Draco não era capaz de raciocinar. Sua razão, sua lógica, seus pensamentos o abandonaram. Mas ele realmente não se importava. Ele decidiu seguir o que seu coração pedia, dar a seu corpo o que precisava.
-- Malfoy vamos logo, saia, o que voc... - tentou tirá-lo de cima dela, indignada, mas foi interrompida.
Draco selou seus lábios aos da morena, que estava paralizada no chão. Ele segurou suavemente seu rosto, e aprofundou o beijo, pedindo passagem com a língua, e Hermione cedeu. Se beijavam desesperadamente, como se descontassem a raiva que sentiam um do outro naquele beijo.
Aquilo era surreal, era errado. Hermione tinha certeza disso, mas, exatamente por esse motivo, pensava que devia aproveitar ali, um momento que jamais se repetiria novamente.
As mãos da grifinória estavam nos ombros do loiro, e foram descendo lentamente pelo seu peitoral, sobre sua blusa. O garoto sorriu, sem descolar, por um momento sequer, sua boca da dela. "Oh! Como pode ter um gosto tão bom, Granger?"
Draco segurava o pescoço de Hermione com a mão esquerda, enquanto a direita escorregava pela cintura dela. Sem conseguir se controlar, a garota suspirou e se arrepiou.
Malfoy soltou um gemido involuntário e empurrou a garota bruscamente. "Merda! Preciso parar! Vou perder o controle!"
Hermione o olhava assustada, com o rosto corado, enquanto se recuperava e levantava do chão, ajeitando sua roupa.
-- Ninguém-nunca-pode-saber-oque-houve-aqui-Granger.
-- Detesto ter que dizer isso, mas você tem razão.
-- Eu estou falando sério, Sangue de Lama! - ele a empurrou com força contra o tronco de uma árvore próxima, com um olhar assassino - Se alguém descobre que fiquei com você, se minha família SONHAR algo assim, eu estou fodido, você entendeu?
-- Eu já entendi, nunca contaria a ninguém. Acha que sujaria meu nome contigo? CRIA DE COMENSAIS!
Aquilo realmente o afetou, mesmo que ele nunca admitisse. Fez sua melhor cara de nojo e se afastou da garota, indo atrás de sua prima. Mas não saiu sem antes fazer um comentário:
-- Eu te odeio Hermione Jean Granger.
-- Eu te odeio mais, Draco Lúcio Malfoy.
Dali para frente, não se falaram mais, apenas seguiram cada um o seu caminho. Embora não existisse nem um mínimo de confiança entre eles, sabiam que estavam sendo sinceros um com o outro quanto a uma coisa: nunca ninguém saberia do que houve ali, e isso jamais se repetiria.
Hermione encontrou seus amigos, que contaram a ela o que houve. Logo estavam de volta às respectivas casas, estando Harry e Hermione com os Weasley e Black com os Malfoy.
Logo que a história se acalmou, Harry soube quem são e o que fazem os comensais da morte, enquanto Willow e Draco interrogavam Lúcio Malfoy, na sala de sua mansão:
-- Onde estava ontem, tio?
-- O que estava fazendo, pai?
-- O que seus "colegas" e você combinavam, tio?
-- Quem vestia os capuzes, pai?
Lúcio não se esquivou das perguntas, as crianças sabiam que ele estava envolvido, disso ele tinha certeza. Não faria diferença mentir, eles apenas o pressionariam mais.
-- Olhem crianças, esses são assuntos que interessam unicamente a mim e a meus "colegas", como nomeou Willow. Vocês deveriam tratar de ir ao Beco Diagonal e comprar seus materiais escolares, o ano já vai começar. - sua habitual voz fria e cautelosa prevaleceu.
-- O que!? Beco Diagonal? Você está louco? Pai, vocês reorganizaram o esquema dos... - Draco havia perdido o controle, e Willow percebera. Ele não devia confrontar seu pai, e sabia disso. Melhor intervir, antes que o pior aconteça.
-- Tudo bem, tio Lúcio. Nós vamos amanhã, eu levo o Draco. Pode nos dar alguns galeões?
A atenção de Lúcio foi capturada pelo tom doce e infantil de Willow. "Ela vai arrumar problemas" ele soube, conhecia muito bem a sobrinha.
