Capítulo 45

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P.O.V Anahí

Uma semana depois, ainda estou com a história dos batons na camisa do Alfonso na cabeça. Não quero desconfiar dele, de jeito nenhum! Porém, é difícil quando encontro no mesmo dia, em duas camisas diferentes, a mesma cor de batom. Um tom laranja, que eu definitivamente nunca usei. E o pior, o batom continuou aparecendo nas camisas dele em dois dias seguidos. Esta noite mal consegui dormir, fiquei quase a madrugada inteira olhando-o com os olhos marejados. Não posso acreditar que ele esteja me traindo, essas marcas de batom tem que haver alguma outra explicação. Mas infelizmente não consigo pensar em mais nada além de traição. Estou me amaldiçoando por isto, não quero pensar besteiras. Não sei o que está acontecendo comigo, é como se eu não tivesse controle dos meus hormônios, pois não paro de chorar silenciosamente. Já o amo tanto... Não sei se aguentaria se ele me decepcionasse de tal forma.

Quando ele acorda, trato de ir lavar o rosto para que não perceba que chorei. Sou tão imbecil...

— Bom dia, pequena. - Deseja, com um sorriso.

— Bom dia? Só se for pra você! - Despejo seca, super de mau humor. Cansei de fingir que está tudo bem. Ele percebe o tom, e brinca:

— Huuum... TPM? Cólica? - Zomba, se aproxima para me beijar, mas eu desvio.

— Sim! - Minto, mas não estou de TPM nem com cólica coisa nenhuma. Meu mau humor é 100% Alfonso Herrera.

— E eu posso fazer alguma coisa pra esse humor melhorar? - Pergunta, ainda brincando e vai se aproximando de mim.

— Pode! Seria uma boa se você saísse de perto de mim. - Rosno, com raiva. Talvez ele não mereça, mas infelizmente quando enfio algo na cabeça, ninguém me faz mudar de ideia. Alfonso para de se aproximar de mim, me olha, me olha, me olha, e diz, agora sem brincar:

— Ok, você não é assim. O que houve?

— Nada. - Dou de ombros - Apenas estou estressada e quero você longe. - Nem eu sei o que estou fazendo, mas sinto que preciso ficar um pouco longe dele, pois sei que, se ele apenas me abraçar, vou esquecer tudo e amolecer.

— Estressada ou não, você nunca me tratou com essa frieza. Quando está mal, me deixa cuidar de ti, mas agora está vindo pra cima de mim com sete pedras na mão. Então, sim, aconteceu alguma coisa! Anda, me conte. Me deixe te ajudar, seja lá o que for. - Não posso contar, de jeito nenhum. Eu ainda vou investigar. Preciso fazer ele acreditar que estou assim pela TPM.

— Você sabe que nesses dias eu posso ficar bem grossa e especialmente hoje estou irritada até com o ar que respiro. Então, já disse que não é nada!

— Não acredito... - Ele retruca - Mesmo quando está assim, você não me trata desse jeito.

— Pois então se acostume agora. E se não acredita, o problema é seu. - Amargurada, abro o porta do quarto pra sair, mas ele me pega pela cintura e pergunta:

— E o meu beijo, esquentadinha? - O olho com vontade de dar na cara dele, mas lhe dou apenas um selinho e saio do quarto. Ouço seu suspiro frustrado.

Não sei se estou fazendo o certo (na verdade, nem sei o que tô fazendo), mas preciso descobrir sobre essas marcas de batom. Tenho muito medo da resposta, mas é pior ainda ficar com essa dúvida me corrompendo sem parar. Meu celular toca. É Maite.

Alô - Atendo.

— Alô, Annie. Você pode vir aqui em casa agora? Tô com um problema...

Então me lembro quando ela me ligou chorando, e eu cai feito um patinho...

Eu não vou, Maite. Eu disse que não cairia mais na sua.

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