Capítulo 69

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P.O.V Autora

O coração da Anahí disparou quando viu Alfonso ali na frente dela, surpreso e estático. Se pudesse, se enterraria no meio daquele gramado de tanta vergonha que estava sentindo. Sua barriga se remexeu, tamanho seu nervosismo. Alfonso ouvira toda sua declaração por acaso. Tinha se despedido das crianças avisando que Anahí já estava a caminho, e saiu. Assim que abriu e fechou a porta, se surpreendeu, chegando bem a tempo de ouví-la chorando e dizendo tudo que ele precisava ouvir. Sem poder se conter, os olhos dele marejaram, não tinha como não se emocionar. Ele ainda a amava.

Verte y despertarme junto a ti es lo que más deseo
Ir a donde estés, quedarme siempre ahí, detener el tiempo.

Te ver e acorda junto a ti, é o que eu mais desejo
Ir aonde estiver, ficar sempre lá, deter o tempo

Agora eles estavam ali, estáticos e olhando intensamente para o azul e verde um do outro. Christian e Dulce se entreolharam, sorriram de canto, não tinham visto Alfonso ouvindo, pois estavam dando toda atenção a Anahí. Mas estavam felizes por ele ter escutado, já que se dependesse de Anahí...

— Vamos deixá-los a sós. Se não se importa Alfonso, também viemos ver as crianças. - Alfonso assentiu sem tirar os olhos de Anahí, e os amigos entraram na casa. Se encarregariam de distrair as crianças enquanto Anahí não entrasse. Eles ficariam na torcida pelos dois.

O estado de Anahí piorou quando foi deixada sozinha com ele, sem nem perceber começou a arfar e seu peito subiu e desceu. Alfonso se aproximou dela, e a mesma teve a sensação de que seu coração sairia pra fora com a mescla de emoções que estava sentindo. Alfonso parou a centímetros dela, estava bem perto...

Sentir tu mano firme que no me deja ir,
Seguir ese perfume que me recuerda a ti

Sentir tua mão firme que não me deixa ir
Seguir esse perfume que me lembra você

— Alfonso, esqueça o que ouviu. Não precisa falar comigo se não quiser. - Ela falou embaraçosa, tirando forças não sabia de onde para falar e para encará-lo.

Ela saiu da frente dele com o intuito de entrar na casa, mas ele a segurou delicadamente pelo braço. Anahí olhou brevemente para os dedos dele em seu braço, sentindo saudades do contato. Quando tornou a encará-lo, outra palpitação no coração.

— Eu quero falar com você - Falou sem emoção na voz. A soltou, e ela voltou a ficar frente a frente com ele. - É sério tudo o que disse?

— Sim! - Confirmou, sentindo que ia desfalecer. Sua garganta doía desgraçadamente, queria desesperadamente chorar.

— E por que começou a falar disso aqui, de repente? - Questionou, estudando-a. Manteu a postura fria e impassível, mas por dentro estava se derretendo por ela.

— Porque eles queriam que eu falasse com você, e eu estava de saco cheio da insistência deles, e decidi por um ponto final - Deu de ombros.

— E por que você não queria falar comigo? - Anahí sentiu vontade de esganá-lo. Tinha falado tudo o que sentia e ele estava ali fazendo perguntas, frio. Decidiu por as cartas sobre a mesa. Já estava feito mesmo.

— Sinceramente? Nós dois sabemos que a conversa não resultaria em nada.

Y yo que haré con este amor?
A quien se lo daré? Si no estás conmigo...

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