Capítulo 17

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As paredes cinza estão ainda mais sem vida, após o incêndio, que levou com ele todos os pôsteres de Tom. Olha para elas era tão melancólico quanto o silêncio do quarto ou para mim mesmo. Após uma noite agitada, em que eu pouco dormir, a ausência de barulhos era algo estranho, principalmente quando se acostumar com os sons de conversas constantes. O aparecimento de Tyson gerou um incomodo geral, mesmo Bryan e Liam que não o conhecem. Mesmo com insistência do meu namora, eu não quis retornar para o apartamento dos garotos. Estava seguro no dormitório e ficaria por ali até meu irmão sumir novamente. O que era apenas uma ilusão. Ele não vai descansar até conseguir o que quer, seja lá o que for.

A manhã de segunda após o feriado começou tensa. Minha desconfiança de que Tyson aparecerá em qualquer lugar, a qualquer momento, deixava Bryan ainda mais preocupado. Quando insistir para que ele fosse assistir a suas aulas da manhã, ele ficou furioso por não permitir que ele ficasse por perto. Eu o queria comigo, mas não queria que a vida dele parasse por causa de um problema do passado.

- Tyson e um problema meu. - falei, tentando colocar fim ao assunto.

- E você e um problema meu. - retrucou Bryan irritado. - Se algo está te perturbando, então me perturba também.

- Por favor, Bry. Eu preciso ficar sozinho.

- Parece que voltamos alguns meses no tempo, quando eu tentava te alcançar e você me afastava. - falou ele, antes de sair batendo a porta.

Meu coração se partiu em vários pedaços por magoa-lo. Mas não queria que ele se envolvesse nesse assunto.

Retornei para as aulas apenas na semana seguinte. Tive que fingir para todos que estava tudo bem, mas dentro da minha cabeça estava tudo uma bagunça. Eu tinha receio do desastre que seria ter meu passado tão presente, como agora. Não me trouxe coisas boas antes, com certeza não traria agora.

Despedir-me de Bryan na saída do refeitório. Ele teria uma aula e eu aproveitaria meu tempo livre para tira o atraso. Cruzei o estacionamento, rumo ao dormitório, quando sinto o aperto em meu braço, forçando-me a parar.

- O que...?

- Oi, Gracinha. - disse Tyson, com um sorriso sarcástico. - Não e assim que ele te chama? O seu namoradinho?

- Não e da sua conta! - puxei meu braço e me afastei dois passos dele. - Eu não tenho dinheiro, Ty. E melhor você ir embora.

- Não quero dinheiro! - ele estalou a língua. - Vim para te buscar.

Ele estava blefando. Há uma semana, Tyson me disse que nosso pai precisa de trinta mil.

- Você está mentindo. - falei, afastando um pouco mais.

- Não... Mudanças de planos. - ele venceu o espaço entre nos com apenas um passo. - Você não vai fugir dessa vez. - Tyson abaixou, ate sua boca está próxima ao meu ouvido. - Posso fazer seu pitbull pagar por sua teimosia. Você não vai querer vê-lo dentro daquele Mustang, capotando, varias e varias vezes.

- Deixa o Bryan fora dessa merda. - rosnei.

Sua risada me irritou.

- Ora, ora. Vejo que você não perdeu muito tempo com o fracassado do Collins. - me virei para ver quem era dando de cara com Luke a poucos metros de nos. Seus olhos correram até Tyson que não tinha uma expressão nada boa. - Mas continua correndo atrás de caras que não combinam nada contigo.

- Tira ele daqui. - resmungou Tyson.

- Dá o fora Luke.

- Isso está tão divertido. - sua gargalhada ecoou no estacionamento. - Você está se tornan... - um urro gigantesco escapou da garganta de Luke, enquanto se encolhia no chão. Tyson o acertou um chute, no mesmo local onde ele havia golpeado segundo atrás.

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