Capítulo 60

659 43 32
                                    

P.O.V Alfonso

No domingo de manhã, acordo com o barulho do meu celular tocando. Sonolento, o pego resmungando e vejo no visor que é o Ucker. Estranho e o atendo.

Alô

— Alô, cara. Olha, não tem a Lívia? Então... Não me pergunte, não sei como aconteceu, mas ela está aqui no hospital em estado grave e o Peter está sendo examinado - Arregalo os olhos, preocupado com Peter e num pulo me levanto da cama e começo a me vestir. Pouco me importa a Lívia.

— Você sabe como se encontra o quadro dele? Como eles foram parar ai?

— Com Peter aparentemente não aconteceu nada, já com a Lívia o negócio foi feio. Eu vi quando chegaram com ela numa maca, e tinha muito sangue na cabeça dela. Sei que você não se importa com ela, mas tô falando pelo seu filho... Como eles pararam aqui, provavelmente pode ter sido um acidente de carro, porém ainda não tenho informações.

— Fez muito bem em me avisar, Ucker. Obrigado. Estou indo aí - Falei apressado e desliguei.

Terminei de me arrumar rapidamente e logo eu já estava dirigindo rumo ao hospital. Por mim Lívia realmente pode morrer, mas tenho que pensar em Peter. Não gosto nem de imaginar como ele ficaria se ela morresse. Eu já estava me preparando pra começar uma guerra contra Lívia para tomar o Peter dela, como eu havia dito quando ela desgraçou meu relacionamento. Mas nunca imaginei que isso aconteceria. Só penso em Peter, em como ele deve estar, o que está sentindo... Preciso chegar rápido e ficar com ele, para ele ver que não está sozinho. Ele é meu filho, e não vou desampará-lo, independentemente se o amo ou não.

Quando dei por mim já tinha estacionado o carro e entrei no hospital, procurando alguém que me dissesse o que houve ou onde está Peter. Sobre o que aconteceu, ninguém sabe ao certo, mas me informaram que Peter está na alá de pediatria e fui rumo para o elevador. Quando cheguei no andar, a recepcionista me falou a sala onde ele está e logo entrei no consultório. A cena que vi partiu meu coração. Peter está chorando, totalmente assustado enquanto o médico faz os devidos cuidados e tenta acalmá-lo. Felizmente ele parece bem, tem apenas alguns arranhões nas pernas e um machucado bem profundo na testa, que está sangrando. Me aproximei, e quando me viu, me abraçou.

O peguei no colo e retribui com todo carinho que pude, me emocionando com seu estado. Fiz carinho em sua cabeça e o pediatra ficou olhando alguns exames de Raio X.

— Pai... A minha mamãe - Soluçou - A minha mãe, onde ela está? Ela está bem?

— Calma, filho. Eu não sei o que aconteceu com sua mãe, acabei de chegar, mas prometo que depois vou ver como ela está e te aviso, ok? - Ele assentiu, fungando - Peter, o houve pra vocês terem parado aqui no hospital?

— A gente tava no carro, a mamãe ia me levar pro meu treino de futebol - Sua voz embargou. Estava com medo, amava tanto a mãe! Alfonso esperou - Estava tudo normal, mas a mamãe não estava com cinto de segurança, e eu estava no banco de trás, e eu usei. Até que no meio do caminho apareceu um caminhão gigante e atropelou a gente, e o carro capotou, não muito forte, mas capotou. E como eu estava com cinto, ele me protegeu, e minha mamãe estava sem e enquanto o carro girava, eu vi ela voando pra fora, e ela parou lá longe e bateu a cabeça com força, eu vi tudo antes de dormir e não sei de mais nada, acordei aqui - Uma lágrima desceu de seus olhos.

Meus olhos lacrimejaram, e voltei abraçar Peter. Me comove saber que ele viu todo esse horror acontecendo com a mãe. Eu não me preocupo nenhum pouco com Lívia, mas Peter está arrasado e sofro por ele. Imagina o terror que ele viveu enquanto o carro girava e ao mesmo tempo via sua mãe sendo arremessada? Ele pode ficar traumatizado pelo resto da vida! Sei a dor de perder um dos pais e não quero que aconteça o mesmo com ele.

— Calma, filho! - Afaguei suas costas - Vai ficar tudo bem. - Ele apenas assentiu chorando com mais calma e encarei o médico ainda aconchegando Peter. - E então doutor, aconteceu alguma coisa com ele? - Me referi ao Raio X, e o médico me olhou.

