Isso é tudo por hoje, pe-pe-pessoal

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Certo, certo. Vocês devem estar se perguntando "que porra acabou de acontecer?", então vamos recapitular um pouquinho, porque eu também estou confuso.

Tudo começou quando eu fui para Livety, lembra? Conheci o Alex, Ruby e Mike, ficamos todos amigos e foi isso; em algum momento, eu fui para o telhado da escola com a Ruby, nessa eu tentei beija-la e cai de lá, foi então que eu me teletransportei para não ter uma morte horrível e aí que tudo começou a ficar atrapalhado. Viajamos para o Kansas, com seus mosquitos gigantescos e parentes dispostos a vender seus filhos para genocidas em potencial, o que (plot twist) chegou a acontecer. Ok, lá descobrimos que tanto eu, quanto Diana, éramos adotados. Divertido, não? Foi um pouco reconfortante e não deveria ser surpreendente, já que Di era a única dos Norman que tinha cabelo escuro e nas palavras dela, os olhos tinham "cor de burro quando foge, tão escuros que parecia nem existir pupila". 

Beleza, vamos continuar. Ainda no Kansas, descobrimos que o mais novo dos Winchester tinha poderes e era uma espécie de vidente. Saímos de lá e voltamos para a Livety, já que o feriado tinha acabado e prometemos levar Jim para lá, mass... No dia que ele deveria ter chegado, ele não chegou. Fugimos da escola e voltamos para o Kansas para ver o que tinha acontecido, e descobrimos que a Sra. Winchester, A.K.A. Mamãe Noel, fez uma delação premiada e Jim foi levado para Nebraska, onde fica o COE, a sede dos Erasers, aqueles caras malucos que querem acabar com todos os speciallis. Chegamos bem perto da sede, os malucos (mais o meu primo) tacaram fogo no hostel e fomos encurralados, e eu tive que tomar uma decisão: eu teria que ir com os Erasers ou meus amigos morriam, e logo em seguida me levaram direto para Nebraska, onde eu ficaria por muitos dias .

Já no COE, eu encontrei Michael, um cara francês muito rabugento, Lexie, a skatista ruiva que compra Jordans sem a menor necessidade e Jim, o mais novo integrante do grupo dos filhos de pais psicopatas. Todos os dias, nos levavam salinhas aleatórias para servirmos de ratos de laboratório e eu já estava me contentando com essa nova realidade, quando uns dias atrás Adam me levou para uma sala com ninguém menos que a Vovó Winchester, aquela que também foi levada pelos Erasers anos atrás e tinha morrido. Ou pelo menos era isso que eu achava. A conversa que eu tive com Esmeralda Winchester foi muito interessante, porque ela me contou os planos dos caras malucos junto com a minha família: invadir a Livety e acabar com as outras espécies de speciallis, assim os Erasers e os Norman formariam uma parceria e tomariam conta da área dos três estados! Tudo bem, era um pouco mais complicado que isso. Eles queriam tomar conta de todo o resto. O mais surpreendente de tudo isso era que, o Adam (que eu jurava ser o vilão da história) era um agente duplo: fingindo estar do lado nosso lado, depois fingindo trabalhar para o lado negro da força e finalmente se estabelecendo no lado dos mocinhos.

Acho que é isso. Agora vamos voltar para onde interessa.

Depois que Adam disse que a cavalaria estava vindo e meus amigos iam me salvar, cada dia que passava eu tinha mais esperança, o negócio é que a situação dentro do COE parecia ter piorado. Agora os testes eram três vezes por dia e a única comida que a gente recebia todo dia, um nojento mingau, começou a vir uma vez a cada dois dias. Então nós, eu, Jim, Michael e Lexie, que já morríamos de fome e sede com o que eles nos davam, ficamos um pouquinho pior. Mas a situação piorou mesmo, quando Jim desmaiou. O coitado estava na fase crescimento e comia muito pouco, fora que as drogas tinham mais efeito nele, já que ele era um criança. Talvez se eu tivesse dito que aquele inferno não ia durar muito mais, ele teria se sentido melhor, só que eu não podia correr o risco de alguém escutar.

