Capítulo 11

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P.O.V Alfonso

— Ok, vamos lá. - Ela disse olhando para mim - Tudo começou quando eu tinha 16 anos, eu estava no 3° ano do Ensino Médio. Era começo do ano letivo, fevereiro pra ser mais exata, quando eu conheci Joshy, o garoto que te falei ontem que eu amava e que o mesmo quebrou meu coração. Quando me viu, já foi me cantando, com seu charme, seu jeito galanteador, e verdade seja dita, ele era lindo, e eu também me encantei por ele. Conforme iam passando as semanas, ele me dava presentes, elogios, mimos todos os dias, e ele deixava claro que fazia aquilo pra mostrar que gostava de mim e que queria namorar comigo. Foram dois meses assim, até que, num belo dia, eu resolvi aceitar namorar com ele. Começamos a namorar em abril, e foi em maio, mês do meu aniversário, onde eu iria fazer 17 anos, que eu me entreguei pra ele. - Ela deu uma pausa, e respirando fundo, continuou - Joshy foi ganhando minha confiança, fui acreditando nele, ele teve paciência comigo, foi carinhoso, amoroso... Eu vi que estava pronta, aí ele tirou minha virgindade, e quando eu percebi, já estava cegamente apaixonada por ele. - Ela sorrio friamente e eu continuei escutando atentamente - Nesse mesmo mês, falei o primeiro "Eu te amo" para ele, e a reação dele foi de surpresa, e com um fingimento maravilhoso, que naquele momento pensei que fosse verdade, ele disse "Eu também". Os meses foram se passando, o namoro ficando forte, e meu amor por ele ficando mais forte ainda. Nós dois transavamos quase todos os dias, porém, nunca faltava prevenção. - Senti uma pontada de ciúmes com essa parte - Era final de agosto, e lá estávamos nós transando de novo, só que com uma diferença: Não nos previnimos daquela vez. Foi a primeira vez que esquecemos da camisinha, e me esqueci das pílulas. Eu não sabia, mas aquela seria nossa última transa, e a última da minha vida também, até agora.

— Você nunca transou com mais ninguém depois disso? - Perguntei com certa surpresa, e com felicidade também, por saber que uma hora ou outra sou eu quem vai quebrar esse "tabu".

— Não, não consegui. O máximo que consegui até hoje foram beijos. - Ela sorrio desconcertada. - Bom, continuando... Duas semanas se passaram, era setembro, e nós nunca mais tínhamos tido relações sexuais, embora nosso namoro continuasse firme e forte. No meio de setembro comecei a sentir coisas... - Ela parou de falar e seu semblante ficou triste e mais sério.

— Está tudo bem? - Perguntei, preocupado com sua expressão mudada repentinamente.

— Sim, só que.. Cheguei numa parte complicada da história. - Suspirou e eu senti que precisava deixá-la mais confortável. Peguei suas mãos delicadamente e as entrelacei nas minhas. Ela sorriu percebendo que eu queria que ela se sentisse melhor.

— Prossiga quando estiver melhor. - Ela assentiu, e segundos depois, continuou.

— Então, senti sintomas... Eram enjôos, tonturas, desejos, ciclo atrasado, e muito atrasado, mudanças de humor...

Fui tomado por uma grande surpresa, e que surpresa! Eu não precisava que ela continuasse, eu sei muito bem o significado daqueles sintomas. Anahí é mãe?

— Não me diga que...

— É isso mesmo que você está pensando, Alfonso - Ela confirmou vendo minha surpresa - Eu estava grávida!

— E... Cadê a criança? Ou você não quis tê-la? - Eu realmente espero que ela não diga que abortou... Não sei se vou saber entender que minha namorada abortou o próprio filho. Ela negou com a cabeça freneticamente e senti um alívio enorme.

— Eu jamais faria isso. Continuando... Antes mesmo de confirmar, eu já sabia, e estava apavorada, e meu pavor só aumentou quando eu confirmei com alguns testes de gravidez que pedi para que Maite e Dulce comprassem para mim. Eu chorei copiosamente, estava muito ferrada! Eu era apenas uma adolescente, com uma faculdade pela frente para fazer. Mas de uma coisa eu tinha certeza: Não iria matar meu bebê! Eu iria tê-lo, mesmo que ele atrapalhasse meus estudos, mas eu iria ser mulher suficiente para assumir meu filho! - Eu sorri com a coragem e força de Annie - Aí, no dia seguinte, fui contar para Joshy que ele iria ser pai, e foi ali... Foi ali que descobri que ele nunca foi quem eu pensava que era, foi ali que a máscara dele caiu, foi ali que descobri que ele era lindo por fora, mas um ser falso e desprezível por dentro, mau caráter, digno de pena. - Ela suspirou e senti que ela apertou minhas mãos, buscando forças.

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