Cada vez eu me perco mais nessa história

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Não faz sentido! pensei Esse tempo todo eu não era mesmo um Nihil Proprium e nem eu sabia. Ruby estava certa. Espera, a Ruby!

- Di, que porra aconteceu lá? - perguntei, ajudando minha irmã a se levantar

- Eu... eu não sei. Era como se eu não tivesse controle do meu corpo. Eu sabia o que fazia, mas não podia controlar. -ela explicou.

- Você acha que foi um mentis imperium ? -sugeri

Mas eu sabia que era praticamente impossível. Assim como os jumpers , os mentis imperium foram caçados e, os que não foram assassinados, se tornaram ''propriedade'' dos fanáticos religiosos para induzirem pensamentos no meu povo e fazer uma armadilha. De um dia para o outro você acorda com uma vontade enorme de ir para um beco escuro, no meio da noite e depois ninguém mais ouve falar de você.

Diana deu de ombros.

- Não importa o que fez isso, mas sim quem. Isso não é uma brincadeira de veteranos e calouros, alguma coisa mais séria e mais perversa.

Concordei, quem quer que tivesse feito isso com a minha irmã ia pagar, só que o mais importante no momento era ter certeza que a lavagem cerebral feita nela, já tinha acabado. Insisti para vermos alguém com mais experiencia nesse assunto, mas minha irmã disse que não podíamos confiar em ninguém. Ela disse que conseguia fazer uma vistoria mental por conta própria. Perguntei a ela desde quando que ela não tinha controle de si e ela me respondeu que tinha começado a se sentir estranha quando entrou na psique de Ruby.

- Jace, você acha que estão controlando a Ruby também?

- Faz sentido. Pense, Ruby tem agido estranho a semanas e você quando se conectou com ela, começaram uma briga irracional. Duvido que ela tenha feito isso sozinha ou voluntariamente. -respondi

Di deu um gemido e falou para eu segui-la, ela já tinha ideia do que podia ter acontecido. Ela correu até a Ala de Biologia. Pegou um livro grosso e empoeirado na prateleira, o deixou na mesa de um computador e fez login.

- O que você esta procurando?- perguntei, mas ela me ignorou.

Ela folhou o livro por cinco segundo e parou, entrou no site de Maiores Invenções da Livety. Era basicamente um site onde os alunos gênios da escola tinham as invenções revolucionárias postadas.. Di pesquisou o nome que achara no livro, mas não apareceu nenhum resultado.

- É claro. - minha irmã murmurou - Não iam deixar a amostra a cagada que fizeram. Eles devem ter o registro, só não publicaram. Eu vou precisar de um hacker.

- Será que tem como me explicar?

- Eu vou precisar do Mike. Você pode chamá-lo, por favor? - ela pediu

- E aquela historia de não confiar em ninguém? O Mike é o irmão da Ruby, ele pode estar envolvido. - argumentei

- Ele não está, eu saberia. Confie em mim

Diana fazia questão de não me contar nada, mas mesmo assim fiz o que ela pediu. Sai da biblioteca e fui procurar Mike.

Todos os outros estudantes já estavam nos quartos, então foi muito mais fácil achar Mike do que procurar na muvuca.

Seu quarto era no segundo andar, e não demorei muito para acha-lo, eram poucos os quartos desse andar. Bati na porta educadamente, mas não esperei resposta. Entrei no quarto, Mike estava lendo um livro na cama e me encarou, confuso. Se eu tivesse acabado de ter meu quarto invadido, eu também ficaria confuso.

- Mike, ahn...- e me dei conta. Como eu ia explicar a ele o que estava acontecendo? Eu não sabia libras. Torci para ele saber leitura labial. - Preciso-da-sua-ajuda, eu-e-Diana. Vem-comigo.

Graças aos deuses ele assentiu com a cabeça e jogou o livro na cama. Eu o levei até a biblioteca, sem dizer mais nada.

                                                                                             ***

Quando chegamos, Di quase pulou em nós, de ansiedade. Ela explicou o que precisava que ele fizesse, telepaticamente, e ele não demorou muito para hackear o sistema da escola. Aparentemente, minha irmã queria que ver o registro de um homem que estudara no colégio há 30 anos. Ela me contou que esse homem foi um dos últimos mentis imperium  que estudou na Livety e que em seu último ano, criou uma especie de parasita mental. Era um tipo de mosquito que podia controlar mentes dependendo da vontade de quem o controlasse, mas os professores acharam o projeto muito perigoso e perverso e mandaram que ele destruísse os protótipos. Ele não fez isso, os professores descobriram e o expulsaram.

Em meio a toda a historia que Diana me contava, Mike usou os poderes de velocista para tentar as diversas combinações possíveis para hackear o sistema e acabou conseguindo. Mike imprimiu os dados do controlador de mentes e como se tivesse um timing perfeito, uma inspetora de corredor no achou na biblioteca e mando que fossemos para os nossos quartos.

"Resumindo "comecei a conversar telepaticamente com Diana "você e a Ruby foram controladas por um cara que trinta anos atrás criou um mosquito controlador de mentes? Eu pensava que Game of Thrones era complicado, mas isso ai..."

"É, eu sei. "ela concordou

"Você tem certeza que não esta mais sob controle desse mosquito bizarro? "

"Eu acho que o protótipo evoluiu, agora é um vírus. Isso explicaria por que eu me contaminei quando entrei na mente de Ruby. Acho que quando você me teletransportou para a biblioteca ele morreu, ou sei lá. " Senti ela respirando fundo "Ainda temos que conversar sobre o teletransporte, Jace."

"Acredite, você está tão surpresa quanto eu. No dia seguinte do acidente do telhado, Ruby me falou que tinha sentido que eu tinha poderes, ela me disse que eu era um jumper. No começo eu não acreditei, mas depois de hoje... "

"A Ruby, droga! Eu esqueci completamente, ela ainda deve estar com o vírus. Nós temos que lutar contra ele"

"Como vamos lutar contra uma coisa que até cinco minutos atrás não sabíamos que existia?" perguntei

"Não tenho a menor ideia, mas vamos ter que descobrir. E rápido."

"Di, qual é mesmo o nome do cara que criou os mosquitos?"

"Sebastian Wyngarde. Por que?"

"Nada, é só que esse nome é familiar."

Jace Norman, o Nihil PropriumOnde histórias criam vida. Descubra agora