Capítulo 25

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O clima ficou tenso, após Bryan sair da sala, deixado sua revelação no ar. Minha mãe estava atônita, Mark seguiu o filho e Henry parecia não compreender o que estava acontecendo. Não havia mais o que esconder. Minha relação com Bryan não devia ser um problema, porem ele era enteado de minha mãe, o que deixava as coisas um pouco estranhas. Pela expressão de Cami, parecia ser o fim do mundo.

— Você e gay? – perguntou minha mãe, atordoada. — E estava namorando o Bryan.

— Você perdeu muita coisa na minha vida.

— Ele e seu irmão. – minha mãe passou a mão pelo cabelo, suspirando. – Isso e coisa do Jim, não e? Ele quer acabar com a minha família!

— Ele não e meu irmão. E isso não tem nada haver com o meu pai.

— Meu Deus, eu devia ter levado você comigo. – minha mãe esconde o rosto entre as mãos. Seus ombros tremendo com os soluços profundos. — Isso não estaria acontecendo.

Droga! Estava dando tudo errado.

— Foda-se. – virei-me. Precisava voltar para o dormitório e esquecer que um dia tive a brilhante ideia de vir atrás da minha mãe. Eu não tinha mais dez anos, as coisas estavam diferentes e ela não fazia mais parte da minha vida. — Vou deixa-la com a sua nova família.

Não olhei para trás quando sair da casa. Onde eu nem devia ter entrado. O ar gelado cortou meu rosto. Meus olhos arderam, mas me neguei a derramar uma lagrima. Eu deveria chorar por coisas que realmente importava. Eu não chorava pela minha mãe há anos, não faria isso agora.

— E uma pena você não ficar. – disse Mark, recostado em uma picape na entrada da garagem.

— Tanto faz. – disse, passando direto por ele.

— Ei, Matthew. Posso te pedir uma coisa? – Mark veio até a mim. — Meu filho te ama demais. Sei disso porque a ultima vez que o vi tão transtornado, foi quando ele perdeu a mãe. E ele a amava mais do que tudo. – ele afagou meu ombro. — Não o faça sofrer. Por que ele vai fazer de tudo para que você não sofra.

Mark voltou para casa, caminhando com dificuldade pela pequena camada de neve que se formava na calçada.

Não se via movimentação no campus. Algumas almas perdidas no feriado, alguns policiais do campus. E a neve que insistia em grudar no solo. Caminhei com cuidado pelo estacionamento, para não escorregar no piso molhado. Acho que me acostumei ao constante calor de Tucson, que já estava sentindo falta do sol.

Ouvir passos apresados. Ninguém estava animado em ficar do lado de fora, com uma temperatura baixa o suficiente para congelar seu sangue.

Ainda estava processando a discursão com a minha mãe. Por alguns segundos, eu acreditei que as coisas ficaram boas entre nos. Os demônios do passado ficariam no passado. Mas aprendi que certas coisas devem permanecer como estão. Mas o que mais me perturbava, foi o que Mark me disse.

Eu estava cego pelo meu medo e Mark abriu meus olhos.

— Vadia. – alguém gritou atrás de mim.

Não tive tempo de virar e descobrir o que estava acontecendo. Algo acertou meu rosto, deixando-me desnorteado. Havia gritos ao meu redor, enquanto meu corpo foi golpeado outras vezes. Alguém acertou meu peito, fazendo com que o ar deixasse meu corpo. Encolhi-me no chão, tentando proteger meu corpo.

Alguém me agarrou pelo pescoço, forçando-me a olhar para cima. Eu estava cercado por dois caras e Luke. Seus olhos eram puro ódio. O mesmo olhar que ele me direcionou quando terminei com ele.

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