Capítulo 59

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P.O.V Autora

Dois meses se passaram após a separação de Anahí e Alfonso, e as dores do rompimento ainda estava doendo profundamente nos dois, principalmente porque eram obrigados a se verem sempre. Trabalhavam no mesmo lugar, e por isso Anahí cogitou em se demitir para não correr o risco de ficar esbarrando em Alfonso no hospital, mas ela decidiu que seria forte e que continuaria ali. Também tinham que se ver pela Alana, Alfonso tinha consciência de que não poderia privar Anahí de ver a filha, senão quem se prejudicaria de saudades seria a menina. Então entraram de comum acordo que Anahí ficaria com Alana aos finais de semana.

Eles choravam um pelo outro praticamente todos os dias, no final do dia, cada um deitado em sua cama. Para Alfonso era o fim ter que deitar naquela cama que era deles. A cama e o quarto que foram testemunhas das noites de amor deles. O cheiro de Anahí estava impregnado em cada canto da casa, era o inferno! As lembranças eram cruéis, o coração doía cada vez que a via. Sentia tanta saudades! A tarefa mais difícil era vê-la e não poder tocá-la, beijá-la. Também sentia vontade de esganá-la cada vez que se encontravam, pois não parava de se perguntar o porquê dela ter feito aquilo com os dois. Ele precisava dela, precisava como se fosse seu ar. O coração batia dolorosamente ao lembrar que aquilo não aconteceria, que não a teria mais.

Alfonso só continuava de pé por Alana. Aquela menina estava sendo sua força agora. O sorriso, a risada, a simples existência da filha já o fazia bem para continuar vivendo. Sem contar que, ela se parecia muito com Anahí. Os olhos... Os olhos delas eram tão iguais que chegava a assustar Alfonso. E quando ele mirava o azul intenso da filha, conseguia visualizar Anahí ali, e de uma certa forma, isso acalentava sua dor. Quanto a Peter, Alfonso adorava o filho, todavia não era capaz de sentir o mesmo amor que sentia por Alana, e isso o deixava pior. Que espécie de pai não ama seu próprio filho? Ele se perguntava. Tudo bem que ele era filho de Lívia, a mulher que havia desgraçado seu relacionamento, mas e daí? Era seu filho também e o menino não tinha culpa de nada. Alana nem era sua filha biológica e mesmo assim a amava com todas as forças, já Peter... Alfonso não se entendia mais!

Como Alfonso tinha dito para Anahí falar com a Alana sobre o término, ela o fez, no dia seguinte que terminaram. Ela rebocou o rosto todo, cheio de maquiagem, colocou um óculos de sol, e ainda sim, era visível a tristeza e o abatimento na face. Naquele dia Anahí chegou na mansão e contou pra menina da forma mais delicada possível, porém, de qualquer jeito as lágrimas da criança não foram contidas. Até hoje Alana não entende e não consegue aceitar a separação dos pais. Ela era muito compreensiva, mas isso ela simplesmente não conseguia entender. Os pais estavam tão bem, e de repente... Alana ainda tinha esperanças de que eles fizessem as pazes. Tentava juntar os dois, fazê-los ficarem em um local sozinhos, até mesmo Peter a ajudava, contudo, suas tentativas falharam e ela ficava cada vez mais desanimada. Doía acordar e não receber os carinhos de Anahí. Doía chegar da escola e de noite, após o trabalho, não tê-los juntos para vê-la.

Anahí só sabia chorar todos os santos dias. Não existia um dia que não chorasse por Alfonso, e ela se odiava cada vez mais por isso. Ela não conseguia superar a dor de perdê-lo, de saber que não poderia chegar e beijá-lo, de não receber mais suas carícias, de não ter mais seu amor, de não ter mais aquele sorriso que a fazia derreter por inteiro. Sabia que a culpa era toda sua, ela que optou por acabar com aquilo, pois por Alfonso, eles estariam juntos. Mas ela não queria se arriscar, não novamente, cair de corpo e alma nesse amor e sair mais ferida do que já se encontrava. Estava sofrendo horrores, não se surpreendia mais com sua capacidade imensa de chorar rios sempre. E a dor se multiplicava com a perda do bebê, isso era mais uma coisa que não conseguiu superar. Vivia colocando as mãos na barriga, fechava os olhos e tentava imaginar como tudo seria melhor se ainda tivesse com o fruto do amor do homem de sua vida no ventre, mas perdeu os dois em uma tacada só...

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