Capítulo 22

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O vendo gelado cortava meu rosto, enquanto eu permanecia de pé em frente a uma das casas padrões, de uma região de classe media de Tucson. Franzi o cenho, incomodado de está ali, talvez apreensivo por reencontrar minha mãe. Eu não tinha um numero de telefone, não havia como avisar a minha mãe de minha chegada. Também não saberia como iniciar aquela conversa. "Oi mãe. O filho que você abandonou está indo te visitar!"

Tinha minhas duvidas sobre como seria recebido. Tanto tempo se passou, sem nenhum contato, provavelmente ela desistiu de mim quando largou nossa casa, anos atrás. Mas eu precisava está ali, mesmo que ela batesse com a porta na minha cara, eu teria a chance de questiona-la sobre o porquê me abandonar.

Mesmo com o clima frio, minhas mãos suavam dentro do bolso da jaqueta de couro, que um dia foi do Tyler. Atravessei o grama judiado pelo frio até a varanda ampla. Havia uma cadeira de balanço, que indicava criança. Ela teve outro filho? A casa aparentava ser grande, e imitava o estilo colonial da maioria das casas do sul em tamanho reduzido.

Levei a mão até a campainha, mas parei a poucos centímetros, ponderando sobre ir em frente ou voltar para o dormitório e curtir o feriado assistir especiais de Ação de Graças na TV. De qualquer modo, era uma visita rápida. Apertei o pequeno botão, que produziu um som grave. Meu nervosismo se intensificou. Cada segundo esperando que alguém abrisse a porta me fazia meu coração se contrair contra meu peito.

Paralisei ao ouvir som da fechadura. Um garoto, com seus dezessete anos aproximadamente, abriu a porta e me encarou com um olhar curioso. Seus olhos escuros tinham um brilho intenso, e o rosto com traços rústicos, me era estranhamente familiar. Ele deu um passo na minha direção, bloqueando a entrada com seu corpo musculoso. O garoto estreitou os olhos na minha direção.

- Em que posso ajuda-lo? - perguntou ele com um tom pouco amigável.

- Estou procurando pela Cami. - disse olhando o endereço no papel em minhas mãos. - Acho que estou no lugar certo. - disse olhando de volta para o garoto que tentava espiar o papel.

- O que você quer com ela? - ele perguntou na defensiva. - Ele não disse que estava esperando visitas.

- Então ela mora aqui? - perguntei, ignorando sua pergunta.

- Sim. - ele respondeu seco.

- Ela está em casa? - tentei espiar por cima dele, mas para um garoto ele conseguir ter quase o dobro do meu tamanho. - Quero falar com ela!

- Quem e você? - ele franziu o cenho.

- Quem e Henry? - perguntou a voz melódica. Nos dois olhamos para o interior da casa, quando a figura magra, quase frágil, de minha mãe surgiu. Ela estava diferente do que a minha memoria tinha registrado dela. O tempo quase não agirá sobre ela, ainda tinha aparência delicada. Mas agora pequenas rugas despontavam nos cantos de seus olhos. O cabelo alisado possuía um corte próximo à altura dos ombros. - Matt? - sua voz saiu em um quase sussurro.

Ela estava tão surpresa quanto eu. Minha mãe me encarou com os olhos esbugalhados e com a boca entreaberta. O choque em nossos rostos fez Henry fechar ainda mais sua expressão.

- Está tudo bem, Cami? - perguntou Henry, amparando-a com as duas mãos em seus ombros.

- Estou. - ela forçou um sorriso para o garoto. - Como...? Meu Deus!

- Oi mãe! - engoli em seco. - Não vai me receber?

Os olhos de Henry estavam tão esbugalhados quanto os de minha mãe.

- Mãe? - perguntou o garoto olhando de minha mãe para mim.

De súbito minha mãe abriu os braços e me puxou para junto dela. Ela afundou o rosto em meu peito e soluçou, deixando suas lagrimas escaparem.

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