Capítulo 3 - A Chegada

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Alex



Desembarco no aeroporto internacional de Salvador e sigo até a pequena cidade que acolhe nossa sede aqui no Brasil e o nosso maior segredo que circunda essa agencia e assombra metade dela durante a noite.

Eu não conseguia dormir desde a conversa com minha mãe, onde ela me aconselhou a ouvir o que Nataly tinha a dizer, e jamais pensar nela como terrorista, pois ela acreditava na pureza da filha de sua melhor amiga. E eu também acreditava. Essa história estava muito mal contada. Nataly nunca faria isso de proposito, e esse aperto no peito me fazia acreditar em sua inocência. Embora eu não soubesse ao certo se esse aperto era por saber que algo estava fora do contexto e iria acontecer algo ruim ou se era porque finalmente havia encontrado Nataly e tinha medo do que fazer a partir de agora.

Não passava das cinco da manhã quando visei a placa de entrada da cidade ainda deserta e escura.

- Bom dia Senhor – O Agente Collins, líder da sede brasileira, me cumprimenta assim que desço do carro acompanhado por dois agentes armados. Odeio seguranças.

- O que temos? – Pergunto apenas apertando sua mão. Não viajei até aqui para ser legal com esse idiota que acredita que Nataly é uma terrorista.

- Estamos apenas vigiando como o senhor ordenou. Ela corre no parque todos os dias exatamente as seis e meia e fica cerca de uma hora e meia correndo em volta da praça, e então vai embora e só volta no dia seguinte. – Não conseguia ver além de uma pessoa fazendo os exercícios matinais. Porque de repente ela virou uma suspeita? O que ela estava fazendo? – Ela incrivelmente tem laços aqui e vive na cidade há quase três anos e meio. Ficou fora do nosso radar e de qualquer suspeita durante todo este tempo. E como foi dada como morta, não a procuramos de qualquer forma. – Ela é bem esperta. Ninguém procuraria pelo seu nome de agente, já que ele foi desativado. Só seria mais uma pessoa com o nome comum. – Tem emprego fixo e mora numa casa no nome de outra mulher que aparentemente mora lá também.

- E o outro suspeito? – Tentei ignorar os meus pensamentos enquanto caminhávamos para dentro da sede, que era um pouco menor do que a Central. E definitivamente não estava debaixo da terra. Era um prédio de 20 andares no máximo bem exposto para quem quisesse ver.

- Ele esbarrou nela dois dias atrás. E trocaram no máximo cinco palavras e depois seguiram caminhos opostos. – Abriu a porta do que eu acredito ser sua sala – Nossa equipe está tentando decifrar com exatidão o que falaram ou se trocaram algum objeto nessa esbarrada.

- Já cogitaram a hipótese deles apenas terem se esbarrado? – Se não fosse a Nataly a suspeita, eu mataria um por me fazer viajar tantos quilômetros para descobrir ser uma civil normal.

- Ele foi visto perto da casa dela também e.... – é interrompido por uma ruiva alta que entra desfilando com um monte de papel em mãos.

- Senhor Collins, a suspeita não apareceu até agora na praça. O que.... – Observou-me sentado na poltrona a frente da mesa e apenas jogou um sorriso amarelo. - Não quis interromper, mas precisamos saber como proceder.

- Para começar – Disse me levantando e impedindo qualquer chances do tal de Collins falar – Ela não é uma suspeita até que EU diga isso. Depois, se vocês sabem onde ela mora, monitorem para ver quando ela sair de casa. Nem tudo se trata sobre uma rotina extrema, sabiam? E eu quero ser informado imediatamente quando ela sair para podermos prosseguir. – Ela intercalava o olhar entre seu chefe e eu, sem saber ao certo se concordava – Não quero burburinho sobre quem ela era, nem sobre o que supostamente ela se tornou. Não quero minhas ações sendo julgadas por supostas relações do passado. Eu estou aqui porque ela é filha de um grande amigo meu e eu devo isso a ele. – Ela balança a cabeça – E eu quero uma sala – Disse me virando agora para o Agente Collins que se mantinha estático no lugar.

S.W.A. 2 - Os Segredos Da Minha VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora