Capítulo 61

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P.O.V Alfonso

Estou olhando Peter e vejo quando ele suspira e desperta. Suspiro também por ter que dar essa notícia. Não estou preparado para vê-lo chorando outra vez por uma pessoa que não vale nada, mas fazer o que, é a mãe dele. Ele olhou pros lados se situando e prontamente sentei ao lado dele.

Ei, estou aqui. Está tudo bem! - Acaricio suas costas, já penalizado pelo que vou revelar. Peter me olha coçando os olhos, confuso.

— O senhor foi ver minha mamãe? Como ela está? - Pergunta, me olhando atentamente. O olho uma última vez antes de soltar a bomba e me preparo psicologicamente para vê-lo desolado.

— Filho, eu vi sua mãe sim e infelizmente ela não está bem - Sua feição de curiosidade muda pra tristeza e meu coração pula de dó - Ela tá dormindo, e ninguém sabe quando ela acordará.

— Ela tá com coma, não é? Eu vi sobre isso na TV - Sua voz embargou, começando a marejar os olhos.

— É sim. Ela também está respirando com ajuda de aparelhos, entende? - Tento explicar da forma mais delicada e ele assente - Agora ela não pode ver ninguém, então você pode vê-la depois que o médico liberar, tudo bem?

— Sim - Funga, já chorando. Mas diferente do que eu pensava, não é um choro escandaloso, e sim, silencioso e sentido - A minha vovó tem que saber, pai. Eu sei o número dela de cor - Concordo com a cabeça e pego meu celular.

— Me diga o número que eu salvo aqui e depois ligo pra ela. - Peter me passa o número e o salvo, guardando o celular novamente.

— Por que, pai? Por que teve que acontecer isso com a minha mãe? - O choro dele se intensifica, e sinto meu coração dolorido - E se ela morrer? Eu vou ficar sozinho? O que vai ser de mim sem ela? - Seguro com as duas minhas suas bochechas e o faço olhar pra mim. Agora é a hora de mostrar que ele não está sozinho.

— Filho, vamos fazer o possível pra sua mãe acordar e continuar vivendo contigo, pense positivo. Mas lembre-se e não se esqueça nunca que você não está sozinho. Você tem a mim, sua irmã, a Annie que gosta de você, a Mel e sua avó. Você vai ficar comigo enquanto sua mãe estiver doente, ok? Mas não se sinta sozinho, porque você não está! - Declaro o olhando nos olhos e ele assente, chorando mais consolado e afunda a cabeça no meu peito, e eu o abraço.

O abraço forte, mostrando todo carinho que sinto por ele, e como eu queria que fosse amor! Sempre tivemos uma boa relação, mas agora mais do que nunca vou ficar perto de Peter e vou estar ao lado dele pra tudo que ele precisar e principalmente, se Lívia morrer. Vou mostrar pra ele que pode confiar em mim e que pode se sentir confortável comigo também. Não importa o que acontecer, Peter agora vai ficar comigo e vou cuidá-lo e recuperar o tempo perdido dos anos que nem sabia de sua existência. Sinto raiva ao pensar que nossa relação poderia ser melhor e que eu poderia tê-lo conhecido desde que nasceu se não fosse Lívia nos privar. Ele não merece esse sofrimento todo, sofrendo por alguém tão mal caráter, não merece a mãe que tem. Quero que Lívia acorde e se recupere pra não despedaçar o coração do menino. Quero que acorde pra ver que perdeu e ver que a guarda dele será minha!

Depois de mais alguns minutos colocando o choro pra fora, Peter dorme novamente, cansado, e fico ali acariciando seus cabelos. O ajeito na cama e saiu da sala, deixando-o dormindo. Vou pra fora do hospital e ligo para a mãe de Lívia. Quando dou a notícia, ela chora preocupada e lhe dou o endereço do hospital. Ela mora no outro lado da cidade e disse que antes do dia acabar estará aqui. Apesar de eu e Lívia termos namorado por um ano, vi a mãe dela, que se chama Antônia, apenas uma vez e confesso que não sei a quem Lívia puxou a maldade que possui, pois pelo que pude ver da mãe dela, é uma ótima pessoa que também não merece a filha que tem. Já o pai de Lívia, as abandonou quando a Antônia estava grávida.

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