Capítulo 50

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P.O.V Alfonso

Quando vi Anahí caindo da escada senti meu coração doer cruelmente e rapidamente corri para socorrê-la, mas quando vi, ela estava de olhos fechados. Tentando não me desesperar, a peguei no colo e fui para o carro. A coloquei deitada no banco de trás e comecei a dirigir feito um louco. Não posso deixar que nosso bebê morra... Outro não. Annie não suportaria. A sorte é que Alana está na casa de uma amiguinha e dormirá lá e só voltará amanhã depois da escola, então espero que até lá tudo isso já tenha passado.

Olho Annie pelo retrovisor a todo momento, preocupadíssimo. Ela não tira a mão do ventre e graças à Deus não a sangue nenhum saindo de dentro de si. Não entendo nada sobre esses assuntos de gravidez, já que não é minha área, o que "ajuda" a me deixar mais desesperado. Me sinto tão culpado! Se eu não tivesse tentado me aproximar, ela não teria corrido e ido pra escada. Mas, porra, o que deu nela? Eu não sei nada sobre camisa nenhuma com batom! Mas agora não é hora de pensar nisso.

Quando cheguei no hospital estacionei de qualquer jeito e quando alguns funcionários me viram, prontamente apareceram com uma maca e deitei Anahí nela. Eles falaram que eu estou muito alterado e que não é bom entrar. Insisti para entrar com ela e mesmo sendo errado, usei meu poder de chefe para fazer isso. Odeio abusar do poder, mas não vou ficar longe de Anahí! Por fim, entrei em uma sala de obstetrícia onde Annie está deitada e ainda desacordada. Quem está aqui é Angelique, o que me deixa mais aliviado, por ela ser minha amiga.

- Como ela está? E o bebê? - Perguntei afobado, do lado da Anahí.

- Calma Alfonso, você está muito nervoso. Eu vou ver agora como eles estão. - Respondeu colocando uma luva nas mãos e pegou os aparelhos, pousando um na barriga da Annie. Suspirei tentando me acalmar. Vai ficar tudo bem. Tem que ficar.

Angel foi passando o aparelho na barriga dela e franziu o cenho, o que me deixou apreensivo. Então suspirou, parou de mexer e olhou para mim séria.

- O que houve pra ela ter aparecido aqui assim? - Respirei fundo não gostando nada de lembrar dos últimos acontecimentos.

- Discutimos e... Ela caiu da escada, levou um tombo feio quando caiu... - Resumi, praticamente murmurando com medo - Mas me fala se eles estão bem, pelo amor de Deus!

- Se o tombo foi tão feio assim... Tá explicado... - Falou baixo para si mesma, olhando o monitor - Vou ser bem sincera com você, Alfonso - Olhou para mim novamente com os olhos sérios - Por pouco Anahí não perdeu o bebê - Engoli em seco - A placenta dela quase se deslocou e, se isso tivesse acontecido, haveria muito sangramento e uma tragédia poderia ter acontecido com o feto. Foi por muito pouco mesmo.

- E como ele está? - Perguntei com vontade de chorar.

- O bebê passa bem, mas a partir de agora declaro que a gravidez de Annie é de risco. Se ela passar qualquer estresse, nervoso, raiva, ou coisa do tipo, e um tombo sequer que ela tiver agora, pode ser fatal pro bebê e ele dificilmente resistirá.

"Ele dificilmente resistirá."

"Dificilmente resistirá"

"Dificilmente resistirá "

Essas malditas palavras ecoam pela minha cabeça com toda força, sem me permitir tentar manter a calma, pois a mesma foi embora depois de ouvir essa cruel frase. Um passo em falso e minha mulher perde nosso filho... Isso não pode acontecer! Eu com certeza ficaria arrasado, mas e Anahí? Meu Deus, não posso nem pensar em como que ela ficaria, me parte o coração só de imaginar.

Cansado de fingir que estou bem e tranquilo, deixei meu coração desabafar e soltei um choro copioso, doido, sentido. É oficial, estou desesperado!

Juntos Pelo Acaso • AyA Onde histórias criam vida. Descubra agora