Inquietações e dúvidas: perigosas e estúpidas

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          - Entenderia se me dissesse. - Lauren sorriu pegando minhas duas mãos e as apertando como se quisesse me passar confiança - Poderia ao menos tentar entender, mas apenas se você me disser, (SeuNome).

         Sobre o que falávamos? Bem, sobre a minha perceptível preocupação que insistia em se manifestar no meu rosto. E por ora, o que me preocupava? Minha mãe. E por que ela? Digamos que eu mal dormira a última noite pois ela não se sentia bem. Chegara do trabalho reclamando da costumeira dor no pé, mas também sentia dor no peito. Suava frio e estava muito fraca. Tive de dar toda a atenção que tinha a ela, pois temia que as minhas desconfianças mais recentes estivessem certas. Já sabia identificar os sintomas de doenças, porém no início não dei importância àquela dor no pé, pensava que fosse algo que vinha por causa do ofício, mas já fazia algum tempo que minha mãe sempre reclamava de uma nova dor ao qual não dava tanta importância. Não me deixava levá - la ao médico e quando eu questionava se estava melhor, ela sempre afirmava que sim. Então tudo foi passando e virando só uma dor, como qualquer outra. Contudo, na última noite não pude deixar de ignorar os sintomas, estava realmente preocupada e tinha medo do que pudesse vir a acontecer.

          Só que me irritava não conseguir esconder minha inquietação e ter que dar explicações a Lauren por isso. Não é que eu não confiasse nela, apenas não queria jogar meus medos e minhas frustrações sobre ela, sobretudo quando ainda não tínhamos nos acertado depois da minha inesperada confissão.

          - Não é nada, Lauren - Menti - Só estava pensando em algumas coisas da minha casa, só isso. - Afirmei tentando abrir o melhor e mais convincente sorriso que eu tinha no momento. Não sei se funcionou, porém mesmo assim, mudei o tópico do asunto - Será que podemos falar sobre... bem... sobre nós?

             Lauren me lançou um olhar intenso, sabia ao que me referia assim como sabia que precisávamos mesmo falar sobre nós.

            - O que sobre nós? - Questionou enquanto eu fazia o possível para não me deixar vacilar ao ter que manter contato, tanto físico quanto visual, com ela.

             Hesitante, respondi:

           - Bem, você sabe Lauren, sobre o que há entre a gente. - Respondi timidamente abaixando os olhos em direção às nossas mãos que continuavam unidas.

           Ela deu um sorriso malicioso e ao mesmo tempo... encantador. Gostava de ver Lauren sorrir, inclusive quando ela sorria para mim, porque eu sabia que a razão daquele sorriso era eu. Mas detestava quando ela dava sorrisos maliciosos, porque eu ficava encabulada, perdia toda a graça e me sentia intimidada. E me senti tão vexada por estar falando daquele assunto,que até então era novo para  mim, que não fui capaz de ficar mais tempo ali com ela, o que me fez levantar e ir à cozinha tomar água.

           Ouvi passos atrás de mim. Sabia que ela me seguia porque me sentia sendo observada. E ainda, me sentia despida. Estávamos na minha casa, e quando ela chegou eu estava ainda de pijama tomando café, e não me preocupei em me trocar. Já tínhamos ido da sala à cozinha, da cozinha de volta à sala e agora voltávamos novamente à cozinha, e eu continuava com o mesmo short curto do pijama mesmo vendo como Lauren parecia me devorar com os olhos.

            Não vou negar: gostava e me deleitava de prazer em saber que podia prender Lauren com outras coisas além de palavras e olhares. Sentia que ainda estávamos no começo de algo, mas também já sentia a inclinação dela por mim, sabia que ela queria meu corpo tanto quanto queria minha alma. Mas eu, particularmente, queria ir com calma. Tinha demorado tanto para conquistar Lauren, então queria desfrutar de todos os benefícios em cada forma e detalhe, com calma, sem pressa ou desespero.

Lauren (Camren/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora