Capítulo 2 - Uma Nova Vida

2.5K 231 33
                                    


Como prometido ai está mais um capítulo. Até Domingo seus lindos

Votem! Comentem! Compartilhem! 



Nataly

Ir embora não foi uma tarefa fácil, mas o hoje vale muito a pena. Tudo pelo o que eu passei durante dez anos valeu muito a pena.

Quando cheguei ao Brasil, já estava no meu sexto mês de gestação e já havia conhecido cinco países em diferentes continentes. Não tinha planos para ficar inicialmente, mas precisava manter essa criança de alguma forma quando ela nascesse e o meu dinheiro já estava acabando, então decidi ir atrás de um emprego na capital, mesmo que só por alguns meses, até decidir onde iria morar definitivamente. Algo quase impossível aqui. Sem contatos, endereço fixo e ainda estando gravida, ninguém me admitiria diante de uma crise crescente.

Naquele dia, depois de três entrevistas falhas – Sendo uma delas justificada pela surra que eu dei no homem que tentou me assediar – Eu decidi dar uma volta na praia que havia ali perto.

Assim que estacionei o carro na calçada ao lado de uma praia movimentada, com várias barracas de comida e bebida, sai do carro e acabei esbarrando em um menininho, que caiu diretamente no chão ao lado do meu carro, enquanto fechava a porta do mesmo.

Ele não devia ter mais que dois anos e estava preso a um cachorrinho quase de seu tamanho. Me agachei para ver se estava tudo bem, e ele mostrou a carinha de choro mais fofa que já havia visto em toda minha vida. – Não que eu tivesse tido muito contato com crianças – Foi um dos momentos que eu admirei ser mãe. Afinal, como não amar algo desse porte?

Hormônios....

Enquanto ajudava a criança se levantar, uma mulher, que mais tarde descobri ser a mãe do bebê, veio correndo em nossa direção com umas três bolsas presas nos braços. – Essa era a parte que eu não gostava em ser mãe – Ela sorriu para mim e pediu desculpas, só que em inglês o que chamou minha atenção. Ela não era uma mulher com sotaque em sua fala. Falava fluentemente o que fez crer que fosse outra turista ali, mas minha teoria caiu por terra quando ela reclamou com o filho em português.

A mulher misteriosa sorriu para a mim e se apresentou como Jullie. Eu sorri devolvendo o cumprimento sentindo a confiança que seu olhar me trazia.

Destino? Não acredito muito nele....

Jullie se desculpou por seu filho "espoleta" – Não que eu soubesse o que significava – e puxou assunto comigo. Ela era muito comunicativa e sabia como conduzir uma boa conversa amigável. Ela era tão incrível que em menos de vinte minutos estávamos sentadas em uma mesa na praia conversando sobre minha trajetória até aquele país.

No fundo eu sabia que era algo que eu precisava há muito tempo. Não falava com alguém assim desde que fui embora.

Ela entendia todos os meus pontos fracos e dificuldades. Ela também era mãe solteira, com uma história um pouco mais complicada, mas ainda assim passou pelo que eu passava agora. E era bom ter alguém para tirar algumas dúvidas de mãe de primeira viagem.

Aos poucos descobri que ela morava em uma cidade no interior do país e tinha um ótimo emprego e um excelente plano de saúde. Tinha um maravilhoso chefe que a amparou quando saiu de casa gravida aos dezoito anos.

Infelizmente ela estava de partida para casa naquela noite e eu me senti um pouco sozinha. Não posso controlar meus hormônios e esses sentimentos malucos. Eu estava me sentindo carente, fiquei assim por quase cinco meses e ela era uma pessoa tão amável e tinha um filho tão lindo. Eu gostava de conversar com ela.

S.W.A. 2 - Os Segredos Da Minha VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora