Capítulo 29 - Guerra

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Nataly

- Onde estão todos? – Abro o porta-malas e pego um colete à prova de balas.

- Espalhados pela cidade senhora. – A ruiva, amiguinha do Alex, que atendia pelo nome de Valentina, surge com uma prancheta na mão, mal me encarando.

- Quando foi que ela desembarcou? – Alex aparece para pegar um colete também e vejo a moça relaxar o corpo. Acho que ela não se sente muito à vontade na minha presença.

- Ontem à noite. – O que tanto ela olha naquela prancheta? – Mas os informantes da estrada disseram que eles estariam há uns trinta minutos da entrada da cidade ainda. Veio em um avião comum e esperou todos desembarcarem para seguirem viagem. Contamos dez bandidos com ela.

- Tão poucos? – Estranho.

- Coloque agentes disfarçados na entrada da cidade. Não queremos que ela perceba que está entrando numa arena para lutar. – Alex dar continuidade à suas ordens.

- Sim senhora! – Não me olha nos olhos – Já preparamos o abrigo para vocês.

- Abrigo? - Encaro Alex confusa.

- Naty... – Segura minhas mãos e olha-me profundamente – eu não posso te perder novamente. Nem você, nem a nossa filha.

- Acha mesmo que eu vou deixar todos esses soldados lutarem enquanto eu me escondo? – Pergunto perplexa. – Que tipo de agente você acha que eu sou?

- Você nem é mais uma agente! – Ele tinha razão..., mas ter razão não significava que eu iria concordar.

- Esse era o meu fardo, não o seu. Eu fui preparada a vida inteira para isso, não você. É natural que você ache importante me proteger, mas eu não sou a donzela que precisa de proteção. Antes de você assumir, essa era a minha tropa e nós fizemos juramento de na guerra: Lutar ou morrer juntos. Como você acha que eu vou conseguir olhar para nossa filha sabendo que homens morreram enquanto eu me acovardava?

- Uau! – Valentina, manifesta-se e só então percebo que estávamos rodeados de uma plateia devidamente fardada. Reconheço alguns rostos, e estes aparentam satisfação pelo que acabaram de ouvir.

- Com todo o respeito, – Um dos agentes que fazia parte da minha antiga tropa pede permissão – a senhora é muito bem-vinda de volta. As chances com senhora são sempre máximas.

- Obrigada! – Agradeço e encaro Alex.

- Todos te amam – Revira os olhos sorrindo – Fazer o que? – Entrega-me uma das armas que carregava - Eu amo você! – Sussurra quando encostam nossas mãos, e dá um sorriso de derreter qualquer um – Só promete que vai ficar viva.

- Não é como se eu tivesse opção. – Ajeito as armas no meu coldre e travo o colete – E afinal, ela quer nós dois vivos.

- Ainda bem que vocês chegaram! – O chefe da sede nos interrompe – Precisamos repassar o plano para encurralar os bandidos. – Seguimos o senhor Willian até uma casa próxima a praça central da cidade, onde havíamos montado uma base de comunicação.

Após uma longa despedida de abraços e choro, principalmente de nossa filha, embarcamos em um helicóptero, enviado pela sede brasileira a ilha e chegamos após algumas longas horas à cidade. Havíamos feito algumas paradas para reabastecer. O que nos rendeu umas longas 3 horas até pousarmos no topo de prédio da sede. Descer até uma das principais ruas da cidade onde passei os últimos anos como uma pessoa normal era de uma sensação nostálgica e assustadora. Lembranças boas eu tinha, mas agora, só conseguia lembrar do desespero ao reencontrar Alex e ver uma bomba explodir, ou ser jogada em mais uma perseguição com o homem da minha vida, mas agora com minha filha no banco de trás. Coisas que remetiam ao meu passado. Coisas nas quais eu me envolvi depois que conheci Alex. Depois que eu me apaixonei por ele.

S.W.A. 2 - Os Segredos Da Minha VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora