Asneiras, idiotices, perda de tempo total. Tenho gastado muito do meu tempo escrevendo coisas já definidas pelo título do capítulo anterior: trivialidades. Sinto como se muitas das coisas que escrevi não passassem de futilidades, por isso tomo a iniciativa de fazer uma passagem de tempo rápida e sucinta com as poucas que considero serem as mais relevantes. Haverei de fazer passar os meses até o início de novembro, e então ao fim do ano para, em seguida, passar ao próximo e último ano da minha extensa narração.
Pois bem, final de agosto.
Alejandro tinha finalizado todo o concerto do carro de meu pai, e, enfim, o deixado sob minha posse. Eu, em pouco tempo, havia conseguido minha habilitação. Que os ambientalistas reclamem que os veículos poluem demais, e nem eu discordo deles, mas é preciso admitir que ter um carro facilita muito a vida da gente.
Os negócios da empresa corriam bem, e, embora eu ainda tentasse me adaptar e encontrasse algumas dificuldades, muitas das coisas já tinham caído no meu entendimento e se tornavam praticamente automáticas na hora de serem realizadas. Não demoraria muito para que eu pegasse e dominasse por completo os fios e desafios da gestão dos negócios.
A única coisa que eu não podia dominar era, eu quisesse ou não, o imensurável incômodo que a presença importuna de Michael causava em mim. Ele já não me dirigia a palavra tanto quanto fazia no começo, mas estava sempre a me olhar torto, a me encarar com olhos frios e perscrutadores. Contudo, eu tentava ao máximo me esquivar dele e ignorá - lo, porque sabia que, embora eu desgostasse, eu teria de aprender a conviver com a frequente presença do homem dentro da minha vida como uma verdadeira espécie de ameaça.
Setembro.
- Lauren, vai ser só por duas semanas. - Afirmei enquanto andava atrás dela que havia se esquivado por completo dos meus braços e se dirigido, impaciente e aborrecida, até a cozinha.
Era final de tarde e estávamos na nossa casa particular. Deveríamos estar passando um bom e prazeroso tempo juntas - coisa que se tornara quase diária entre nós -, mas a notícia que fiz cair em seus ouvidos, a desgostou por completo, e eu não esperava outra reação a não ser aquela que ela demonstrava.
- Duas semanas, (SeuNome)? Duas semanas é muito tempo. - Reclamou abrindo a geladeira, pegando uma jarra de água e enchendo seu copo. - Além do mais, a Camila provavelmente vai estar lá também. - Devolveu a jarra na geladeira e, após fechar a porta do eletrodoméstico, se dirigiu de volta à sala.
Sentou - se no sofá e tomou um pequeno gole de sua água. Observei - a ficar inerte e pensativa, enquanto virava, leve e lentamente, o copo com o líquido dentro em que mantinha fixo o seu olhar.
Sentei - me também, tentando ficar o mais próximo possível dela. Embora eu tivesse um tanto de receio de continuar o assunto, era preciso:
- Lauren, você tem que entender. Faz parte do meu curso.
- Mas você disse que é voluntariado, então você não é obrigada a ir. - Olhou séria para mim, mas seus olhos não demoraram muito a tomar contornos de súplica e melancolia - Não, vai não. Fica aqui comigo. Você nem precisa da faculdade, (SeuNome).
- Não, não preciso. Mas foi minha decisão continuar o curso e eu quero fazer esta parte dele também. - Respondi já um tanto impaciente.
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Lauren (Camren/You)
FanfictionQual é o limite do coração? Quão tênue é a linha que separa o sentimento da razão? Essas são perguntas que (SeuNome) não pode responder, por mais que procure a resposta. Porém, ela pôde experimentar a certeza de que "o coração tem razões que a própr...