Capítulo 36

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— O que você fez, Alinna? — A voz dele treme, os olhos arregalados em choque e dor

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— O que você fez, Alinna? — A voz dele treme, os olhos arregalados em choque e dor. Ele tenta erguer a mão, agora tingida de sangue, em direção ao peito, onde a flecha está profundamente cravada.

Estou, imóvel, sobre Leonidas, minhas mãos ainda agarradas à flecha que cravei em seu peito. O sangue dele escorre ao redor, manchando meus dedos de vermelho enquanto a força que apliquei na arma ainda reverbera pelo meu corpo. Meu coração bate descontroladamente, e uma onda de incredulidade me domina. Não posso acreditar no que acabei de fazer.

— Alinna... O que você fez? Eu sou seu marido. — A incredulidade na voz dele é real, misturada com a dor física e emocional.

— Você realmente achou que eu me apaixonaria de verdade por você, Leonidas? — Minha voz é baixa, mas carrega todos os sentimentos que venho acumulando. Sinto as lágrimas brotarem nos meus olhos, mas não deixo que caiam. Não agora.

— O que... O que você está fazendo? — Ele mal consegue formar as palavras, a confusão estampada em seu rosto.

— O que eu deveria ter feito há muito tempo. — Respondo, minha voz mais firme, tentando mascarar o tumulto de emoções dentro de mim.

— Isso... Isso não é possível! Você fingiu esse tempo todo? — Ele começa a tremer, a compreensão finalmente começando a se formar em sua mente.

— Claro que eu fingi esse tempo todo. — Tento manter a compostura, mas minha voz vacila, quase revelando a verdade por trás de minha fachada fria.

— Você... Você foi para cama comigo, Alinna! — Ele grita, a dor e a traição claras em cada sílaba.

— Cada um faz seu sacrifício. — Sussurro, mais para mim mesma do que para ele, tentando convencer a ambos de que tudo isso valeu a pena.

A flecha, agora tão leve em minhas mãos, parece pesar toneladas. Não é apenas a arma que cravou em Leonidas, mas também o símbolo de tudo o que perdi e sacrifiquei para chegar até aqui. Mas não posso voltar atrás, não agora. A decisão foi tomada, e o caminho que escolhi está manchado de sangue.

— Você se tornou alguém muito pior que eu, muito pior... — Leonidas murmura, sua voz entrecortada por uma tosse que traz sangue à sua boca.

— Talvez eu tenha me tornado. — Respondo, minha voz fria e distante. — Mas é exatamente por isso que não há espaço suficiente para dois vilões neste mundo. Seu tempo aqui acabou.

Finalmente, solto minhas mãos da flecha cravada em seu peito. A sensação é estranha, como se algo essencial estivesse sendo arrancado de mim, mas não me permito hesitar. Olho para as minhas mãos, manchadas com o sangue dele, e depois para Leonidas, que luta para respirar, a vida lentamente se esvaindo de seus olhos. Lentamente, me levanto, tentando esconder o tremor nas minhas pernas. Dou uma volta pelo local, observando tudo ao meu redor, cada detalhe do ambiente impregnado com o peso da nossa história. Então, volto meu olhar para Leonidas, agora reduzido a um homem agonizante.

After NightFall  Vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora