Capítulo 37

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P.O.V Anahí

Meu desespero tomou conta de mim assim que ouvi a voz de Joshy no meu ouvido. Ele colocou as mãos nojentas nos meus braços e me virou para frente, e quando me fez encará-lo, senti que iria morrer. Minhas pernas ficaram bambas, meus olhos estão lacrimejando, meu estômago se revirou de medo e me amaldiçoei por ter vindo sozinha para o hospital.

— Então é aqui que a dondoca trabalha, não é? - Perguntou como se já não soubesse. Eu fiquei imóvel totalmente em choque. - Oras, cade sua educação? Não vai falar com o cara que tanto já te deu prazer? - Cara de pau! Tenho vontade de vomitar. - O gato comeu sua língua? Me responda! - Se alterou sacudindo meus pulsos.

Eu não consigo falar. Minha garganta está doendo e sinto uma vontade quase incontrolável de chorar, mas não vou dar esse gostinho pra ele. Tirando forças não sei de onde, perguntei:

— O que você quer? Por que voltou? - Com um sorriso cínico, zombou:

— Hum, então a gatinha fala. E é bem curiosa pelo visto. - Só não rolei os olhos porque estou com medo - Quero deixar bem claro que quem faz as perguntas aqui sou eu, mas eu vou te responder. - Sorriu e me olhou bem nos olhos. Nunca tive tanta vontade de fugir como agora - Voltei da França a pouco tempo, mas voltei pra ficar, afinal, aqui é o meu lugar! E a princípio eu não iria procurar você, porém eu pensei... Por quê não? Fiquei curioso pra saber como anda você e nossa filhinha. - Quando ele falou "filhinha" meu coração disparou e só não dei na cara dele porque está me segurando. Ele com certeza sabe da Alana e pensa que é filha dele - Eu procurei você e quando te achei, te vigiei por algumas semanas. Já vi que você está muito bem acompanhada com seu novo namorado, que por sinal é dono disso tudo aqui. Você é igual sua mãe... Uma interesseira de primeira! - Sorriu e meu ódio subiu pela cabeça.

— EU ESTOU COM ALFONSO PORQUE O AMO! NÃO SOU IGUAL VOCÊ QUE É UM LIXO DE PESSOA. - Gritei furiosa e ele tapou minha boca.

— Xiiiiiiii. Cala boca! Mais um grito e você vai se arrepender. - Advertiu, machucando mais os meus braços - Bom, não me interessa se você o ama ou não, o que interessa é outra coisa. - Deu mais um sorriso nojento - Eu vi a menininha que estava com vocês no parque... Eu sei que você me viu e por isso correu, enfim... Nossa filha é realmente igual a você, bem lindinha! - Merda! Ele acha que Alana é filha dele - Mas eu não quis saber dela antes, não é agora que eu vou querer. - Pela primeira vez nessa tortura consegui soltar um suspiro aliviado, mas não durou nem um segundo, pois ele disse: - Eu quero outra coisa. - Sorriu novamente, safado.

— O... O - Gaguejei - O quê?

— Você! - Sorriu diabolicamente e achei que eu fosse desmaiar - Sabe, devo admitir que os anos só te fizeram muito bem. - Me olhou safado de cima à baixo - Você só ficou mais linda e gostosa. E de jeito nenhum vou desperdiçar isso. - Se aproximou do meu rosto, e sussurrou no meu ouvido esquerdo: - Quero ter uma última vez contigo. Você vai transar comigo hoje!

Arregalei os olhos em espanto e senti o pânico voltar com uma carga violenta. Eu não vou transar com esse desgraçado! Isso seria trair Alfonso, mesmo que eu não tenha culpa. Todo o pouco de controle que consegui reunir quando ele estava falando comigo, foi embora e agora me encontro à beira de um choro compulsivo. Não falta muito pra mim começar a chorar. Ele não pode fazer isso comigo. Onde estão as pessoas pra me ajudar nessas horas?

— Você está de brincadeira comigo, né? - Perguntei com esperanças de que realmente fosse uma brincadeira de muito mau gosto.

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