CAPÍTULO 35

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O semestre havia passado da metade e Caio já sentia a pressão que se aproximava. Estava cansado, saindo da aula e pensando nas mil coisas que teria de fazer ao chegar em casa, quando Guilherme se aproximou.

— Caio, que bom que eu te encontrei. Tenho um convite pra te fazer.

— Um convite? O quê?

— Você quer ir numa festa de Halloween comigo? Eu ganhei esses dois convites num sorteio — disse tirando dois pequenos papeis da bolsa. — E aí?

Caio pegou os convites e olhou um instante.

— Ah, é aquela boate que a gente foi naquele dia — disse e devolveu para Guilherme. — Vamos. Parece legal. E eu estou precisando relaxar.

Seguiram em direção ao R.U. Após um instante, Caio falou.

— Já sabe de quê vai fantasiado, Gui?

— Sim. Claro que eu vou de Ariel — disse apontando para seus cabelos ruivos. — Versão gay, "O pequeno sereio". Quem sabe eu encontro um príncipe Eric pra mim lá. — Caio riu e balançou a cabeça. — E você? Quer ir de Linguado para combinar comigo?

— Não, dispenso. Acho que eu vou, sei lá, de vampiro. Eu gosto de vampiro.

— Cheio de glitter brilhando, estilo Crepúsculo?

— Não. Prefiro algo mais clássico.

— Então vai de Lestat, com suas roupas coloridas e babados de renda.

— Eu não tenho o charme do Lestat, e nem pareço com ele. Pensei em algo bem mais clássico, tipo Drácula mesmo. Vampiro raiz. Já tenho a pele bem branca e com meu cabelo preto para dar o contraste, não preciso de muita coisa.

— Só um delineador nos olhos e uma capa. TEM que ter a capa, Caio. Por favor.

— Claro, a capa tem que ter.

Pararam em frente ao R.U. e Guilherme chegou bem próximo de Caio.

— Ai, Sr. Vampiro, eu estou com medo. Sou apenas um sereio indefeso, e se você quiser me chupar?

Caio sorriu e mordeu o lábio, depois falou bem próximo ao pescoço de Guilherme, causando-lhe um arrepio pelo corpo.

— Eu quero mesmo.

— Eu estou falando do meu sangue, tá?

— Que pena...

— Que viçagem — falou uma voz familiar.

Os dois se viraram e encontraram Lili bem próxima deles.

— Oi, Lili, nem te vi chegando. Está aí há muito tempo? — perguntou Caio.

— O suficiente para ouvir esse papo vampiresco de duplo sentido.

— Ah, é que a gente vai para uma festa de Halloween sexta-feira...

E continuaram conversando enquanto entravam no R.U.

***

Na sexta-feira à noite, Caio encontrou com Guilherme em frente à boate e entraram juntos. Haviam muitas pessoas com fantasias bem diversificadas. Fantasmas, bruxas, vampiros, unicórnios, super-heróis, princesas e príncipes, e personagens aleatórios de filmes e livros. A decoração estava bem dark, com uma iluminação fraca, que dava um ar aconchegante e misterioso ao ambiente. Logo os dois estavam bem à vontade, dançando e se divertindo.

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