Capítulo 67

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P.O.V Maite

Acordei me sentindo meio cansada, mas logo me lembrei o motivo disso e sorri abertamente. Sorri mais ainda e emocionada quando encarei meu homem ao meu lado, segurando minha mão.

— Oi, meu amor. - Ele sorriu - Como você está?

— Estou bem. Cadê a nossa filha? Eu quero vê-la! Ela está bem? - Perguntei preocupada ao lembrar que ela é prematura.

— Ela está bem. Ela terá que ficar na incubadora por alguns dias, mas você tem que ver como ela é linda e forte! - Ele sorriu emocionado e eu também - Ela é igualzinha a você, tem que ver! - Rimos - A enfermeira vai trazê-la dentro de uns minutos pra ser amamentada, fique calma. - Assenti e sorri, ansiosa e emocionada por ser a primeira vez que vou amamentá-la e por poder vê-la direito, pois mal pude vê-la quando nasceu. - Obrigado! - Koko falou de repente, a voz embargada.

— Pelo que? - Sorri.

— Por ter dado o melhor presente da minha vida - Sorriu - Sério May, ela chegou na nossa vida numa hora que não planejamos e muito menos esperávamos, foi cedo demais, mas... - Ele suspirou - Não poderia ter acontecido coisa melhor na minha vida por ter conhecido você e por você ter me dado nossa filha. Então, por isso, obrigado!

Uma lágrima caiu de meus olhos e me aproximei, lhe dando um beijo.

— Eu te amo! - Declarei, completamente feliz.

— Eu muito mais! - Ele sorriu.

A porta do quarto se abriu e a enfermeira entrou. Ela empurrou o carrinho da incubadora até nós dois e me emocionei quando vi um bolinho enrolado lá dentro, com alguns fiozinhos no peito. A enfermeira a pegou com cuidado e a estendeu pra mim, sorrindo. Com cuidado e com milhares de sensações dentro de mim peguei minha filha nos braços e foi impossível não chorar.

— Vocês terão que ser rápidos - A enfermeira informou - Ela tem que voltar pra incubadora em alguns minutos. Vou deixá-los a sós e daqui a pouco eu volto - Ela sorriu e saiu do quarto.

Voltei a mirar minha filha e um amor se apossou dentro de mim de uma maneira que nunca achei que fosse possível.

— Oi meu amor, é a mamãe! - Falei pra ela, sem saber se ria ou chorava.

— Viu só como ela é linda? - Koko falou, sentado do nosso lado. Assenti sorrindo de orelha a orelha. Minha filha resmungou e nós rimos.

— Acho que alguém está com fome. - Sorri e afastei minha camisola ridícula do hospital e levei meu seio esquerdo na direção da boquinha dela, que sugou rapidamente. - Tô com fome, mamãe - Falei com voz de criança e sorri.

— Ela precisa de um nome. - Koko falou e olhei pra ele.

— Sim, eu tenho uma sugestão. Minha mãe engravidou cinco anos depois de mim e eu ia ganhar uma irmãzinha, mas minha mãe teve um aborto espontâneo. - Sorri um pouco cabisbaixa - Ela ia se chamar Emily. Eu queria dar esse presente a minha mãe, ela sofreu muito na época e meu pai também.

— Você nunca tinha me contado isso.

— Pois é, não vinha ao caso - Sorri e dei de ombros enquanto sentia minha filha sugar o leite.

— Emily... - Ele falou, testando o nome - É um bonito nome, por mim tudo bem - Ele sorriu.

— Você gosta desse nome, princesa? - Perguntei a minha filha - Você quer se chamar Emily?

Como se tivesse me entendido, ela abriu os olhos lentamente. E os meus lacrimejaram ao ver os olhos cor de mel claro dela.

— Olha só, pelo menos alguma coisa do papai ela puxou. - Meu namorado sorriu babando, também emocionado.

— Pelo jeito ela gostou do nome dela. - Sorri.

— Está decidido então. - Ele sorriu - Emily Perroni Stambuk. - Ele anunciou, mais do que satisfeito.

Sorrimos e voltei a admirar nossa filha, completamente apaixonada.

— Casa comigo. - Koko pediu, me pegando totalmente desprevenida. Pisquei algumas vezes e o olhei, sem acreditar.

