CAPÍTULO 38

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"Cuore, fammi credere

Perché ho paura di innamorarmi

Forse, forse l'amore mi libera

Perché ho paura di innamorarmi"

(Coração, me deixe acreditar

Porque tenho medo de me apaixonar

Talvez, talvez o amor me liberte

Porque tenho medo de me apaixonar)*


— Finalmente você está se abrindo para novas possibilidades! — disse Lili ao devolver o celular para Caio, após ler a conversa.

Fazia duas semanas que Caio e Vinny se falavam praticamente todos os dias por mensagens, e sempre que Caio ia para a escola eles almoçavam juntos.

— Calma, Lili, é só uma conversa.

— Não, Caio. Faz tempo que eu não te via sorrir assim ao falar de alguém. Esse é diferente, eu sinto. Desde o... aquele-lá-que-não-deve-ser-nomeado, você tem pegado geral...

— Exagerada!

—...mas em nenhum momento eu vi algo mais que pegação, como eu estou vendo agora. Parece que esse Vinny está despertando sentimentos em você.

— A gente nunca nem ficou e você está falando como se já tivéssemos colocado status de "relacionamento sério" no Facebook. Não é nada disso que você está fantasiando. Isso tudo é coisa da sua cabeça. Eu gosto de conversar com o Vinny porque ele é legal, só isso. Além do mais você sabe que eu não quero me envolver muito com ninguém. Pelo menos não tão cedo. Tenho mesmo é que aproveitar a "pegação", como você diz.

— Sei. Mas, coincidentemente, depois que você começou essas "conversas inocentes" com o Vinny, você não tem mais saído com o Gui, não tem mais ficado com ninguém.

— Pura coincidência.

— Se você insiste. Mas, por falar no ser-que-não-deve-ser-falado, como está sendo lá no estágio com ele, vocês se vendo todas as terças-feiras?

Caio deu de ombros.

— Normal. Na verdade, a gente mal se vê. Às vezes nos cruzamos nos corredores ou na sala dos professores, trocamos um cumprimento educado e pronto. Eu tento ignorar a presença dele o máximo que eu posso e está dando certo.

— Ainda fica nervoso quando vê ele?

— Um pouco. Cada vez menos. Mas por que a gente está falando do Rafael mesmo?

Nas semanas seguintes os encontros e conversas com Vinícius continuaram. Até foram ao cinema juntos certa tarde que não teve aula. Sempre a conversa fluía naturalmente, sempre era interessante. Caio se viu ansiando por esses encontros com Vinny. Se sentia bem ao lado dele, se sentia até feliz.

***

Caio desceu do carro após se despedir de Vinny e encontrou Lili e Guilherme conversando.

— Veio com o Vinny de novo? — disse Guilherme, com um sorriso. — Parece que está ficando sério mesmo, não é?

— Besta! — disse Caio, dando um papinha no braço do amigo. Mas também sorria.

No teu abraçoOnde histórias criam vida. Descubra agora