CAPÍTULO 64

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Quando Caio acordou, o sol já estava alto no céu. Havia dormido muito e profundamente. Rafael já tinha acordado e estava sentado na cama olhando para ele. Caio se espreguiçou e esfregou os olhos, sonolento.

— Dormiu bem, gatinho?

Caio não conseguiu evitar sorrir ao ouvir isso.

— Você não faz ideia da saudade que eu senti de ouvir você me chamar de gatinho.

Rafael se aproximou dele e repetiu carinhosamente.

— Meu gatinho. — Então lhe deu um selinho. — E eu estava com uma saudade enorme de te ver acordar assim, com o cabelo assanhado e a cara amassada, exatamente como agora — disse passando a mão pelos cabelos de Caio. — Principalmente depois de uma noite como a de ontem.

Em seguida se levantou e foi andando até a mesa de estudo pegar o celular que tinha colocado para carregar. Ainda estava completamente sem roupa e Caio não perdeu a oportunidade de dar uma boa olhada na vista. "Olhar para essa bunda linda é outra coisa que eu senti muita falta.", pensou. Rafael ficou conferindo suas mensagens. Então Caio foi até ele, o abraçou e encostou o queixo em seu ombro.

— Eu te amo, Rafa.

Rafael virou e olhou para ele com um sorriso.

— Repete.

Caio fez uma pose solene e disse:

— Eu te amo, Rafael de Sousa Cavalcante.

Ainda sorrindo, ele levou a mão até o rosto de Caio, acariciando com delicadeza.

— Eu também te amo, Caio Alves Fontenele. — E o beijou lenta e demoradamente. Em seguida se abraçaram. — Repete de novo.

— Eu te amo, besta. — Então riram, ainda abraçados.

— Eu nunca vou cansar de ouvir isso.

***

Depois de se vestirem, saíram do quarto e encontraram Amanda e Laura na cozinha.

— Acordou tarde, Caio — disse Laura e só então olhou para ele e viu Rafael ao seu lado, ainda vestindo a mesma roupa da noite anterior. — Ué, você dormiu aqui?

Amanda tentou não rir e Caio a viu cobrir discretamente a boca com a mão. Mas Laura não percebeu, ainda olhando para os dois. Caio segurou a mão de Rafael, entrelaçando os dedos nos seus. Laura olhou para a mão deles e em seguida para Amanda, que ergueu as sobrancelhas e deu de ombros.

— Mãe, Amanda, nós temos uma novidade, que eu acho que vocês já perceberam o que é.

— É, deu para perceber — disse Laura. — As mãozinhas dadas, o Rafa dormindo aqui, vocês acordando tarde. Está bem claro. — Então sorriu. — Eu fico feliz por isso.

Então foi até eles e os abraçou.

— Eu só não sei para quem isso é uma novidade — disse Amanda, rindo —, porque todo mundo já sabia que era só uma questão de tempo.

Tomaram café da manhã juntos e quando terminaram Caio e Rafael ficaram limpando e guardando tudo, enquanto Amanda voltou para seu quarto e Laura foi trabalhar.

— Vamos jantar lá em casa hoje? — falou Rafael de repente. — Eu também quero contar para os meus pais a novidade.

Caio olhou para ele, preocupado.

— Eu sempre tenho um pouco de medo dessa parte de falar para os seus pais. Não quero que se repita tudo aquilo que a gente passou.

— Não vai, gatinho. Agora é diferente. Primeiro porque eu não me importo mais com o que o meu pai ou qualquer outra pessoa pense sobre a gente, eu só quero ser feliz com você. — Então deu um beijo em Caio. — Segundo, eu já sou adulto e posso fazer o que eu quiser e ficar com quem eu quiser. Aliás, muito em breve vou sair daquela casa e alugar um lugar pra mim, você sabe disso. E terceiro, acredite ou não, meu pai está diferente. Ele não vai dizer nada, pode confiar em mim.

No teu abraçoOnde histórias criam vida. Descubra agora