— Felizmente não - Sorriu - Provavelmente o carro não capotou demais e o cinto o protegeu bastante, e ele ficou apenas com esses machucados. - Suspirei aliviado - Mas ele tem que ficar aqui pra eu poder limpar tudo o quanto antes - Assenti de acordo e olhei Peter novamente.

— Filho, você tem que ficar aqui e deixar o médico fazer o trabalho dele enquanto eu vejo o que aconteceu com sua mãe, tudo bem? - Peter assentiu, os olhos assustados - Você não está sozinho! - Declarei, sentindo a necessidade de dizer aquilo.

Logo sai da sala e me encaminhei para a alá de neurologia, onde fui informado onde Lívia estava. Cheguei, e dessa vez tive que esperar, pois Lívia está sendo operada na cabeça e pelo jeito vai demorar horas pra acabar. Nesse momento não adianta ser dono de tudo isso, pois sei que nesse caso o assunto é delicado e não resta fazer nada além de esperar. Enquanto esperava, olhei meu celular pensando em ligar para Anahí e informar sobre o ocorrido, mas no fim desisti da ideia. Ela não tem nada a ver com isso mesmo e só preocuparia Alana, ela adora o irmão. Concluindo de que a cirurgia vai demorar, avisei a recepcionista dali que me avisasse quando a operação acabar para eu voltar de novo.

Desci de volta para ficar com Peter e quando entrei na sala o vi com um curativo na testa. Assim que me viu, começou as perguntas.

— E a minha mãe, pai? Ela está bem? Viu ela? - Interrogou, ansioso. Suspirei me sentindo impotente.

— Não quero que você se assuste, seja o menino forte que você sempre foi... Mas sua mãe está sendo operada agora. - Ele arregalou os olhos

— Mas por que?

— Lembra quando você disse que sua mãe bateu a cabeça? Então... Ela teve que operar a cabeça, mas ficará tudo bem... - Parei de falar quando o vi voltar a chorar e me senti mal por não poder fazer muita coisa.

— Minha mãe vai morrer? - Perguntou com voz embargada. Pensei numa resposta com cautela, pois numa situação dessas, receio que ela possa ter um traumatismo craniano e isso leva a óbito, mas não quero assustá-lo.

— Não pense essas coisas. - Sentei ao lado dele na cama e deitei sua cabeça em minhas pernas - Pense positivo, sua mãe vai sair dessa. - Assim espero, por ele, porém não estou confiante de que Lívia saía dessa bem. Peter não respondeu nada e fiz carinho em sua cabeça, e ele logo adormeceu.

Cinco horas depois, a cirurgia de Lívia acaba e logo volto para onde ela está, aproveitando que Peter caiu no sono. Quando chego, vou direto até um dos médicos que a operou.

— E então, doutor? O que houve com ela? - Pergunto nada preocupado.

— Lívia teve um traumatismo craniano - Como eu imaginava... - Agora se encontra coma e não temos previsão de quando ela vai acordar. Pode ser que não acorde nunca mais. - Suspirei, pensando em como vou contar a Peter - A operação foi bem delicada, ela perdeu muito sangue, o que me leva a crer que a pancada que ela levou na cabeça foi muito forte.

— Foi sim, meu filho presenciou tudo e me contou que ela bateu a cabeça com tudo, já que ela estava sem cinto e foi arremessada pra fora do carro. - O neurologista assentiu.

— Então está explicado. Bem, por ora é só isso que posso dizer. Lívia está respirando com a ajuda de aparelhos e não pode receber visitas agora. Aconselho que acalme seu filho, pois não será nada fácil.

— Farei isso - Assenti. Conversamos mais um pouco e depois o doutor se retirou.

Após isso, voltei pra onde Peter está e entrei na sala e sentei na poltrona ao lado da cama que ele está dormindo. O olhei com dó. Como vou dar essa notícia a ele? Eu realmente não estou nem aí pro bem estar da Lívia, mas Peter vai sofrer e não quero vê-lo assim. Eu já ia começar a mexer meus pauzinhos para ficar com a guarda de Peter, mas não vou precisar. Pelo jeito Lívia não vai acordar tão cedo.

________________________________________

Oii babys 💅. Dei uma sumida de leve 😂. Mas voltei com isso e acho que vocês adoraram (porque vocês são venenosas 😂). Juro que sábado posto 😘😘

Juntos Pelo Acaso • AyA Onde histórias criam vida. Descubra agora