Draco não gostou de ser cortado durante seu ataque de fúria, mas sabia que sua prima tinha um bom motivo. Ela era extremamente inteligente, quase foi selecionada para a Corvinal em seu primeiro ano (um ano antes de ter sido levada para Azkaban). Nunca agia antes de pensar duas vezes, até mesmo quando tentou libertar seus pais. Quase conseguiu, sua única falha naquele plano perfeito foi não ter previsto que teriam aumentado o número de aurores no local, para uma investigação enviada pelo Ministro Fudge.
-- Bom, Draco, por que não sobe e me espera no seu quarto? Podemos jogar Snap Explosivo. Só vou comer alguma coisa, aquele jogo me deixou faminta!
Draco acenou furtivamente com a cabeça, desconfiado, e subiu até seu quarto em passos lentos, porém decididos.
-- Tio Lúcio, podemos conversar? - ainda docemente infantil, quase cínica. - Vamos até a cozinha, vou preparar um chá! Tia Narcisa disse que meu chá é delicioso!
Andando vagarosamente até a cozinha, Lúcio Malfoy seguiu a garota, sem saber o que esperar. Willow preparava o chá graciosamente, quase inocentemente. Eu disse quase. Enquanto misturava as ervas na água quente, colocava açúcar, creme, uma coisinha ali e outra aqui, seu tio se acomodava em uma das cadeiras da grande mesa. Ela sentou-se em frente a ele, com duas xícaras de chá. Apressou-se a pegar uma delas e dar um grande gole, depois sentou-se em frente a seu tio, que pegou a outra xícara e bebeu.
-- O chá está realmente muito bom! O que queria falar comigo? - Willow sorriu, satisfeita.
-- Sabe, você não pode manter o Draco sob um calabouço, ele não pode viver assim, tem que ter direito a dar opinião.
-- Eu só quero o melhor para ele. Ele deve aprender a guardar o que pensa somente para si mesmo, isso é uma característica crucial que ele deve ter. Vai ser-lhe útil algum dia.
-- Bom, de qualquer forma não era sobre isso que eu queria falar. Eu estava lendo alguns livros, e curiosamente achei algo sobre Vol...hm... sobre o Lorde das Trevas. É verdade que ele esteve no Havaí?
-- No... sim, é verdade, foi a negócios, já que lá existe uma concentração maior de bruxos que de trouxas. Queria alguns aliados longe daqui... mas como um livro pode ter retratado isso? Era uma informação válida apenas aos Comensais da Morte.
-- E por isso sabia, não é, titio? - sorriu cinicamente. Ela sabia brincar, e muito bem. Sem entender direito o motivo, o Sr. Malfoy respondeu.
-- Sim, por isso eu sabia. Sua mãe também, ela era o braço direito dele. - inexplicavelmente o sorriso de Willow se alargou.
-- Eu sei, eu sei. - comentou olhando alegremente para seu chá - Ela era uma garotinha muito má! - riu sarcástica, ainda encarando o líquido a sua frente, pensativa.
-- Ele também esteve no Brasil. Estou correta?
-- Sim.
-- Ouviu falar nos antigos integrantes de uma escola chamada Castelobruxo, não foi?
-- Foi.
-- Levou sua cobra Naguini e mais alguns objetos... não foi? - agora ela olhava para ele, um ar vitorioso no rosto. Ela sabia do que estava falando... ele não. Seu sorriso estava largo, seus olhos maliciosos e sua postura ereta, como se já soubesse a resposta, esperando apenas a confirmação.
-- Sim.
-- Obrigada, tio Lúcio! - sorriu inocentemente, como uma criança que acabara de receber um doce - Foi uma conversa ótima! Espero que possamos conversar mais vezes!
-- Disponha.
-- Até logo, vou jogar alguma coisa com o Draco, ele parece desanimado.
-- Claro.
Willow seguiu, vitoriosa, até seu quarto. Ela guardou todos os livros que estavam espalhados dentro de seu malão. Depois tirou do bolso e jogou fora um vidrinho vazio, que, há pouco tempo, guardava uma pequena quantidade de Veritaserum, a poção da verdade.
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Willow Black Lestrange
FanfictionBellatrix aparentemente teve uma filha com Rodolfo... ela pode ser bem diferente do que todos imaginam... mas como saber? Ela foi criada de modo a saber atuar. A historia poderia ter sido bem diferente se ela tivesse sido citada nos livros. Ela é ap...