Capítulo 52

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P.O.V Alfonso

Olhei Anahí sair de casa com o coração na mão. Estou tão preocupado com ela! Sou um idiota mesmo... Não deveria ter dito o que disse. Mas estava entalado dentro de mim há meses, não aguentei e soltei. Só espero que ela chegue logo. Não vou segui-la, pode ser pior. Eu preciso resolver essa situação insustentável hoje.

Fui no quarto da Alana para ver se ela não estava acordada, já que o burro aqui foi gritar e ela acordou naquela hora. Quando entrei, ela estava deitada, dormindo como um anjinho. Senti que meu coração triste, se recuperou um pouquinho ao vê-la. Me aproximei, lhe beijei o topo da cabeça e a cobri direito com o cobertor. A olhei por uns minutos, procurando acalmar meu coração e de repente um dos seguranças entrou no quarto, pedindo permissão antes.

— Aconteceu alguma coisa? - Me levantei, já pensando que Anahí fez besteira.

— Não, senhor. Acontece que a senhorita Lívia está aqui e quer permissão para entrar na mansão. Está com o menino Peter e disse que é urgente. - Franzi o cenho, estranhando. Lívia aqui a esta hora? Era só o que me faltava...

— Ok, obrigada. Pode deixar que eu mesmo vou atendê-la. - O segurança assentiu e se retirou. Depois de dar mais uma olhada em minha filha, sai do quarto e fui em direção a porta da casa.

Quando abri a mesma, lá estava Lívia com Peter ao lado. Ela está com uma cara de choro e umas marcas vermelhas de sangue no braço, e a calça que está usando se encontra rasgada. Também tem uns arranhões no rosto e não me surpreendi quando percebi que não fiquei nada preocupado com ela. Antes de tudo, fiz questão de abraçar Peter primeiramente e ele me retribuiu, e senti que ambos estávamos com saudades um do outro.

Peter já sabe que vai ter outro irmão ou irmã. De início não consegui decifrar sua reação, mas ele me disse que estava tudo bem e que iria brincar muito com o novo irmão e que estava feliz por nós dois. Já Lívia, não sei o que ela pensou e nem me interessa. Depois do abraço, olhei para Lívia, intrigado. Então ela disse com voz chorosa:

— Peter pode ficar com você hoje? É que minha mãe está doente e tenho que ir cuidar dela no outro lado da cidade e não posso levar ele. - Não pensei duas vezes, é óbvio que meu filho pode ficar aqui.

— Claro, tudo bem! - Sorri para Peter. - Pode entrar, filho. Está em sua casa! - Ainda é meio estranho chamá-lo de filho, mas aos poucos vou me acostumando. Peter então deu um beijo na mãe e o ouvi sussurrar pra ela "Fique bem!" e deduzi que falou sobre o estado que Lívia se encontra. Entrou em casa, logo subindo as escadas e deduzi que ele iria para seu quarto. Aqui ele já tem um guarda-roupa com as roupas que mandei comprar pra ele, sendo assim, quando vem não precisa trazer nada.

— Eu posso usar seu banheiro? - Lívia perguntou quando Peter sumiu de nossas vistas. A olhei e ergui a sobrancelha - É rápido. Por favor! Não está vendo meu estado? - Correu as mãos pelo corpo. Sem resistir a curiosidade, perguntei:

— O que aconteceu pra você estar assim? - Perguntei com certo deboche. Ela suspirou e revirou os olhos.

— Eu estacionei o carro um pouco longe daqui, e quando desci, de repente veio um Pitbull e avançou na minha perna. Eu achei que ia morrer, mas por sorte o dono daquele cachorro maldito apareceu e conseguiu contê-lo antes que fizesse mais estragos em mim. - Contou e segurei a vontade de rir. Sinceramente? Esse Pitbull onde quer que esteja, ganhou meu respeito. Vi os olhos de Lívia lacrimejarem e senti pena dela - Por favor, é sério. Está doendo e ardendo muito os ferimentos. Só quero passar uma água, estou me sentindo suja. - Senti vontade de soltar "Você já é suja por dentro".

