Capítulo 30

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Prontos para o hino?


Há ultima vez Chicago e retornei para Tucson estava tomado pela sensação de alivio, por retornar aonde eu naquele momento era o meu lugar. Estava tomado pelo sentimento de segurança, sabendo que eu queria está nesse lugar, mais do que em qualquer outro. Desta vez, quando paramos em frente ao prédio onde os garotos moram, não sinto alivio. Não há segurança em retornar para casa e o que mais desejo e está o mais longe possível daqui. Há ultima vez que desejei está longe de casa, foi quando ainda morava em Chicago. Desde as ultima semanas que antecederam a morte de Tyler até o dia em que finalmente nos mudamos para o campus.

Bryan está segurando minha mão dentro do bolso do meu moletom. Se não o conhecesse diria que ele está tranquilo com toda essa situação. Mas sei que ele está lutando internamente para não deixar transparecer seu nervosismo. Ele segura a minha mala, enquanto ajeita a sua em seu ombro. Antes de subirmos os degraus, ele beija o alto da minha cabeça e sobe na minha frente, acompanhado por Liam.

— Vamos levar nossas coisas lá para cima. – disse Bryan, quando descemos do carro. Era uma forma velada de ele dizer que subiria com Liam para conferir se estava tudo bem. Ninguém admitia desde que chegamos ao aeroporto, mas todos estavam com a atenção redobrada, tendo nos prevenir de qualquer investida de Tyson.

Liz me segurou em meu braço, forçando um sorriso. Ela sussurrou algo que não conseguir compreender. Acho que ela estava tentando me dizer algo que reconfortante. Não saberia dizer, estava tenso demais para prestar atenção em qualquer coisa. Liam e Bryan pararam na entrada do apartamento, encarando o interior por alguns segundos. Olhei para Liz que deu de ombro e apressou-se para subir as escadas. Os garotos tentam nos parar, mas ignoro o braço de Bryan tentou me bloquear e entro no apartamento.

A sala está completamente revirada. Os destroços dos quadros que costumavam ficar pendurados por toda a sala estavam espalhados pelo chão, misturado à espuma das almofadas. O sofá está tombado em meio aos destroços. Os cacos de vidro estalam sob meus pés, à medida que adentro o apartamento. Os talheres espalhados pela cozinha e as gavetas dos armários estão abertas ou quebradas no chão.

— Meu Deus! – Liz cobre sua boca, olhando a bagunça ao nosso redor.

— Cuidado, Gracinha. – Bryan segura o meu braço quando ameaço entrar em seu quarto.

— Não tem ninguém aqui, Bry. – me solto dele e continuo averiguando o local. — Tyson não seria idiota de permanecer no apartamento depois de destruí-lo.

— Por que ele faria isso? – pergunta Liam, pegando um dos quadros do chão.

— Porque ele ainda não conseguiu o que veio buscar aqui! – diz Liz olhando para mim. Bryan e Liam acompanham o seu olhar.

Empurro a porta do quarto de Bryan, revelando o quarto destruído. As roupas do armário estão cobrindo o piso, o criado-mudo foi derrubado junto com os abajures. Sei que Bryan está atrás de mim, mas não tenho coragem de encara-lo agora.

— Desculpe. – sussurro, saindo do quarto e correndo até o banheiro.

— Ele só precisa de um pouco de tempo. – ouço Liz falar no corredor, provavelmente para Bryan.

Permaneço sozinho por alguns minutos, tentando me recompor após ver o estrago causado no apartamento. Tiro o celular do bolso do meu jeans e encaro a tela por alguns segundos, antes de tomar minha decisão.

Estão todos organizando a sala quando retorno. Bryan avança na minha direção, parando a menos de um metro de distância. Eu o encaro, sem dizer nenhuma palavra, com uma expressão vazia, assim como os meus olhos. Tomei uma decisão, enquanto encarava o meu reflexo no espelho do banheiro. Eu não podia permitir que pessoas inocentes sofressem retaliação por me defenderem. Ele me observa por um breve instante, antes de jogar seus braços sobre mim, envolvendo-me em um abraço esmagador. Meu coração se afunda dentro do meu peito, por ter que descumprir a promessa que fiz a ele.

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