Lauren (Camren/You)

Maldito jantar

        No final daquele dia eu estava exausta. Não vi ou falei novamente com Dinah e tampouco com Camila. Era pouco mais de seis horas quando cheguei em casa, onde meu irmão e minha mãe já se encontravam.

        Assim que adentrei segui diretamente para a cozinha de onde provinham ruídos. Julguei que Manuel e minha mãe estivessem no cômodo, e não me enganei quando encontrei ambos sentados à mesa tomando café. Depositei um beijo em minha mãe e me juntei a eles.

        - Como foi o dia de vocês? - Questionei enquanto enchia uma xícara com o fresco café.

        - Foi um tanto monótono, (SeuNome) - Respondeu Manuel - Só recebi a notícia de que o resultado da minha prova deve sair amanhã. - Sim, Albert, por esse tempo  meu irmão já havia concluído a faculdade e estava tentando um cargo como juiz no Supremo Tribunal.

      - Espero que você consiga. Você merece esse cargo irmão. - Falei após sorver um pouco do líquido em minha xícara. Manuel só sorriu em resposta. - Como foi seu dia, mãe?

       - Cansativo, porém produtivo filha. Tive muito o que fazer hoje, Alejandro vai dar um grande jantar esta noite e nos convidou. - Mamãe disse séria.

       Ela sabia que eu iria recusar assim como Manuel que foi o primeiro a falar:

        - Não gosto desses convites. Sei que Alejandro gosta muito de nós, mas isso é desconfortável.

         - Sim, filho - Replicou Jenny - Mas estar presente é a única forma de agradecermos pelo o que a família Cabello faz por nós. Sabe que não estaríamos aqui se não fosse por eles. Não teríamos onde cair mortos.

       Manuel e eu concordamos com minha mãe, mas no fundo o meu diabinho interno dizia:"Maldito jantar!" 

       - A senhora vai? - Indaguei na esperança de que ela dissesse que não e que nem eu nem Manuel precisávamos ir, porém, a resposta veio totalmente às avessas da minha esperança.

        - Não, eu não vou, prefiro ficar. Não acho boa ideia a empregada se sentar à mesa junto com os patrões e outras pessoas de importância, porém, você vai (SeuNome). - Declarou séria.

          - Eu? Por que eu tenho que ir? Por que o Manuel também não vai? Por que eu tenho que fazer este obséquio, mãe? -Lhe dirigi a palavra me sentindo indignada e injustiçada com a situação.

          - Porque o seu irmão tem coisas importantes a fazer amanhã.

       - Mas eu também tenho mãe. - Disse ainda incrédula.

        - Por favor, (SeuNome), faça isso desta vez. Prometo que da próxima, serei eu quem irá. - Interferiu Manuel.
        
         - Mas...

         - Mas nada (SeuNome), você vai e está decidido. - Minha mãe afirmou firmemente. Ainda pensei em responder dizendo que não e não, eu não iria! Porém, a mulher em minha frente, ciente de que eu tentaria replicar com algo para fazê - la mudar de ideia, me lançou um olhar altivo, intimidador e assustador, o que me fez recuar perante qualquer tentativa de responder.

         Aceitei a realidade, Albert, realidade que engoli e que desceu rasgando pela minha garganta.
      
       Logo, tive que me aprontar para ir ao tal jantar, e eu não tinha uma roupa apropriada para a ocasião, já tinha ido em tantos outros compromissos importantes por insistência de Camila, porém eu não consegui adquirir um bom traje, uma vez que não tinha tempo nem dinheiro para comprar. Não tendo nada adequado, vesti uma camisa social porém com calça jeans e tênis. Veja se isso é vestimenta apropriada para um jantar onde haverá pessoas de alto nível!!! Porém, era o que eu tinha e o que vesti, e além disso eu estava confortável dentro dessas roupas, embora soubesse que quando eu chegasse ao local todas as pessoas me analisariam disfarçada ou descaradamente julgando como eu estava mal vestida para tal situação, e não posso negar que isso me incomoda: olhos que não são de amantes e que analisam e investigam a vida alheia, são um dos maiores incômodos pelo qual já tive que passar, não há sensação mais horrível que estar perambulando na falta de escrúpulo, nos olhos e na boca de outras pessoas.