CAPÍTULO 57

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Na manhã seguinte, Caio acordou antes de Vinny, o que era algo bem raro de acontecer. Levantou da cama e foi para a cozinha fazer o café. Em seguida saiu para comprar alguns pães quentinhos. A padaria ficava a dois quarteirões. Ele caminhou lentamente, deixando que o sol da manhã e o vento frio tocassem seu rosto, o fazendo se sentir um pouco mais desperto. A noite tinha sido péssima e ele não tinha conseguido dormir bem, pensando e remoendo o que Vinícius havia falado. Ele estava ansioso e ao mesmo tempo com medo de falar com Vinny. Por isso tinha levantado mais cedo para poder preparar seu coração para falar com ele.

No caminho de volta, ele apressou mais o passo e logo chegou ao prédio novamente. Ao abrir a porta do apartamento viu Vinícius sentado à mesa tomando café. Vinny olhou para ele e não disse nada. Então Caio foi até a mesa e sentou também. Ele não sabia o que dizer, então depois de um momento de silêncio estranho, falou:

― Eu comprei pão quentinho pra gente.

Só então percebeu que ainda estava com a sacola na mão, e a colocou rapidamente sobre a mesa. Vinícius não olhava para ele, permanecendo com o olhar baixo, fixo na xícara de café a sua frente. Isso deixou Caio ainda mais nervoso, e quando estava prestes a falar novamente, Vinny quebrou o silêncio.

― Eu pensei... ― disse ele e então parou. Ergueu os olhos para Caio e continuou. ― Quando eu acordei e não te vi, eu pensei que você tivesse ido embora.

― Você queria que eu fosse embora? — perguntou Caio com um pouco de medo da resposta.

― Não. Eu tive medo que você tivesse ido. ― Então fechou os olhos e respirou fundo. ― Fico feliz porque você não foi. ― disse com um discreto sorriso no canto dos lábios. Então pegou um pão na sacola e começou a comer.

Caio suspirou e também se serviu com o café. Depois de mais um momento de silêncio, falou:

― Ontem, quando... quando você disse que estava cansado e não aguentava mais, eu não sabia o quê, exatamente, você quis dizer com isso, então fiquei pensando se você estava terminando comigo.

Vinny tomou mais um pouco de café e pousou a xícara na mesa.

― Não foi isso que eu quis dizer. Eu estou cansado dessa situação, mas eu não desisti de você.

Caio soltou a respiração, aliviado.

― Que bom, eu fiquei realmente assustado. E sobre ontem à noite, eu... — Vinny olhou para ele como se esperasse que ele continuasse. Agora ele parecia disposto a ouvir. Mas Caio não sabia o que dizer. Escolheu as palavras com cuidado e foi falando lentamente. — Eu não sei se era ciúmes ou se eu estava apenas chateado, mas eu sei que a minha reação foi exagerada. Eu entendo porque você ficou daquele jeito, você tem toda razão de ter ficado com raiva. Eu fui um babaca. Eu devia ter pensado em como você se sentiria naquela situação. Eu realmente sinto muito. Me desculpe.

Vinny manteve os olhos fixos nele e então lentamente balançou a cabeça, concordando.

― Tudo bem, eu desculpo. ― Caio sorriu ao ouvir isso. ― Acho que eu também devo te pedir desculpas pela forma como eu agi. Eu estava com tanta raiva que acabei exagerando nas coisas que eu disse.

― Vinny, você não tem que se desculpar. Você agiu como qualquer outra pessoa no seu lugar agiria. Sua raiva foi justa, eu que estava errado. Mas eu prometo que isso não vai mais se repetir. Eu não vou mais te magoar.

― Assim espero, Caio. Pois essa é a última vez que eu vou aguentar isso ― disse com um tom firme e sério. ― É a última vez que eu vou relevar algo assim. Por mais que eu te ame, eu não quero e eu não vou insistir numa relação que só me machuque.

No teu abraçoOnde histórias criam vida. Descubra agora