do que você conseguiria sonhar, não é, ruivo?- sorriu divertido, enquanto o senhor Weasley o olhava de canto, e perguntava a Rony, sussurando, quem era a peste que o estava encomodando. Rony olhou para baixo e, dando de ombros, respondeu sem se preocupar com a altura de sua voz:
-- Esse é o Draco. Draco Malfoy.
-- Mas é claro, como não adivinhei?- o senhor Weasley revirou os olhos, ignorando o garoto. Quer dizer, até ser provocado de verdade.
-- Os traidores do sangue estão te incomodando, Draco? -o senhor Malfoy chega, imponente, ao lado do filho.
-- Lúcio!- os olhos de Arthur Weasley faiscaram. Poderia lançar um feitiço por eles se se esforçasse um pouco.
  Eu poderia simplesmente gastar dezenas de milhares de palavras ofensivas, se fosse narrar a longa discussão que se iniciou, mas a mim apenas interessa a participação de Willow nessa história.
  Hermione, percebendo a presença espiritual de um ser semelhante a ela, (só Merlin e Hermione entenderiam o que Willow fazia com um livro em pleno jogo de quadribol) sentiu-se confortável para se aproximar.
-- O que está lendo? -Black estava extremamente concentrada na leitura. Tanto, que foi tamanho o susto que levou com a voz de Hermione, que gritou e jogou o livro (esse que bateu na cabeça de uma senhora com roupas amarelo-vibrante, a fazendo gritar e derramar seu suco de abóbora no homem de capa marrom sentado a seu lado). Olhou Granger, com uma expressãode espanto e desespero:
-- Que diabo é isso Granger? Que susto! Eu poderia ter machucado alguém!
-- Bom, digamos que a senhora ali em baixo não está exatamente contente contigo.
-- O que quer aqui, Sangue-Sujo? -essas palavras não ofenderam Hermione. Elas não saíam com desprezo da boca de Willow, mas sim, com indiferença. Ela realmente não ligava se a grifinória tinha ou não sangue puro, era apenas o modo como a chamava na frente de sua "família".
-- Saber o que você estava lendo. Bom... estou entediada, para falar a verdade. Não gosto de esportes.
  A sonserina iria responder, mas seu primo surgiu, e ela teve que adotar uma postura rude.
-- Não interessa a você o que estou fazendo ou não, Sangue-Ruim. Volte para a multidão de cabelos cor de fogo. -e então desceu a arquibancada, para pegar de volta o livro. Draco olhou Hermione de cima a baixo, e sem querer, sorriu.
-- Você fica ótima de verde, Granger. -disse sem conseguir se controlar, se referindo às roupas verdes do time que Mione usava. Ela corou violentamente e subiu novamente até os Weasley.
  "Fico bem de verde?? Maluco!"
Mas foi apenas ao final desse jogo espetacular, que as coisas ficaram realmente interessantes...

Willow Black LestrangeOnde histórias criam vida. Descubra agora