— Como é? - Ri, nervosa.

— May, você é a mulher da minha vida, eu não preciso de mais alguns meses ou anos pra ter certeza de que quero morrer ao seu lado. Você me deu a nossa filha e... Enfim - Ele colocou uma mão na calça jeans e pegou uma caixinha de veludo vermelha, e abri a boca surpresa - Bem, eu já vim no propósito de pedir - Ele rio e abriu a caixa, revelando um solitário - Maite Perroni Beorlegui, você aceita se casar comigo? - Nos olhamos no fundo dos olhos. Que resposta eu poderia dar, a não ser...

— Sim! - Sorri, e uma lágrima caiu dos meus olhos.

— Sim? - Ele sorriu, ansioso.

— Sim, aceito me casar com você! - Nós dois rimos, e ele me beijou.

Emily ergueu uma mãozinha até nosso queixo não gostando da falta de atenção e nos separamos rindo. Koko colocou o anel no meu dedo e eu no dele, tomando cuidado com Emily. Depois voltamos a olhar pro fruto do nosso amor. Eu não poderia estar mais feliz!

P.O.V Alfonso

Uma semana se passou desde Emily, a filha de Maite e Koko, nasceu. Olhar pra bebê me encheu de ternura no coração, me lembrei de quando foi Alana que peguei nos braços daquele jeito, tão pequena e indefesa. O tempo passa tão rápido!

Eu notei que Anahí não parava de me olhar, e sei que nós pensamos o mesmo. Que nosso filho poderia ainda estar na barriga dela, ou já ter nascido e quem sabe ainda estaríamos juntos. Ainda é difícil acreditar que nossa história chegou ao fim dessa forma tão injusta. E dessa vez eu culpo Anahí. Ela não ficou comigo por ser covarde, medrosa, não teve consideração com nossos sentimentos e nem de como Alana ficaria. Ela que terminou, ela que quis assim... Meus olhos lacrimejaram e meu coração se apertou, mas tratei de parar de pensar nela, pois estou dirigindo rumo ao hospital com Peter.

Eu prometi a ele que sempre que quisesse poderia ver Lívia, que por sinal continua em coma. O único jeito de não vê-lo tão triste pelos cantos, era levá-lo para visitá-la e isso não posso negar a ele. Ele está sofrendo sem a mãe e isso me parte o coração. Finalmente sinto por Peter o que eu deveria ter sentido desde o primeiro momento que o vi. Amor. Finalmente sinto que realmente o amo, nos aproximamos muito nos últimos meses e ele está mais apegado do que nunca em mim, e foi inevitável não me apegar a ele também. Ele é um bom menino, não tem culpa de nada e está sofrendo pela mãe.

Quando descemos do carro, fizemos o mesmo trajeto que fazemos nos últimos meses. Depois daqui ele vai pra escola, a mesma da Alana, fiz questão de matrícula-lo para ficar perto da irmã e também é bom pra ele me contar se tem algum garoto chegando perto da minha princesa. Viramos ótimos aliados nisso e quando Alana menciona em meninos e namoro, nós a olhamos de cara feia.

Assim que chegamos no quarto de Lívia, vemos a mãe dela, ela praticamente tem morado aqui no hospital. Quando Antônia nos vê, sorri e se aproxima do neto, lhe dando um abraço.

— Oi, meu querido - Ela sorri pra ele - Como você está?

— Bem, vovó. E a senhora?

— Bem, meu amor, bem - Ela sorri, mas sei que por dentro está triste.

Logo nos cumprimentamos brevemente e eles ficaram ao lado de Lívia, que continua com tubos, fios, máscara de oxigênio, o mesmo rosto pálido. Não há sinais da mulher ruim e caprichosa que vive ali dentro.

Deixei Peter com a mãe por vinte minutos e quando estava na hora da escola o chamei, e ele veio sem pestanejar, pois sabe que eu vou trazê-lo de novo quando puder. Esse é nosso trato. Eu o trago, e na hora de ir embora ele não insiste em ficar. Ele se despediu da avó e da mãe e fomos embora.

E é assim os meus dias. Resumidamente trabalho, trabalho e trabalho e o tempo que sobra me dedico aos meus filhos. Sigo em frente, mesmo sentindo que meu coração nunca mais vai ficar completo depois de Anahí.

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