Notícias inéditas: não serei lutador profissional

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- O que você quer dizer com "guerra"? - perguntei - Olha, meu único objetivo é sobreviver, não ganhar uma guerra estúpida.

- Você devia ter pensado nisso antes de se expôr tanto. Como a sua futura exibição nos duelos, hoje a tarde. - ele falava como se eu fosse uma criança de castigo, mas como eu deveria saber que eu não podia fazer nada do que eu fiz? -Se o submundo sabe disso, você pode apostar que já estão se arrumando para acabar com você. Escuta, toda a minha família se dedicou para salvar o seu traseiro precioso, seus pais também, então...

- Certo, - Diana interrompeu - parece que você tá motivado por vingança e nós estamos atrasados para aula.

- Mas... - Vinícius não conseguiu terminar a frase, Di já tinha me arrastado para fora da sala.

***

- Nós vamos conversar mais tarde sobre isso - ela avisou, quando estávamos dois corredores de distância do professor que também é o vingador do futuro - Só que agora eu tenho Química Avançada e você tem Física.

- Espera, como você sabe disso? - perguntei

- Eu posso ter uma cópia dos seus horários.

- Obrigado pela preocupação, mãe. - brinquei - Mas isso é muito "You " para mim.

- Ei, - ela me encarou, apontando o dedo - você sabe que eu ainda não assisti. Sem spoilers.

Nos despedimos e cada um foi para a aula. Eu tinha Física com o Alex e eu teria que arranjar um jeito de ficar quieto sobre o que eu decidi chamar de Incidente Ruby. Eu pensei de chamar "aquele momento que já deveria ter acontecido entre mim e a minha futura esposa", mas eu achei muito longo e um pouco cedo demais de... Sabe, pedi-la em casamento e tudo. O ponto é, eu tentei evitar o Alex.

- Então se a velocidade angular é definida pelo índice de mudança do deslocamento angular, - uma menina estava explicando o execício que eu não cheguei nem perto de tentar - então a velocidade rotacional de um objeto depende de...

- Psiu - Alex me chamou na cadeira do lado e cochichou - Ei, cara tem alguma coisa de diferente com você esses dias, é como se a gente mal se falasse depois do Kansas.

- Deve ser o fato do meu nome, na verdade, ser Griffing. - respondi - Isso é nome de valentão do ensino fundamental, eu só estou assumindo minha nova identidade.

- Não, Bart é nome de valentão do ensino fundamental. Mas não é só isso, você e a Ruby mudaram de comportamento. Você por acaso superou o crush nela?

Cara, você não tem ideia, pensei

- Mais ou menos - falei e nessa o Sr. Jackson mandou nós ficarmos quietos

- Como assim "mais ou menos"? - insistiu

Nesse momento, crianças, o Titio Jace teve que tomar uma decisão: manter o combinado que eu tinha com a Ruby ou saber o que fazer. Só que como eu nunca sei o que fazer, eu espero que alguém me guie para eu não fazer uma merda completa, no caso, Alex tinha que me guiar já eu não sei lidar com os meus próprios problemas. Arranquei uma folha do meu caderno e resumi a história. Assim que ele terminou de ler ele se esticou e me deu um soco nas minhas... bolinhas.

- E você não estava pensado em me contar, não ? - ele reclamou

- Eu tenho que te contar sobre cada coisa sobre os meus relacionamentos e meu subconsciente? E eu sei que somos amigos e tudo, mas socar as minhas bolinhas não é legal.

- Primeiro, eu sou seu subconsciente. Segundo, que relacionamentos, cara? Você é mais sexualmente frustrado que um... Sei lá, você é o meu maior exemplo de frustração sexual. Terceiro, SIM! Cara, a Ruby sempre teve uma coisa por você

- Estou indo com calma

- Você não tá fazendo nada! Pare de esperar e vá com tudo! Jogue sujo se for preciso.

- Eu vou te ignorar agora.

- Obrigado por perguntar da minha vida amorosa, Norman. - Alex resmungou - Eu tenho tido progressos, sabia? Ou você acha que o Sebastian parou de ser o valentão clichê de filmes por vontade própria?

- Sebastian, o cara do topete do Elvis? - ele assentiu - Bem jogado, tigrão.

As outras aulas passaram bem rápido e o meu medo do grupo de duelos chegou bem rápido, também. O que o vingador do futuro, também conhecido como meu novo professor, disse sobre a minha futura exibição nos duelos junto com o que a Ruby falou estavam circulando a minha cabeça e eu estava começando a ficar preocupado. E se realmente fosse uma péssima ideia? Eu não ia arriscar. E se a minha intenção era realmente treinar os meus poderes, eu podia fazer isso em qualquer outro lugar sem correr o risco de perder a minha cabeça, certo? Um treinamento normal de auto defesa não seria uma má ideia.

Assim que as aulas acabaram, desci correndo para o salão do refeitório. Todas as mesas e cadeiras tinham sido arrastadas para um canto e no lugar ficaram alguns colchões. Encontrei Diana e Mike, mas eles pareciam muito bem juntos sem uma pessoa de vela que seria eu, então os deixei em sozinhos. Depois vi Alex e Ruby sentados num cantinho e fui até lá

- O que vocês esquisitões estão fazendo aqui? - perguntei

- Meu irmão deve chegar daqui a pouco e eu queria ver você levar uma surra. - Ruby respondeu

- Bom ponto - brinquei. Com o canto do olho eu vi um hijab verde esvoaçante - Eu já volto, só tenho que resolver uma coisa

- Ei, Huda! - chamei

- Oi... Jace, certo?

- Isso. Eu sei que assinei para duelos com poderes, mas tem alguma chance de eu trocar para lutas normais.

- Tem, claro. Você sabe alguma coisa de boxe? - concordei com a cabeça. Eu admito que o o meu conhecimento de boxe se resumia a assistir televisão. - Só que você vai ter que ficar com a Nancy Thompson. Pode ser?

- De quem você está falando? Quem é?

- É aquela garota ali na parede te olhando com cara de assassina. - Huda apontou para a menina com o rosto cheio de sardas, alta, magra e com o cabelo cortado torto. E eu continuo impressionado com as minhas habilidades descritivas.

Eu não gosto de falar sobre aquele momento, só foi lá que o apelido "bola de carne " começou. Veio um golpe frontal forte e depois ataque lateral que termina com o braço todo esticado. Eu escutei Ruby dizendo:

- Dez segundos! Ele não está morto! Isso é um bom sinal.

- Não chame o azar - Alex comentou e veio um golpe de baixo para cima visando atingir o meu queixo. Nessa eu cai no chão e ouvi alguém gritando para parar a luta.

Ruby, Alex, Diana e Mike vieram até mim e me arrastaram para a enfermaria. Depois de uns quinze minutos, muito gelo na cara e o sangramento do meu nariz contido, me liberaram.

- Seu pai não te ensinou a escolher suas brigas? - Alex praticamente gritou , enquanto voltávamos para o dormitório.

- Não, ele é mais do tipo que mete porrada. Em mim, no caso.

- Você tá bem? - Ruby perguntou

- Tô, fora os machucados - tentei sorrir, mas tudo doía

- Sarcasmo é sinal de saúde. - Di anunciou - Você vai dormir um pouco e nós vamos ficar com você, depois todos nós vamos até a secretária ver por que o Jim ainda não chegou. Ok?

- Ok. - respondi

E depois eu apaguei na cama.

Jace Norman, o Nihil PropriumOnde histórias criam vida. Descubra agora