Com a fé, eu voltei a contar quantos dias tinham se passado. Três dias depois do evento Esmeralda e Adam, eu soube que alguma coisa de muito ruim ia acontecer. Tudo começou quando o faxineiro veio esvaziar o cestinho de cocô, não era o Bill, o cara de sempre. Era um cara mais alto, com o boné cobrindo a cara e as calças estilo pula-brejo, mas até aí tudo bem, só que ele se virou para o meu tubo de ensaio, ficou encarando o chão para eu não ver quem era e fechou três dedos na forma de garra sobre o coração, depois esticou para nós e foi embora, desligando as luzes. Eu fiquei sem entender nada e os outros ainda estavam dormindo, então eu deixei quieto.

Um tempo depois, quando Lexie e eu estávamos conversando por sussurros, dois caras de máscara vieram e fizeram o de sempre para me tirar do tubo de ensaio e me levar para uma outra sala que eu nunca tinha ido. Aquela sala era igualzinha as salas de operação de Grey's Anatomy e definitivamente não era um bom sinal.

 Os dois caras me injetaram alguma coisa, que me deixou bem... Fora de mim mesmo e me amarraram na maca (de novo), depois saíram. Depois de um tempo, meu pai chegou na sala junto com outras três pessoas de máscara médica, mas como a essa altura do campeonato eu já não  conseguia juntar duas palavras eu fiquei quieto.

- Comecem. - meu pai mandou

Uma das três pessoas de máscara cirúrgica, uma mulher com o rosto enrugado de preocupação pegou uma agulha enorme com um líquido meio amarelo dentro e quando ia injetar em mim, virou para trás e espetou a garganta do meu pai. Nesse momento, a sala estava girando, ou era só impressão minha? Eu não consegui prestar muita atenção no que aconteceu depois disso...

Quando eu me dei conta, eu estava numa cadeira de rodas, com alguém me empurrando pelo corredor. Eu tentei virar para trás, mas tudo começou a rodar de novo. 

- Ei, cara. - alguém me chamou. Eu nunca fiquei tão feliz de ouvir a voz dele na minha vida. Alex estava empurrando a cadeira o mais rápido que conseguia - Fica tranquilo aí, ok? A gente já vai te tirar daqui.

- Outros... - eu tentei falar, mas tudo o que saiu foi um balbucio desengonçado. Sorte a nossa, que uma explosão perto de nós tinha acabado de estourar e eu consegui juntar forças o suficiente para falar direito - Tem... Outros... Jim

Alex assentiu com a cabeça. Foi aí que eu percebi, ele estava com o uniforme de faxineiro. As mesmas calças pula-brejo e boné cobrindo a cara do homem que limpou o cestinho, mais cedo. Eu sabia que tinha reconhecido o cara! 

- Avó Winchester... - murmurei mais uma vez. Graças aos deuses, o efeito da anestesia estava passando. 

- Eu sei, Jace. Nos avisaram que ela estaria aqui. Esmeralda já está na van, nos esperando. Eu só tenho que... - ele ficou quieto e nos escondeu grudado na parede, quando uns soldados passaram, no final do corredor. - Eu só tenho que arrombar essa porta e pegar os outros. Fica aqui.

Como se eu e minhas pernas de gelatina fossem a algum lugar. Alex pegou uma machadinha do bolso de trás e cravou na trava eletrônica da minha antiga prisão. Depois de uns minutos, Jim, Lexie e Michael saíram de lá, todos mancando.

- Rápido, vamos, vamos.- Alex disse e seguimos caminho para a liberdade.













Jace Norman, o Nihil PropriumOnde histórias criam vida. Descubra agora