Capítulo 33

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As batidas do meu coração aceleravam à medida que o motor do conversível roncava mais alto. O suor descia brotava em meu rosto e escorria lentamente, até alcançar o meu pescoço e subir por dentro da gola da minha camiseta. As luzes de Los Angeles se tornaram borrões ao longe. Um barulho ensurdecedor se formava com o carro cortando o ar em alta velocidade. Minhas costas estavam grudadas ao banco, enquanto meus dedos se fechavam cada vez mais em torno do couro macio.

Tomei coragem para olhar ao redor e não vi nada além do grande espaço vazio do acostamento da estrada. Bryan me observava pelo canto do olho. Eu não sabia se o seu silêncio era por está irritado com a minha atitude repentina ou apenas concentração. Decidir que não era o momento para termos uma conversa sobre a decisão de ele correr pelo meu pai.

Um carro prata pareou ao lado do conversível que Bryan estava conduzindo. Eu não conseguia ver além de suas janelas escuras. O carro prateado avançou alguns poucos centímetros, antes de nos fechar na estrada, fazendo com que Bryan fizesse uma manobra evasiva completamente arriscada. Uma nuvem de poeira escondeu tudo a nossa volta, quando os pneus do conversível atingiram o acostamento. O veículo deslizou por mais alguns metros, aumentando a poeira, até que Bryan com um movimento ágil, gira o volante e nos coloca de volta a rodovia.

— Se segura, gracinha. – Bryan ordenou antes de vira o volante com agilidade e precisão.

O carro rodou na rodovia até pararmos na direção contraria.

Bryan engatou a macha e voltou a toda velocidade, passando pelo veiculo que tentou nos tirar da pista.

— Está com medo gracinha? – perguntou Bryan em meio uma risada seca.

— Por que, Bry? – perguntei, ignorando o comentário engraçadinho dele.

Ele encarou confuso, até perceber sobre o que se tratava aquela conversa.

— Acho que já respondi a essa pergunta. – respondeu Bryan com os olhos na estrada.

Nos passamos pelos outros concorrentes, desviando da maioria.

— O que eu ainda não sei Bryan? – gritei. — Você está escondendo algo?

— Então estamos quites! – ele respondeu, voltando ao seu silêncio.

Bufei.

— Você não devia ter escutado ele. Não devia ter aceito participar disso. – cobri meu rosto com as duas mãos. — Nada disso e sobre você.

— Se você estar envolvido, então e sobre mim, Gracinha. – Bryan bateu com o punho cerrado no volante do carro. — Mas parece que você não consegue entender isso. Você continua me afastando da sua vida.

— Não estou te afastando da minha vida, estou de afastando... disso. Dessa merda que quase acabou com a minha vida.

— Mas essa merda faz parte da sua vida, Gracinha. – Bryan gritou. Ele socou o volante mais uma vez, ao me ver encolhendo contra o banco do carro. — Enquanto isso fizer parte da sua vida, eu vou continuar me envolvendo, Matthew. Quando sua família não for mais um problema, e você não fizer mais parte de nada disso, então você não vai mais se preocupar com que eu me envolva.

Aos poucos as luzes dos faróis foram surgindo. Bryan ia ganhar o dinheiro da divida do meu pai. Jim confiou em sua vitória, assim como confiava nas vitorias de Tyler. Quando Bryan passou garota que segurava uma espécie de bandeira improvisada, se formou um coral de gritos e assovios. Eu fugir de dentro do carro, quando Bryan parou no acostamento, próximo a Van de Adam.

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