Capítulo 10 - Lugar Seguro

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Alex

Fazer compras juntos, brigar, e até a discussão do que a pequena deveria vestir. Estávamos parecendo um verdadeiro casal em cada coisa que fazíamos. Eu gostava da sensação, até demais. Parecia que o tempo não havia parado, mas Nataly, por outro lado, não parecia nem um pouco confortável com absolutamente nada em toda a situação. Em uma das lojas, e até no caixa do supermercado do shopping, ela discutiu comigo sobre o que eu estava levando. A mulher que nos atendia parecia se divertir com a cena, bem como Louise que nos encarava curiosa enquanto Nataly explicava que açúcar faria a criança não dormir e que eu seria o responsável.

Quando saímos, ela parecia ainda irritada comigo em virtude de todo o dia estressante. O que mudou completamente quando percebeu o carro diferente que eu estava a ligar. Provavelmente estava se culpando pelo comentário de quando chegamos. Eu nunca fui fútil, ela estava se amaldiçoando por ter me julgado, mesmo depois de tanto tempo.

Havia trocado de chaves no estacionamento, com o civil que havia sido contratado pela minha mãe para levar o carro até lá quando o protocolo LOB fosse acionado. Ele deveria esperar eu aparecer e então levar meu antigo carro até o aeroporto e comprar passagens para dois diferentes lugares. Um amigo da minha mãe que trabalhava na CIA, se encarregaria de colocar nossos nomes em uma das listas de passageiros embarcados. Eu deveria pegar o barco antes do embarque e ir me isolar na ilha.

Entretanto a coisas não estavam muito bem agora. Uma chuva começara a cair na cidade o que deixava o mar muito agitado e perigoso – Ela não podia ter olhado a previsão antes de dominar a Central, não? – Além disso, a marina se encontrava fechada desde as seis a tarde, então vimo-nos em uma situação bem ruim. O suposto avião que estávamos iria decolar essa noite e se ele fizesse isso e ainda estivéssemos aqui e fossemos vistos o plano já mudava de nível, porque ainda nos procurariam aqui. E essa nem era a pior parte. Ainda tínhamos que decidir onde dormir e as opções eram poucas: ou dormíamos no carro, ou pagávamos um hotel, ou usávamos um esconderijo que já havia sido exposto.

As três opções pareciam péssimas, mas ao analisa-las as coisas só pioravam.

Não dava para dormir em um carro com um bebê nele, chamaria muita atenção, e seria quase impossível achar um lugar seguro para estacionar a noite toda. E por falar nisso, hotéis provavelmente estariam sendo vigiados, pois seriam os lugares mais obvies para estarmos, se você levar em conta que eles sabiam que estávamos os três juntos quando saímos da cidade. O esconderijo era nossa última opção, e não era das melhores também. Ele já havia sido exposto, então não teríamos muito tempo até que alguém desse conta da movimentação nele, mas era o melhor a se arriscar devido a nossa situação.

Por sorte ou destino da vida, quando liguei para o tal agente da CIA, ele me avisou que o voo atrasaria, então tínhamos até umas seis da manhã para poder sair da cidade com segurança sem burlar o plano inicial devido à chuva que se alastrava por toda cidade.

- Aqui é frio – Nataly comenta entrando no apartamento minúsculo de um prédio antigo e mal cuidado. Tinha certeza de que não falava do clima agradável por causa da chuva. Esse lugar era a definição da depressão – Tem certeza de que é um lugar seguro? – Diz andando cuidadosamente como se pisasse em ovos.

- Sim, eu tenho. E acredite em mim é o melhor que vamos conseguir a essa hora. – Comento colocando uma bolsa que preparamos no carro com algumas coisas, e fechando a porta logo em seguida. – E o plano parece razoável. Se pararem para pensar, o nosso voo atrasou e não queríamos ficar vulneráveis em um aeroporto, então viemos para cá. Faz todo sentido para mim.

S.W.A. 2 - Os Segredos Da Minha VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora