Capítulo 51

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P.O.V Autora

Três meses se passaram, e Anahí está com quatro meses de gestação. Eles não sabem o sexo, pois o bebê está de pernas cruzadas e não se deixa ver. A relação de Anahí e Alfonso está indo de mal a pior. Anahí que esta dificultando tudo, por nada no mundo esquece o que houve três meses atrás, quando caiu da escada. Alfonso tenta se aproximar, dar carinho, atenção, mas ela está irredutível. A gravidez a deixa com os hormônios a flor da pele, o que não a deixa pensar direito e sempre acaba agindo sem pensar, sempre estando mal-humorada e rabugenta. Alfonso com medo dela sofrer qualquer emoção que não podia, como as que a obstetra citou, deixava pra lá e desistia de tentar se aproximar antes que ela virasse o próprio demônio.

Tentava jogar sujo, como, por exemplo, persuadí-la a transar, pra ver se ficava mais mansa e menos estressada, e funcionaria, se ela não agisse sempre pela razão, lembrando das malditas marcas de batom, que não conseguiu sair do lugar sobre o assunto, já que estava de repouso absoluto. Neste quesito, Alfonso estava de parabéns, pois sempre a observava, cuidava de sua alimentação, fazia questão de dar os remédios na hora certa e alertou a empregada Maria, para que desse os medicamentos em sua ausência. O zelo pela mulher e pelo filho era tão grande que chegava a sufocar Anahí. Ele estava muito frustado e magoado com a distância que a namorada impôs no relacionamento, mas não pagaria pra ver brigar com ela por isso nas condições que se encontrava. Tinha esperanças de que ela voltasse ao normal quando o bebê nascesse. Também não iria ficar se humilhando toda hora dizendo que não tinha nada a ver com o assunto de batom, se ela não acreditava, paciência. Ele sabia que uma hora ou outra ela pararia com a convivência de gelo que ela estava proporcionando a ele. Tinha certeza de que nunca foi tão paciente na vida, como estava sendo agora com a amada. Era o caos. Sentia tanta falta de fazer amor com ela! Mas se a grávida não queria, ele jamais insistiria. Não queria piorar as coisas.

Para Anahí estava sendo uma verdadeira tortura ficar de repouso sem trabalhar. Gostava tanto de trabalhar, se sentir independente... E agora se sentia presa, gorda e inútil. A única coisa que a distraia e a fazia se sentir bem era Alana e a cadela, Mel, uma graça, que já estava enorme, linda e reluzente com seu pelo macio e cheiroso. A filha se tornou tão importante em sua vida de uma forma que ela não sabia explicar, apenas sentir. Alana estava sendo ótima, como irmã mais velha merecia nota dez. Alfonso já havia explicado a ela de uma forma simples e menos trágica do que a mãe estava passando com seu irmãozinho e a alertou de que não poderia deixar a mãe triste, ou com raiva. E Alana simplesmente estava sendo uma verdadeira mocinha, toda cuidadosa e entendedora da situação. Nem Anahí gostava de barreira que tinha colocado no relacionamento, mas achava necessário. Servia para ela refletir. Era o inferno quando Alfonso tentava chegar perto pra dar um carinho ou para transar, porque era tudo o que Anahí queria. Ela nunca admitiria pro moreno, mas sentia tanta falta dele, quanto ele, dela. O que ela mais queria era que ele a possuísse, sentia que iria sucumbir sem seus carinhos. A gravidez não ajudava, pois sentia vontade de transar a todo momento e ficava com o garganta seca quando via Alfonso saindo molhado do banho ou apenas de cueca. Sem contar que ainda tinha os desejos absurdos que sentia, queria tanto que ele realizasse suas vontades, mas não pedia nada. Simplesmente se fechou a ele.

A situação havia chegado num ponto insustentável. Alfonso chegava do hospital com esperanças de um avanço dela, uma compreensão, mas nada mudava da parte dela, apenas piorava. Fazia um bom tempo que nem se beijavam mais. Só Anahí sabia o quanto queria o amado, porém ela também sabia que se cedesse um simples selinho a ele, cederia todo o resto. E ela não queria dar o braço a torcer de maneira alguma. Mal se falavam, Alfonso era tão paciente que estava merecendo um Oscar. Tentava conversar sobre assuntos banais, sobre coisas que ela gostava, levava comida a ela, a mesma recusava, mas, no fundo, querendo com todas as forças aceitar. Era muito orgulhosa mesmo, isso ela admitia, já que não tinha nem como camuflar. Ele se sentia tão esgotado de tudo aquilo!

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