Capítulo 29

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Seu rosto se tornou mais nítido quando ele se aproximou. Seus traços ainda eram da maneira como eu me lembrava. Seu olhar ainda parecia o mesmo desde a última vez que ele me encarou dizendo que iria para Nova York. O cabelo negro estava mais curto, seus ombros mais largos. Parece que viver em outra cidade fez muito bem a ele. A última vez que nos falamos, Roger veio com seu papo furado para o meu lado. Agora ele parecia determinado a terminar o que havia começado.

— Roger. – sussurrei.

Bryan acompanhou meu olhar na direção do cara que andava na nossa direção. As linhas de expressão entre seus olhos se intensificaram quando ele finalmente assimilou o que eu estava falando.

— Por que esse idiota está vindo à nossa direção? – Bryan rosnou.

— Fica calmo. – segurei em seu braço.

— Não o quero te rondando! – Bryan não parava de encara-lo, como se fosse um cão raivoso.

— Roger e passado, Bry. E vai permanecer assim. – tomei mais um gole de tequila para conseguir encarar Roger. — Ok?

Pedindo a Joe que lhe trouxesse outra cerveja, Roger encostou-se ao balcão a menos de um metro de mim. Seus olhos foram diretos para Bryan atrás de mim, que provavelmente estava fuzilando o garoto com os olhos. Roger pareceu não se intimidar. Ele estalou a língua, pegando a cerveja que Joe lhe entregou e tomando um longo gole.

— Olhe só quem resolveu aparecer. – Roger sorriu. — Quase não te reconheci Carter. Você está mais... bonito.

— Guarde sua conversa para os garotos de Nova York. – meu tom de voz foi mais seco do que eu desejava.

— Eles não são como você. Não valem a pena. – ele deu de ombro.

— Você já contou mentiras melhores do que essa. – rolei os olhos.

— O Arizona te deixou mais selvagem? – Roger estendeu a mão para me tocar, mas foi interrompido por Bryan, que agarrou seu pulso no ar. — Que isso cara? Não me encoste! – Roger pulsou o braço para se livrar da pegada de Bryan.

— E melhor manter suas mãos longes dele, ou vou garantir que você não as tenha mais. – Bryan me puxou para junto dele, mantendo um braço em torno dos meus ombros.

Atrás do balcão, Joe observava tudo, com um olhar de reprovação. Ele provavelmente acreditava que eu lhe traria mais encrenca. O que se tornaria uma verdade se Roger continuasse agindo como um idiota.

— Sentir sua falta, Matt... – Roger ignorou a ameaça de Bryan. — Mesmo com uma família como a sua...

— E melhor não terminar. – avancei na direção dele. — Minha família e uma merda. E você e um marica metido, que fica se escondendo para que o seu pai não descubra que você e uma vadia.

— O gênio ruim e coisa de família, não e? – disse Roger com um sorriso nervoso. — Todos os Carter são iguaizinhos. Você apenas finge que não e farinha do mesmo saco.

— Por que eu perdi tanto tempo com você, Roger? – perguntei, tanto não me abalar com o ataque dele.

— Fui a melhor coisa que aconteceu na sua vida miserável. Você prec... – Roger não terminou sua frase. O punho de Bryan acertou a lateral do seu rosto, fazendo-o tombar sobre o balcão.

As pessoas se afastaram ao ouvir o barulho oco do rosto de Roger contra o balcão de madeira. Antes que Roger pudesse reagir, Bryan golpeou sua costela e novamente o seu rosto. Roger foi ao chão e se encolheu com as dores em seu corpo. Bryan se preparou para atingi-lo novamente, mas o impedir. Seus olhos encontraram os meus, carregados de fúria.

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