Capítulo 16

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P.O.V Alfonso

Fui embora para casa com Alana o trajeto inteiro calado, pois se eu abrir a boca sei que vou acabar gritando e falando o que não devo pra ela e depois vou me arrepender.

— Sobe! - Mandei ela subir para o quarto com voz autoritária assim que chegamos.

Ela subiu, com cara de choro. Vou tentar ser paciente, mas vai ser muito difícil. Fiquei muito envergonhado pelo que Alana fez. Pra começar, foi grossa com a Annie, a ignorou quase todo o momento, e ainda por cima a sujou com sorvete. Eu realmente não conheço a Alana do parque, conheço apenas a Alana amorosa, carinhosa, fofa e meiga, por isso estou muito decepcionado com ela, confiei que ela fosse se comportar.

— Só me diz uma coisa, Alana: Por que? Por que você fez aquelas coisas com a Anahí? - Perguntei no quarto dela com toda paciência que consegui reunir.

— Porque não gosto dela! - Respondeu, simples.

— E por que você não gostou dela, ou pelo menos não tentou ser amável? - Eu não vou admitir um simples "Eu não gosto dela!". Isso é pura birra e ciúmes.

— Porque não, ué. - Minha paciência está se esgotando...

— "Porque não", não é resposta Alana Herrera! - Só a chamo assim quando começo a ficar furioso, e ela sabe. - Eu quero que você me conte agora por que a tratou daquele jeito!

— Ta vendo só? O senhor tá brigando comigo por culpa dela. - Começou a chorar. Ela está desviando o assunto.

— Não, eu estou brigando contigo porque você pediu por isto, porque você não se comportou hoje! - A cada segundo que passa minha paciência vai ficando mais minúscula.

— Não interessa, se o senhor não tivesse conhecido ela não "taria" brigando comigo agora. - Soluçou. Ok, não dá mais!

— JÁ CHEGA ALANA HERRERA, CHEGA! - Gritei e ela me olhou assustada. - Não vem com esse joguinho sentimental chorando pra desviar do que eu te perguntei porque não vai colar. Eu tô tendo a maior paciência com você, só que não dá mais! Me fala agora o motivo. Agora.

— Está bem! - Suspirou, se rendendo. - Eu fiz aquelas coisas porque eu tenho ciúmes do senhor. - Murmurou de cabeça baixa, amassando o final do vestido, com vergonha. - Todos esses anos o senhor sempre foi só meu, sempre tive sua atenção e carinho, só que agora com ela o senhor não vai mais ligar pra mim. - Fungou.

Suspirei e sentei na cama ao lado dela. De onde essa menina tirou isso de que vou esquecer ela? Que ideia! Eu jamais deixarei minha bebê de lado.

— Filha, olha pro papai. - Pedi mais calmo. Ela ergueu a cabeça e vi seus olhinhos marejados. - A gente conversou sobre isso essa semana. Eu não te falei que você é a pessoa que eu mais amo no mundo e que você nunca vai me perder?

— Sim - Murmurou.

— Então, bebê. Acredite em mim quando digo isso, porque é a mais pura verdade. Você não acredita em mim?

— Acredito! É que eu fiquei com medo de última hora, por isso fiz aquilo.

— Pois então não duvide do papai quando falo que te amo mais que qualquer coisa no mundo, ok? - Ela assentiu menos triste. - Mas eu tô bem chateado contigo, viu mocinha? O que você fez foi muito feio e errado. Não foi essa educação que eu te dei. Você prometeu que iria se comportar, porque quebrou a promessa? - Ela deu um sorrisinho torto e confessou:

— Na verdade eu não quebrei nada papai, porque eu cruzei os dedos, ou seja, foi promessa de mentirinha. - Eu dou risada ou uma bronca? Escolho a primeira opção, é mais forte do que eu. Essa menina é fogo!

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