Capítulo 10

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- Emily Mitchell - falei desviando meu olhar do dele para tirar o celular que chamava em minha bolsa.

- Um minuto - falei atendendo a chamada que era a minha mãe.

Ligação on

- Alô mãe.

- Alô meu amor, quantas saudades eu tenho de você! - minha mãe falou chorando

- Ah mamãe, não chora não, eu tô bem e também estou morrendo de saudades de vocês - falei e logo senti uma lágrima descer em meu rosto.

- Estamos no hospital seu pai teve mais uma de suas crises meu amor, a gente ta indo para casa agora, seu pai e eu pensamos muito em você, minha menina.

- E como está o papai agora? - perguntei entre o choro.

- Ele tá melhorando filha, se cuida que a gente aqui  torce por ti meu amor, Deus Abençoe você minha menina.

- Obrigada mamãe, fique bem e cuide do papai por favor mãe, beijos.

- Beijinhos filha.

- Oh mãe!?

- Sim meu amor!

- Eu amo vocês de mais - nesse momento as lágrimas invadiram meus olhos de maneira incontornável.

- Também amamos muito você.

Ligação off

Meu mundo caiu depois daquela chamada, minha mãe chorando do outro lado da linha e eu aqui sem poder fazer nada, me sentia culpada pelo sofrimento deles e acabei me derrubando em lágrimas, e esquecendo totalmente da presença de Dylan.

Senti uma mãe quente e suave passando em meu rosto e enxugando minhas lágrimas, levantei meus olhos e encontrei-me com aquele par de olhos azuis, automaticamente me senti confortada e totalmente segura.

- Não chora não - ele disse sorrindo.

Eu podia passar anos, décadas, meses, dias e horas só olhando aquele sorriso que nunca me cansaria.

- É difícil - disse baixando o rosto.

- Eh, deve ser mesmo - ele disse chamado o garson com um gesto.

- Você também vive longe de seus pais? Perguntei com tom curioso e vi seu rosto mudar.

Depois dessa pergunta, a sua expressão facial mudou, parecia que algo o atormentava.

- Não, é.. Eu não tenho país - ele disse sem transmitir nenhum tipo de emoção em seu olhar como se tivesse a esconder algo.

O garson chegou até nós e ele pediu um chocolate quente, me perguntando se eu queria alguma coisa e eu acenei negativamente a cabeça. O garçon trouxe seu chocolate quente e ele foi tomando.

- Sinto muito por seus pais - eu disse com os olhos ligeiramente cerrados.

- E de onde você vem? Ele perguntou mudando totalmente de assunto.

- Brasil - respondi com uma expressão de orgulho em meu rosto e o sorriso enorme brincando em meus lábios.

- Você é linda, sabe? Ele falou passando suas mãos quentes em meu rosto.

Fechei meus olhos e tentei aproveitar o máximo daquele toque que me fazia vibrar, no mesmo instante senti minhas bochechas queimarem e com certeza já devia parece um pimentão de tão vermelha que eu estava.

- Obrigado - sorri e baixei meu olhar

Ele deu aquele sorriso que eu podia passar a eternidade toda a apreciar e disse: Tu ta toda vermelha Emily.

Eu acho que agora eu já não tô parecendo pimentão e sim um tomate e daqueles bem maduros.

- A.. acho m..melhor eu ir - disse levantando e morrendo de vergonha.

- Eu te acompanho - segurou a minha mão.

Aquele toque, que me fazia querer mais e mais, que me fazia delirar e suar frio eu estava tentando controlar minha emoção, mas tava sendo impossível. (...)

Fomos andando e conversando ao longo do caminho sobre coisas aleatórias até chegar a minha casa que era bem pertinho dali, paramos de frente a minha casa e ficámos nos encarando por alguns segundos até que ele depositou um beijo em minha bochecha e se despediu dizendo que ligaria para mim qualquer dia para irmos sair.

- Obrigada pela companhia - falei sorrindo.

Ele olhou para mim e apenas assentiu se virando e marcando seus passos totalmente confiantes.

Não Era Pra SerOnde histórias criam vida. Descubra agora