Capítulo 37

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Bryan não estava gostando da oferta de Tom. Na verdade, ele estava furioso com o que eu estava prestes a fazer. E havia praticamente implorando para que eu não o fizesse. Meu colega de quarto – que não é exatamente meu colega de quarto – havia garantido que daria certo. Eu mesmo tentei convencer Bryan que seria algo rápido e seguro. Mas ele ainda parecia com alguém, que arrancaria a cabeça alguém a qualquer momento.

Quando as portas da entrada do prédio se fecharam atrás de mim, dezenas de pares de olhos se viraram na minha direção. Aquilo não me parecia mais tão simples, como eu havia imaginado. Porém, eu precisava seguir em frente por Bryan. Estava cansado de sacrifícios, que acabavam ferindo nos dois. E mais ainda, por ter sido eu, a fazê-lo das duas vezes em que aconteceu. Mas dessa vez eu precisava fazer isso por Bryan, e por nos dois. Se quiséssemos ter algum futuro.

Continuei a caminhar pelo corredor, fingindo não ser afetado pelos cochichos pouco discretos. Ao entrar na biblioteca, mais olhares me acompanhavam. E pela primeira vez, eu estava agradecido pela regra de silêncio, por ela impedir mais cochichos. Passei pela recepção, evitando contato visual com a bibliotecária, enquanto ela conferia os meus dados, e fitava o meu rosto, como se tivesse buscando certeza de quem eu era.

Circulei pelos corredores de livros, até parar aleatoriamente próximo as cabines de estudo, fingindo procurar por algum exemplar entre as prateleiras.

— Não e engraçados, termos nos conhecido praticamente dessa maneira?

Sobressaltei com a voz atrás de mim. Ela me era estranhamente familiar.

— Eu disse, que você e o Collins se mereciam. – Luke estava com os braços cruzados sobre os músculos definidos do peito. — Depois de ver seu rosto nos noticiários, isso apenas se confirmou.

Seu tom de voz era sussurrado, mas firme o bastante para que fosse entendido.

A estranha sensação de desconforto em está perto de Blake, percorreu pelo meu corpo, provocando arrepios. Uma mistura de raiva e medo.

— Você parece um pouco feliz demais hoje. – fiz a minha melhor cara de paisagem, para evitar que ele percebesse o quanto me afetava. — Estava com saudades?

Um sorriso de satisfação surgiu em seu rosto, e eu tive vontade de arranca-lo. Luke passou um dos braços em torno do meu ombro, e me arrastou até um dos corredores mais afastado das cabines. Ele olhou ao redor, se certificando que não havia mais ninguém por perto.

— Soube que o Collins pode ser preso a qualquer momento.

Meus dentes rangeram.

— Agora você percebe o tamanho do seu erro, me abandonando para trepar com o Collins? – ele sussurrou no meu ouvido.

Luke recuou.

— Desculpa, Carter. Mas você precisa aprender, que o predador sempre vai devorar os animais pequenos.

— Por isso você fez a denúncia? – perguntei.

Ele parou, e começou a caminhar lentamente na minha direção. Eu o peguei, agora só devia derruba-lo.

— O que foi, surpreso por eu saber que... – olhei para os lados e sussurrei. — você investe dinheiro em rachas?

Ele franziu o cenho.

— Não brinque comigo, Carter.

— Seu pai era um dos amigos do meu pai. Você pensou que eu nunca soube sobre o que fazia com a sua grana? – menti. — Agora você está acabando com o próprio negócio. Isso não me parece muito esperto.

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