Percebi que ela realmente está com dor, pois faz um esforço pra não derramar as lágrimas. Por fim, suspirei. Talvez possa ser burrice minha ajudá-la, mas ainda sim sou humano, sinto dó e como médico sinto o dever de fazer o que vou fazer. E acima de tudo, querendo ou não, ela é mãe do meu filho. Se ela sofrer, ele vai sofrer também, e não quero isso. Se demorar muito pra cuidar dos ferimentos, eles podem virar infecções graves.

— Entre Lívia, eu vou cuidar desses machucados. - Falei e lhe dei as costas, sem esperar uma resposta. Torço para que Anahí chegue apenas quando Lívia for embora, senão estarei ferrado.

Entrei na cozinha e Lívia me seguiu. Falei pra ela se sentar na cadeira e fui pegar uma maleta básica de primeiros socorros. Quando encontrei, me aproximei de Lívia e sentei numa cadeira perto da que ela estava.

— Onde dói mais? - Perguntei totalmente profissional, na função de médico.

— Aqui! - Apontou com um dedo o braço esquerdo, que estava cheio de arranhões e a perna direita, com uma bolha de sangue onde a calça está rasgada.

Assenti e peguei na maleta soro fisiológico e algodão. Molhei o algodão e passei suavemente sobre os arranhões de Lívia, que gemeu com dor.

— Obrigada! - Agradeceu enquanto eu passava uma faixa branca em seu braço, na região arranhada.

— Tá. Calada! - Falei seco. Não quero que pense que tem alguma chance comigo só porque estou ajudando-a. - Ainda dói ai? - Me referi ao braço enfaixado.

— Não, não. Só está coçando. - Torceu a boca.

— Normal. Vai passar. - Dei de ombros e peguei novamente o soro e coloquei no algodão, passando em sua perna. Lívia conteu um grito, fechando os olhos com força. Normalmente se fosse um paciente meu, eu pediria desculpa, o que não é o caso...

— Não dá pra passar com mais cuidado? - Reclamou com uma careta.

— Não, tem que ser assim se quer que eu tire tudo. E pare de ser ingrata. - Ralhei e continuei passando o algodão. Depois peguei um pano com água e esfreguei na ferida. - Quando você for tomar banho, tome cuidado com as faixas. - Recomendei - Elas precisam ficar ai por cinco dias. - Conclui, terminando de por outra faixa em sua perna - O resto você tira no banho e faz o mesmo processo que fiz. Em qualquer farmácia você encontra as coisas que utilizei. - Falei de cabeça baixa arrumando a maleta e ela respondeu um "Ok".

Quando levantei a cabeça, Lívia estava mais próxima do meu rosto do que o normal. Antes que eu me distanciasse, ela pegou meu pescoço e me tascou um beijo. De tão surpreso, não consegui reagir de imediato. Ela movimentou a cabeça me beijando e fiquei parado que nem idiota. Quando consegui reagir, a afastei com violência e antes que pudesse começar a gritar, lá estava Anahí banhada em lágrimas olhando tudo.

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Heeey gente. Antes de qualquer coisa, quero pedir desculpas pela demora. Não me agrada nadinha ficar todo esse tempo sem postar, mas realmente não deu antes. Primeiro, semana passada meu celular estava bugado e desligando sozinho toda hora, sendo assim me prejudicava e eu não conseguia escrever para postar. Segundo, eu estou atolada de trabalhos que estão tomando bastante meu tempo, e sempre fico cansada quando termino.

Mas enfim, espero que entendam e me perdoem. Quem sabe uma hora eu consiga fazer capítulo extra? Hehe 😌😏. E também espero que não me odeiem pelo rumo que a fic está tomando 😂😪

Prometo que sábado ou domingo tem post e se tiverem sorte, terá dois (talvez, hein).

Beijos 😘😘😘💖

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