Alguém havia deixado a TV ligada em um volume tão baixo, que quase não era possível ouvi-la. Provavelmente foi Elena, a enfermeira visitava o meu quarto no início dos seus turnos, e ao final de cada um deles, apenas para ver se eu estava bem e precisava de algo. Ela costumava deixar a TV ligada durante as noites, pois sabia que eu perdia o sono durante a madrugada. Era sua forma de fazer com que não me sentisse sozinho, já que Bryan pegava no sono todas as noites.
Os primeiros raios de sol começavam a invadir o quarto, pelas frestas das persianas, iluminando o lençol branco que minha mãe trouxe, para substituir os do hospital. Gemi ao virar na cama, para ficar de frente para a poltrona reclinável, onde Bryan estava encolhido. Seu corpo musculoso, mal cabia sobre o minúsculo espaço. Estiquei o braço para tocar o seu braço que ele costumava deixar estendido próximo a cama, caso eu precise acorda-lo.
Bryan pulou, quase caindo da poltrona quando o toquei. Ele esfregou os olhos semicerrados, e se inclinou para frente.
─ Você está bem? – ele perguntou, segurando minha mão que estava sobre o seu braço.
─ Estou ótimo! – respondi, me afastando na cama, para dar espaço a ele. ─ Deita comigo, você vai acabar tendo dores no corpo se continuar ai.
Eu já não estava mais ligado a vários aparelhos, como nos primeiros dias. Agora apenas um fio, que me ligava a máquina que media meus batimentos cardíacos, estava preso aos meus dedos.
─ Alguém pode entrar. – ele voltou a se encolher sobre a poltrona.
─ Não me faça implorar, Bry. – disse, fechando os meus olhos.
Poucos segundos depois, a cama rangeu com o peso do seu corpo, deitando ao lado do meu.
Bryan me envolveu com um dos seus braços, deixando o meu rosto junto ao seu peito. Eu aceitei de bom grado o calor do seu corpo, e suspirei sentindo o cheiro único da sua pele, misturado ao sabonete e ao hidratante corporal.
─ Sentir falta disso. – ele sussurrou junto ao meu ouvido.
─ Eu também. – eu conseguia ouvir as batidas fortes do seu coração, como se fosse uma canção de ninar, me levando de volta ao sono. ─ Eu estou doido para voltar para casa, e nunca mais sair do seu lado. – completei.
─ Está falando sério?
Mesmo sem ver, eu sabia que ele estava sorrindo.
─ Sim.
Bryan ficou em silêncio por alguns instantes. Cheguei a pensar que ele já havia voltado a dormir, mas então ele falou.
─ Você só precisa se casar comigo, então nunca mais vamos sair do lado, um do outro.
Pensei em encara-lo, apenas para verificar se ele estava falando sério, mas os meus olhos começaram a pesar, e então ouvir a respiração de Bryan ficar regular.
Acordei horas depois, sem os braços de Bryan me envolvendo. Quando finalmente conseguir abrir os olhos para procura-lo, a única pessoa que encontrei no quarto era Liz.
Minha amiga sorriu ao me ver acordado. Ela estava segurando um copo de papel, com o café nada atrativo da cafeteria do hospital. Quando ela levou o copo aos lábios, fez uma careta, deixando-o de lado.
─ Acho que deveria ter atravessado a rua até uma cafeteria de verdade.
─ Pensei que você tivesse voltado para Tucson. – comentei, surpreso em vê-la.
Liz foi a primeira a aparecer no quarto, após o médico liberar as minhas visitar. Ela chorou durante quase dez minutos, dizendo o quanto ela teve medo de me perder. Depois me atualizou sobre o que aconteceu após a polícia aparecer. Depois de dois dias, Liz disse que teria que voltar para Tucson, para justificar nossa ausência nas aulas e tentar conseguir algo que recompensasse o tempo perdido.
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No Limite
RomanceMatthew Carter quer recomeçar sua vida depois de vê-la desmoronar por completo. Tímido, Matt faz de tudo para passar despercebido pelas pessoas. Mas Bryan Collins está no seu caminho. O badboy, com abdômen definido, tatuagens e um ótimo poder de sed...