Capítulo 13 - Como assim?

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Nataly


Há tempos não passava o dia dormindo. – Acho que nunca cheguei a fazer isso na verdade – Ainda mais para acordar com o café da manhã pronto e a casa, que era um mar de teias de aranhas na noite anterior, extremamente limpa.

Alex tinha dons que eu desconhecia. E dar uma de faxineira era um deles.

O dia passou lentamente e com quase nenhum ruído ali. Alex decidiu apagar em sua cama depois da madrugada exaustiva, mas eu ainda acreditava que ele estava fugindo de diálogos ou momentos constrangedores comigo. E eu não o culpo por isso.

Eu aproveitei o dia para explorar a casa com Louise e ir à praia. Louise amava aquele lugar e tratava como se fossem férias de verão. Não questionava nada e aproveitava cada minuto.

Quando começava a se pôr o sol, adentrei a casa para preparar algo para o jantar, deixando Lou brincando em uma parte da praia. Alex não havia almoçado ou descido em qualquer hora, nem para beber água, e isso estava me incomodando. Pois não querer falar comigo era algo bem diferente de passar fome só para não cruzar comigo.

Isso me fez refletir sobre algumas coisas. E uma delas foi, por que vir se ele não conseguia nem, ao menos, me olhar nos olhos? Eu tinha a impressão de que tinha dedo do meu pai nessa história toda. Aliás, por que ele mesmo não veio, já que a segurança de Alex estava comprometida? Toda essa confusão estava me incomodando.

Mas acho que esse incômodo era porque eu sabia que eu tinha minha gigantesca parcela de culpa nesse clima tenso que se estabelecia dento da casa. Eu tinha que levantar a bandeira branca para ele. Era o único modo de conseguir algumas respostas e manter uma convivência aceitável. Eu também causara dor, então nada mais justo que dar o primeiro passo. – Embora no fundo eu soubesse que eu só queria poder fazer perguntas que ficaram sem respostas há quatro nos atrás.

- Tem certeza de que não quer deixar para ter essa conversa amanhã? – Alex pergunta pela terceira vez enquanto enche duas taças com vinho. – Já está içando tarde e....

- Ainda está cedo, Alex. Nem se quer escureceu, e a gente nem jantou ainda. – Ele bebe sua taça em uma golada só. O que ele estava me escondendo para querer tanto adiar essa conversa? Seja o que for ele estava bem nervoso com isso.

Mentiras sempre nos prendem a coisas complicadas que nos impedem de viver.

- Olha... – Respirou fundo – Você devia coloca-la para dormir. – Olha para Louise que brincava no tapete da sala com uma boneca que havíamos comprado na viagem.

- Eu te fiz uma simples pergunta, por que não consegue me responder? – Perguntei impaciente e irritada.

- Porque você não vai gostar da resposta. – Sentou-se no banco junto ao balcão.

- Como assim? – Por que aquilo estava me dando um aperto gigantesco no peito? Isso não estava soando nada bem. Do que exatamente eu não iria gostar? – Do que você está falando Alex? – Sinto o choro preso em minha garganta.

- Ok – Respirou fundo – Vamos lá! Primeiro, eu não vim ou me tornei um agente porque seu pai me obrigou – Olhou em meus olhos – Na verdade eu vim nessa missão porquê... – Pareceu pensar na resposta correta – Eu estou aqui porque minha mãe me pediu para vir pessoalmente. Ela achou que seria o adequado já que você é filha da melhor amiga dela e tudo mais. – Coçou a nuca como se não fosse toda a verdade.

S.W.A. 2 - Os Segredos Da Minha VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora