CAPÍTULO 6

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Caio olhou mais uma vez para o rosto de Rafael dormindo e lembrou das tantas vezes que dormiram juntos. Ele conhecia Rafael tão bem. Então voltou para a leitura. Sentia que o sono já começava a chegar quando de repente ouviu uma voz baixa, rouca.

— Caio?

Seu coração saltou no peito.

Tirou os olhos do livro e viu que Rafael estava acordado olhando para ele. Se levantou de um salto e foi até a cama.

— Rafa! Você acordou! — uma felicidade imensa o invadiu. Finalmente Rafael havia acordado. Finalmente ele havia encontrado o caminho de volta. — Que bom que você voltou para nós.

Rafael olhava em volta.

— A gente está num hospital? O que aconteceu?

— A moto bateu em um carro... Você não lembra?

Rafael pareceu pensativo por um instante, como se tentasse lembrar o que aconteceu.

— Eu lembro que estava chovendo... Só isso. Você está bem? — olhou ansioso para Caio.

— Estou! Eu só tive alguns arranhões, nada grave. Mas você bateu a cabeça e ficou em coma, tivemos tanto medo, graças a Deus você está bem agora.

Rafael sorriu.

— Ah, peste! Eu quase morri e você só teve uns arranhões?

Caio riu também.

— Idiota! Eu não tenho culpa de ser mais forte. E de você ter tirado o capacete. Mas falando sério: eu fiquei muito preocupado.

— Eu sei. — Rafael já não sorria mais. — Se fosse com você eu também teria ficado. Eu estou aqui há quanto tempo?

— Faz uma semana. A sua mãe estava aqui até agora a pouco. Eu vim passar a noite para ela poder descansar. Estamos revezando.

— E você está perdendo aula?

— Besteira. Depois eu recupero.

— Ah, é. Eu esqueci que você é nerd, não precisa ir para as aulas como nós, meros mortais.

— E eu já vi que você está bem mesmo, já começou a encher meu saco. — olhou em volta para ver se havia algum enfermeiro ou médico por perto. — Eu acho que tenho que avisar para alguém que você acordou. Vou procurar, já que eu volto.

Caio se levantou e saiu da enfermaria. Não conseguia parar de sorrir. Ele havia voltado, o seu Rafael havia voltado! Encontrou no corredor o médico que estava de plantão.

— Com licença. É que o meu amigo, Rafael, do leito 9, acabou de acordar.

— Ele falou alguma coisa? Reconheceu você?

— Sim. Ele está falando normal.

O médico seguiu para o leito onde Rafael estava. Olhou para ele e falou:

— Oi. Como você está se sentindo?

— Eu estou bem, eu acho.

— Está sentindo alguma dor?

— Só uma leve dor na cabeça, um pouco de tontura.

— Isso é normal. Você ficou inconsciente por alguns dias. Lembra como é o seu nome?

— Rafael Cavalcante.

— Lembra do acidente?

— Não.

— Tudo bem. Isso também é normal. Com o tempo você vai começar a lembrar. Eu vou te examinar rapidinho para ver se está tudo bem, certo? Depois você vai continuar em observação e a gente vai fazer outros exames, mais aprofundados, antes de você poder voltar para casa.

No teu abraçoOnde histórias criam vida. Descubra agora