CAPÍTULO 46

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Caio chegou na frente do prédio onde Vinícius morava e tocou o interfone. Depois de um tempo Vinny atendeu.

— Sou eu, Caio. Pode abrir a porta?

Vinny não respondeu nada, mas logo Caio ouviu o portão abrir. Empurrou e entrou, indo direto para o apartamento. Quando chegou no corredor do quinto andar, Vinny já o esperava na porta.

— Que surpresa você aqui tão cedo — disse com um sorriso no rosto. Apesar do sorriso, Caio percebeu que seu semblante parecia meio abatido.

Caio retribuiu o sorriso.

— Eu queria te ver — disse dando-lhe um beijo. — Ainda está chateado comigo?

— Eu não estou chateado, Caio. Eu só fiquei triste. Queria que você tivesse confiado em mim e me falado sobre esse seu passado com o Rafael.

— Não foi porque eu não confiasse em você, Vinny. Eu sei que eu devia ter falado, não tinha porque eu não falar, mas eu... eu não sei porque eu não disse. Acho que é só porque eu sou idiota mesmo. Me desculpe.

— Tudo bem. Afinal, você não tem culpa de estar confuso. Para mim foi diferente porque eu não tinha ninguém, nenhum fantasma no meu passado, nada para curar. Então eu conheci você, que é a pessoa mais maravilhosa do mundo e... me apaixonei!

Caio o abraçou.

— Você que é a pessoa mais maravilhosa do mundo, Vinny, e eu tenho muita sorte de ter te conhecido.

Desfizeram o abraço e entraram no apartamento.

— Você já comeu alguma coisa? — perguntou Vinny enquanto iam em direção à cozinha.

— Não. Eu estou morrendo de fome.

— Pois eu vou preparar algo para você.

Chegaram na cozinha e Vinny começou a preparar o café da manhã. Caio o observava, sentado com o cotovelo na mesa e o queixo descansando na mão. Lembrou da noite anterior, de tudo que havia acontecido e das longas horas em que ficou acordado pensando, tentando entender o que sentia, tentando desfazer o emaranhado de sentimentos dentro dele. Não foi um tempo perdido. Ele havia conseguido. Agora seus sentimentos estavam mais claros, agora ele sabia. Pensou que talvez tudo aquilo que aconteceu na noite anterior tenha sido necessário para que ele pudesse se entender melhor.

Vinny sentou ao lado dele e começaram a comer.

— Você gostou do Arraiá ontem? — perguntou Vinny.

— Gostei, foi bem legal. E você perdeu muita comida boa.

Vinny riu.

— Eu imagino. E também imagino que você tenha aproveitado e comido por nós dois.

Caio também riu.

— Talvez. E você? Fez o quê ontem à noite.

— Um monte de "nadas". Basicamente fiquei deitado no sofá assistindo qualquer coisa que estivesse passando na TV, mexendo no celular e me afogando em sorvete até dormir. Mas foi bom.

— Tem certeza?

— Tenho. Eu precisava desse tempo.

Ficaram calados por um tempo, então Caio falou:

— Eu fui com o Rafael. Ontem à noite pro Arraiá.

— Eu sei.

— Sabe?

— Sei. — Caio continuou olhando para ele com um olhar de interrogação. — Você não precisa ir para um evento da escola para saber tudo que acontece. É só ver os status do WhatsApp ou o Instagram. Está tudo lá. Talvez eu tenha visto alguns comentários sobre uma música oferecida para você, um vídeo de vocês dois dançando.

No teu abraçoOnde histórias criam vida. Descubra agora