Capítulo 32

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As luzes distantes dos prédios de Los Angeles brilhavam intensamente, como se houvessem pequenas estrelas na superfície da terra. Somente nesse momento eu percebi que fui arrastado pelos homens do Feldman havia me arrastado de Tucson, mas isso não tinha importância. Desde que saímos do galpão, localizado em uma área nos arredores da cidade, eu não olhei em outra direção além da janela da van, para evitar olhar para Tyson e menos de um metro de mim.

Meu pai encarava nos dois, eu conseguia sentir o peso do seu olhar sobre mim, tentando desvendar a cena que ele encontrou no galpão de Adam. Em outros tempos, ele estaria gritando conosco por estamos brigando, até mesmo nos agredindo, mas acredito que meu pai percebeu que perdeu toda a influência que tinha sobre nos. Ou apenas estava concentrado demais em pagar sua divida e sair o mais rápido do país.

As mãos quentes de Bryan envolveram a minha, puxando-a para junto dele. O calor familiar do toque dele me fez desviar o olhar para sua direção. Foi a primeira vez que o encarei depois que ele me disse que iria correr para pagar a divida de meu pai. Não importava quantas vezes eu o pedisse para não fazer isso, Bryan estava decido a fazer aquilo.

Notei que meu pai olhava diretamente para nossas mãos unidas. Franziu o cenho, antes de perceber que eu o encarava também. Os dois anos na prisão não foram generosos com ele. O homem com aparência jovial não existia mais, dando um lugar a um Jim com expressão cansada, olhos fundos e enrugados.

— O que foi? – perguntei, aumentando o aperto na mão de Bryan. Meu pai pareceu surpreso com a minha pergunta repentina. — Eu fico me perguntando até quando você vai continuar nos arrastando para suas merdas.

Com sorriso fraco, meu pai balançou uma das mãos com desdém.

— Depois dessa noite vou vai se ver livre de mim. – ele desviou o olhar para a vista da cidade iluminada ao longe. — Não e isso que você vem tentando há anos? – seus olhos escuros encontraram os meus, sem emoção nenhuma. — Quando você e Tyler planejaram fugir para o Arizona e abandonar a nossa família.

O sorriso se alastrou no rosto de meu pai ao perceber meu espanto.

— O que foi? Você não pensou que eu não sabia de nada, pensou?

Recompus-me em segundos. Eu não demonstraria mais fraqueza na frente dele.

— Qual e a sensação de viver sabendo do desprezo de seus filhos?

Tyson se remexeu desconfortável em seu lugar, a poucos centímetros de Bryan. Eu conseguir ouvir a risada abafada de Feldman logo atrás de nos.

O sorriso desapareceu do rosto de meu pai. Então foi a minha vez de sorrir, sabendo que eu o atingir em cheio.

— Você não devia ter ido atrás do Bryan para fazer o seu trabalho sujo. – completei.

Permaneci em silêncio o restante do caminho. Toda aquela situação estava fora do controle. Bryan não deveria está ali – nem eu –, mas nos estávamos envolvidos em mais um problema causado pelo meu passado.

Chegamos a uma das rodovias no entorno de Los Angeles, longe o suficiente da cidade para que a policia nos interrompesse, vazia o bastante para que não fossemos visto e entregues. Percebi que o acostamento já estava repleto de carros e pessoas, como costumava ser em Tucson. Bryan parecia animado com a possibilidade de correr mais uma vez, enquanto eu ficava apavorado a cada segundo que se passava.

Como uma sombra, a garota de Feldman nos seguiu quando descemos do carro. Regularmente ela olhava para Bryan, estreitando seus olhos como se o analisasse como uma ameaça. Meu pai seguiu Adam para longe de nos, Tyson permaneceu alguns metros de distancia, enquanto eu e Bryan paramos a poucos metros da van, evitando a multidão.

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